Milho: B3 desvaloriza seguindo CBOT e entra na casa dos R$ 80,00 nesta 3ªfeira
A terça-feira (05) chega ao final com os preços futuros do milho registrando fortes recuos na Bolsa Brasileira (B3), acompanhando as movimentações internacionais após abrirem o dia em alta.
O vencimento julho/22 foi cotado à R$ 82,20 com queda de 1,46%, o setembro/22 valeu R$ 84,51 com perda de 1,96%, o novembro/22 foi negociado por R$ 86,77 com baixa de 2,56% e o janeiro/23 teve valor de R$ 87,77 com desvalorização de 3,24%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3, que já andou nos R$ 100,00, hoje perdeu os R$ 90,00 e já está indo para os R$ 80,00 a saca com a colheita seguindo forte e avançando para outras regiões.
“Depois do dia 15 de julho vamos ter uma corrida de colheita e fica mais um alerta para muito milho chegando nos armazéns e até mesmo o Paraná vai ficar parecido com o que aconteceu no Mato Grosso, com milho à céu aberto porque não tem onde colocar. Aqui no Paraná, como tem risco de chuvas, não vai ter milho à céu aberto, mas o produtor precisa se preparar para entregar milho que deve chegar as 16 milhões de toneladas no estado”, pontua Brandalizze.
No mercado físico brasileiro, os preços da saca de milho também tiveram uma terça-feira negativa. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não encontrou valorizações em nenhuma das praças, mas identificou desvalorizações em Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Rio do Sul/SC, Rio Verde/GO, Eldorado/MS, Machado/MG e Porto Paranaguá/PR.
Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “o mercado físico do milho iniciou a semana com a saca em Campinas/SP estabilizada nos patamares de R$83,50 diante da ausência dos exportadores devido ao feriado nos EUA”.
Na visão da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho registrou uma terça-feira de cautela nos negócios, aguardando a reabertura da Bolsa de Mercadorias de Chicago (que aconteceu às 10h30, horário de Brasília) após o feriado do dia da Independência dos Estados Unidos.
“A tendência é de que os preços sigam em baixa, em meio ao avanço da colheita da safrinha, que atua como um fator de pressão às cotações. O dólar em alta frente ao real, por outro lado, pode favorecer negócios de milho na exportação”, destacou.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, começam a aparecer pressões regionais de pressão sobre os preços diante do avanço da colheita. No entanto, tanto vendedores como compradores aguardavam a reabertura de Chicago amanhã para tomarem algum posicionamento.
Mercado Externo
Já a Bolsa de Chicago (CBOT) retomou as atividades após o feriado o Dia da Independência dos Estados Unidos com os preços internacionais do milho futuro despencando nesta terça-feira.
O vencimento julho/22 foi cotado à US$ 7,36 com perda de 18,50 pontos, o setembro/22 valeu US$ 5,92 com baixa de 27,50 pontos, o dezembro/22 foi negociado por US$ 5,78 com desvalorização de 29,00 pontos e o março/23 teve valor de US$ 5,85 com queda de 28,75 pontos.
Esses índices representaram desvalorizações, com relação do fechamento da última sexta-feira (01), de 2,39% para o julho/22, de 4,36% para o setembro/22, de 4,78% para o dezembro/22 e de 4,57% para o março/23.
Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho dos Estados Unidos caíram para mínimos de vários meses nesta terça-feira, juntando-se a uma ampla liquidação nos mercados de petróleo e ações ligada a temores de uma recessão econômica global e diminuição da demanda por commodities.
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“O dólar está novamente servindo como um ativo de refúgio em meio a crescentes temores econômicos globais, criando maiores desafios para o setor de commodities. O mercado está negociando uma suposição de deterioração da demanda”, disse Arlan Suderman, economista-chefe de commodities da StoneX.
Além disso, as chuvas do fim de semana favoreceram as planícies do norte dos EUA e o cinturão de milho do noroeste, com chuvas esperadas no leste do centro-oeste nesta semana, ajudando a reforçar as perspectivas de produção agrícola.
“Chuvas de boas-vindas em partes do Meio-Oeste dos EUA durante o fim de semana do Dia da Independência aumentaram o sentimento de baixa nos grãos, embora as condições de seca continuem sendo uma preocupação em algumas áreas”, aponta Julie Ingwersen da Reuters Chicago.
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