Milho cede forte na B3 acompanhando baixa do dólar e em Chicago, mas físico sobe no Brasil nesta 3ª
A semana segue agitada para o mercado do milho. Depois de altas de mais de 3% na sessão anterior, os futuros do cereal passaram para o campo negativo e terminaram o dia em queda na B3. Somente nesta terça-feira (17), as cotações cederam mais de 2% entre as posições mais negociadas, mas ainda assim permanecem em patamares bastante elevados, como os contratos mais alongados ainda acima dos R$ 100,00 por saca.
Como explicou o analista de mercado Roberto Carlos Rafael, da Germinar Corretora, um dos fatores de pressão severa sobre os preços do cereal nesta terça veio da baixa forte do dólar frente ao real, que despencou mais de 2% e perdeu o patamar dos R$ 5,00. A divisa se mostrou muito volátil nesta sessão diante, principalmente, da fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.
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Além da questão cambial, o executivo afirma também que as baixas do mercado em Chicago também ajudaram a pressionar o milho na B3. "Por lá, o mercado observou que os EUA avançaram no plantio, tem boa perspectiva para esta semana e não teríamos uma perda na área de milho. E é isso que devemos ouvir para justificar novas baixas".
De outro lado, porém, as previsões de geadas ainda seguram os preços e limitam as baixas. "Do que podemos ver até agora as geadas tendem a ser fracas, pegando somente as baixadas, apesar de ter quatro dias com frio forte, não vemos outros fatores culminantes para termos problemas de geadas que afetem a produção", diz.
No mercado físico, ainda segundo o analista da Germinar, os preços do milho subiram nesta terça-feira, mesmo com a B3 e a CBOT se ajustando, ao lado da baixa do dólar.
"Nosso indicador para merecado de Campinas/SP subiu R$ 0,78/saca, sobre o qual acreditamos que o Indicador Cepea suba. Acredito que temos a tendência do físico subir um pouco por conta de geadas, enquanto a B3 pode recuar um pouco porque está longe dos indicadores", detalha.
MERCADO EM CHICAGO
Na Bolsa de Chicago, os futuros do milho encerraram o pregão com perdas de 4 a 8,75 pontos, levando o julho a US$ 8,00 e o setembro a US$ 7,72 por bushel. O mercado recuou mesmo diante das boas e novas altas do trigo e da soja, depois de ambos também terem começado o dia em campo positivo.
O recuo do cereal, como explicou o diretor geral do Grupo Labhoro, se deu pelo bom avanço do plantio do milho nos Estados Unidos na última semana, mesmo que ainda apresentando um atraso considerável em relação à média dos últimos cinco anos.
De acordo com os últimos números do USDA, os EUA têm 49% de área plantada, exatamente o número que vinha sendo esperado pelo mercado. Na semana passada eram 22%, há um ano 78% e a média das últimas cinco safras é de 67%. Ainda de acordo com o boletim, 14% dos campos do cereal já emergiram, contra 5% da semana passada, 38% de 2021 e 32% de média.
E mesmo frente ao bom avanço, o mercado se atenta às condições de clima para os próximos dias no Corn Belt. O mapa abaixo mostra as chuvas previstas para os próximos sete dias nos Estados Unidos, voltando a indicar - nas áreas coloridas em azul - volumes consideráveis para estados-chave como Iowa, Illinois, Indiana, Missouri, Wisconsin.
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