Altas do milho desaceleram, mas Bolsas ainda fecham a 5ªfeira valorizadas
A quinta-feira (24) chega ao fim com os preços futuros do milho se mantendo positivos na Bolsa Brasileira (B3).
O vencimento março/22 foi cotado à R$ 98,63 com ganho de 0,57%, o maio/22 valeu R$ 97,38 com elevação de 0,84%, o julho/22 foi negociado por R$ 91,89 com alta de 0,87% e o setembro/22 teve valor de R$ 92,01 com valorização de 1,28%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, este é um bom momento para o produtor brasileiro buscar novas fixações, já que os preços dos portos rondam os R$ 100,00 a saca para exportação.
“A B3 está andando perto dos R$ 100,00 também acompanhando as altas de Chicago e ficando nos melhores níveis do ano e da história para exportação. Quem tem a safrinha ai pela frente e já plantou pode aproveitar essas fixações futuras com cotações muito boas antes de o milho acalmar e acomodar”, aconselha Brandalizze.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho oscilou entre altas e baixas neste penúltimo dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorizações nas praças de Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT e Brasília/DF. Já as desvalorizações apareceram em Não-Me-Toque/RS, Panambi/RS, Palma Sola/SC e Oeste da Bahia.
Confira como ficaram todas as cotações nesta quinta-feira
De acordo com a análise da Agrifatto Consultoria, “em meio a queda de braço entre compradores e vendedores no mercado físico do milho, a saca em Campinas/SP volta a se aproximar dos R$ 97,00/sc”.
O analista da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, acredita que os produtores brasileiros, podem se beneficiar dessas valorizações na hora de negociar a produção da atual safra, inclusive podem abocanhar parte da demanda deixada pelos grãos ucranianos em meio as tensões no Leste Europeu com conflitos entre Rússia e Ucrânia.
Mercado Externo
Já a Bolsa de Chicago (CBOT) começou o dia batendo seus limites de alta para os preços internacionais do milho futuro, mas foi cedendo ao longo do dia, finalizando as atividades ainda positiva para as primeiras cotações.
O vencimento março/22 foi cotado à US$ 6,95 com valorização de 11,25 pontos, o maio/22 valeu US$ 6,90 com alta de 9,00 pontos, o julho/22 foi negociado por US$ 6,78 com elevação de 4,00 pontos e o setembro/22 teve valor de US$ 6,20 com perda de 8,00 pontos.
Esses índices representaram ganhos, com relação ao fechamento da última quarta-feira (24), de 1,76% para o março/22, de 1,32% para o maio/22 e de 0,59% para o julho/22, além de baixa de 1,27% para o setembro/22.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros de milho subiram para picos de oito meses depois que forças russas atacaram a Ucrânia, exacerbando as preocupações sobre a oferta global de grãos.
As forças russas invadiram a Ucrânia por terra, ar e mar, confirmando os piores temores do Ocidente com o maior ataque de um estado a outro na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
A publicação destaca que, os militares da Ucrânia suspenderam o transporte comercial em seus portos e Moscou suspendeu o movimento de navios comerciais no Mar de Azov até novo aviso, embora tenha mantido os portos russos no Mar Negro abertos.
“Com os portos fechados, isso tira uma grande quantidade de grãos do mercado global e pode enviar mais negócios para os EUA”, disse Ted Seifried, estrategista-chefe de agricultura do Zaner Group.
Anderson Galvão, destaca que a escalada das tensões entre Rússia e Ucrânia e o início dos conflitos no Leste Europeu atuaram como mais um fator de reforço para os fundamentos já bastante altistas do mercado de milho internacional. Os estoques mundiais já estão muito limitados, os Estados Unidos devem reduzir a área cultivada na próxima safra (como apontou o Outlook Forum do USDA nesta quinta-feira) e a Ucrânia (quarta maior exportadora mundial) pode ter dificuldades para se manter no mercado em meio ao conflito.
Argentina
A Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) divulgou seu informe semanal trazendo novas perspectivas para a safra de milho argentina 2021/22. Os dados levantados pelos técnicos da BCBA apontam que 3,2% das lavouras do país já foram colhidas e continuam apresentando o impacto do estresse hídrico de janeiro.
“A média nacional de rendimento médio baixo de 81,5 sacas por hectare. Isso se deve ao fato de a colheita ter começado em lotes que foram entregues com antecedência, em função do impacto da estiagem nas semeaduras antecipadas”, destaca a BCBA.
Ao mesmo tempo, “as chuvas acumuladas na última semana repõem a umidade em grandes setores do centro e sul da área agrícola nacional, em regiões que concentram uma área significativa de plantios tardios que passam por fases críticas”.
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