Chicago fecha 2ªfeira com milho mais caro dos últimos 10 anos

Publicado em 18/04/2022 16:45
B3 também se valorizou no primeiro dia da semana

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A segunda-feira (18) chega ao final com os preços futuros do milho se sustentando com cotações altistas na Bolsa Brasileira (B3).

O vencimento maio/22 foi cotado à R$ 89,73 com elevação de 1,29%, o julho/22 valeu R$ 90,65 com ganho de 1,91%, o setembro/22 foi negociado por R$ 91,71 com valorização de 2,35% e o novembro/22 teve valor de R$ 93,21 com alta de 2,34%.

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado interno brasileiro segue com quase nenhuma pressão de compra e nos portos, seguem embarcando navios de soja e sem novas programações para embarques de milho.

“O ambiente do milho está muito favorável em um ano que estamos andando bem com a safra. As cotações de Chicago firmes e os temores de queda da produção dos Estados Unidos junto com a safra da Ucrânia sendo menor neste ano e a Rússia deixando de exportar, o mercado do milho está escasso no ambiente global em ano que o Brasil deve colher recorde na safrinha”.

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho se movimentou pouco, mas registrou mais altas do que baixas. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorizações apenas em São Gabriel do Oeste/MS e Campo Grande/MS. Já as valorizações apareceram em Ponta Grossa/PR, Ubiratã/PR, Pato Branco/PR, Porto Santos/SP.

Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “a fraca disposição de compradores e vendedores em negociar milho prevalece no mercado spot e, também, quando se trata da safrinha que está no campo. Na quinta-feira passada, véspera do feriado de Paixão de Cristo, o mercado ficou ainda mais esvaziado do que o observado nos dias anteriores”.

A análise diária da Agrifatto Consultoria acrescenta que, “a sinalização de intenção de compras para exportação reduz o movimento de queda nos preços do mercado doméstico, com a saca em Campinas/SP sinalizando estabilização nos R$88,50”. 

Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, “os preços do milho seguem em queda na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea, refletindo a retração de compradores, que têm adquirido pequenos volumes, à espera de novas desvalorizações. Do lado vendedor, as colheitas regionais têm levado parte dos agentes a negociar o cereal”. 

Na região de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa está em queda há 10 dias consecutivos, e na última quinta-feira, 14, fechou a R$ 87,30/saca de 60 kg, 1,97% inferior ao do dia 7. A média mensal, por sua vez, já está 10,4% inferior à de março.

Mercado Externo

A Bolsa de Chicago (CBOT) também deu a largada na semana acumulando novas flutuações em campo positivo para os preços internacionais do milho futuro. 

O vencimento maio/22 foi cotado à US$ 8,13 com ganho de 23,00 pontos, o julho/22 valeu US$ 8,07 com valorização de 23,25 pontos, o setembro/22 foi negociado por US$ 7,66 com elevação de 17,25 pontos e o dezembro/22 teve valor de US$ 7,49 com alta de 14,50 pontos.

Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última quinta-feira (13), de 2,91% para o maio/22, de 3,07% para o julho/22, de 2,41% para o setembro/22 e de 1,90% para o dezembro/22.

A análise da Agrinvest destaca que o cereal norte-americano se movimentou acima dos US$ 8,00 o bushel pela primeira vez desde 2012, há 10 anos atras. Entre os fatores de sustentação citados pela consultoria estão o clima para o plantio da safra dos Estados Unidos, uma diminuição no plantio, a guerra e questões logísticas.

Olhando para a safra dos Estados Unidos, a Agrinvest cita que as planícies norte-americanas estão enfrentando o 2º ano de clima seco. “As projeções dos modelos mostram um padrão muito parecido com o ano passado, quando as Planícies, o Norte dos EUA e as Planícies Canadenses enfrentaram um clima muito quente e seco durante boa parte do ano”. 

“O plantio do milho está atrasado”, complementa. Além disso, a área plantada com o cereal nos EUA cairá 3,9 milhões de acres, o que deixa esse ano sem espaço para quebra de safra.

Enquanto isso, as atenções ainda seguem voltadas para a Guerra no Leste Europeu. “Sem sinais de paz entre Rússia e Ucrânia, Putin comentou que as conversas de paz estão em um beco sem saída”, diz a consultoria.

As estimativas apontam que, o plantio de milho na região, que começará em menos de 15 dias, será reduzido entre 40 e 60%. Outro ponto de preocupação é a logística, já que o ministro da agricultura da Ucrânia disse que 1,25 milhões de toneladas do grão estão em navios e podem estragar.

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Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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