B3 quebra sequência de 5 dias negativos e termina a 2ªfeira com milho em alta
A segunda-feira (06) chega ao final com os preços futuros do milho se sustentando levemente mais altos nas movimentações da Bolsa Brasileira (B3).
O vencimento julho/22 era cotado à R$ 87,14 com valorização de 0,94%, o setembro/22 valia R$ 89,52 com ganho de 0,73%, o novembro/22 era negociado por R$ 91,04 com alta de 0,49% e o janeiro/23 tinha valor de R$ 93,70 com elevação de 0,53%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a Bolsa Brasileira acompanhou as altas do mercado em dólar e da Bolsa de Chicago, mas segue sentindo o peso da colheita da segunda safra do Brasil.
“Agora ainda está no começo da colheita, mas em duas semanas vamos ter muito milho em colheita e, se confirmado a previsão do clima de geada na semana que vem, isso vai acelerar ainda mais as lavouras que estão em fase final de enchimento de grão no Paraná. Vai ter muito milho chegando no final de junho e começo de julho”, diz.
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Brandalizze aproveita para deixar um alerta ao produtor, que além de se deparar com esse grande volume de oferta entrando, tem poucos lotes já vendidos. “Temos pouco milho negociado antecipadamente, nos anos anteriores já tinha muito milho vendido e o produtor quando ia entregar o milho e disponível estava pagando mais do que os contratos. Nesse ano fez poucos contratos e o mercado está indo ao contrário, quem fez contratos no começo conseguiu R$ 100,00 a R$ 110,00 e agora já está com R$ 90,00”.
Já no mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho seguiu recuando neste primeiro dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não encontrou valorização em nenhuma das praças pesquisadas, mas identificou desvalorizações em Ponta Grossa/PR, Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT, Brasília/DF, Dourados/MS, São Gabriel do Oeste/MS, Amambai/MS e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “a colheita do milho dita o movimento de acomodação nos preços no mercado doméstico, com a saca em Campinas/SP se aproximando dos R$85,00”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que “as expectativas de segunda safra recorde já vinham pressionando as cotações do milho, mas, na última semana, o movimento de baixa foi reforçado pelo início da colheita no Centro-Oeste".
“Em algumas regiões acompanhadas pelo Cepea, como Rio Verde (GO), Chapadão do Sul (MS) e Campinas (SP), os valores do cereal no mercado disponível já operam nos menores patamares de 2022. Nesse cenário, produtores estão mais flexíveis nos valores de venda, enquanto compradores seguem retraídos, apostando na continuidade das baixas. Até mesmo nos portos, que apresentaram sustentação em alguns períodos deste ano, as cotações vêm caindo há dias, e as efetivações têm sido pontuais, tanto no spot como para entrega futura”, diz a publicação.
Entre 27 de maio e 3 de junho, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) caiu 2,1%, fechando a R$ 85,07/sc na sexta-feira, 3, o menor valor desde o início de dezembro/21, em termos nominais.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) também largou a nova semana contabilizando flutuações altistas para os preços internacionais do milho futuro, após fechar a semana anterior acumulando mais de 6% de baixas para as principais cotações.
O vencimento julho/22 era cotado à US$ 7,42 com valorização de 15,50 pontos, o setembro/22 valia US$ 7,14 com alta de 13,00 pontos, o dezembro/22 era negociado por US$ 7,02 com elevação de 12,50 pontos e o março/23 tinha valor de US$ 7,07 com ganho de 12,00 pontos.
Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última sexta-feira (03), de 2,06% para o julho/22, de 1,85% para o setembro/22, de 1,74% para o dezembro/22 e de 1,73% para o janeiro/23.
Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho quebraram uma série de quatro sessões negativas consecutivas recebendo a força que se espalhou do mercado do trigo, que subiu apoiado por preocupações sobre longas interrupções nos embarques da Ucrânia, à medida que os combates se intensificaram naquele importante país exportador de grãos.
As preocupações com os suprimentos da região do Mar Negro também aumentaram com a notícia de que a Rússia havia atacado a capital da Ucrânia, Kyiv, pela primeira vez em mais de um mês.
“A greve minou a credibilidade das alegações da Rússia de que não tinha intenção de bloquear o fluxo de commodities alimentares para fora dos portos da Ucrânia”, disse Arlan Suderman, economista-chefe de commodities da corretora StoneX, em nota aos clientes.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse na segunda-feira que pode haver até 75 milhões de toneladas de grãos presos na Ucrânia até este outono e que Kyiv quer armas anti-navio que possam garantir a passagem segura de suas exportações.
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