Milho dispara 3% em Chicago com alta tensão na Ucrânia nesta 3ªfeira
A terça-feira (22) chega ao final com os preços futuros do milho se sustentando no campo positivo da Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram até 1% mais altas e se posicionaram na faixa acima dos R$ 90,00.
O vencimento março/22 foi cotado à R$ 98,07 com elevação de 0,96%, o maio/22 valeu R$ 96,29 com alta de 1,28%, o julho/22 foi negociado por R$ 90,80 com valorização de 1,31% e o setembro/22 teve valor de R$ 90,50 com ganho de 1,33%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 sobe em cima de movimentos financeiros, vendo Chicago em alta e acreditando que os protos podem pagar um pouco mais.
“O mercado de porto varia de R$ 84,00 à R$ 88,00 e levemente melhor do que na semana passada. Internamente, o avanço da colheita no Sul e Sudeste está forçando um pouco o milho pra baixo com o mercado comprador do Sul à R$ 95,00 recuando um pouco com o pessoal vendo a safra chegando e a safrinha sendo toda plantada na janela ideal”, explica Brandalizze.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho se movimentou pouco neste segunda dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorizações apenas em Rio do Sul/SC e em Amambai/MS. Já as valorizações foram vistas nas praças de Ponta Grossa/PR, Tangará da Serra/MT e Campo Novo do Parecis/MT.
Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “com as pontas afastadas dos negócios existe um baixo volume de negociações no mercado físico paulista de milho mantendo a saca nos R$96,50/sc”.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) disparou nesta terça-feira com os preços internacionais do milho futuro retornando do feriado norte-americano do Dia do Presidente na última segunda-feira, com ímpeto altista.
O vencimento março/22 foi cotado à US$ 6,74 com valorização de 20,50 pontos, o maio/22 valeu US$ 6,72 com ganho de 19,75 pontos, o julho/22 foi negociado por US$ 6,65 com alta de 18,25 pontos e o setembro/22 teve valor de US$ 6,21 com elevação de 12,25 pontos.
Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última sexta-feira (18), de 3,06% para o março/22, de 3,07% para o maio/22, de 2,78% para o julho/22 e de 2,14% para o setembro/22.
Segundo informações da Agência Reuters, o milho atingiu seu nível mais alto desde junho, com preocupações de que o reconhecimento da Rússia de duas regiões separatistas no leste da Ucrânia possa desencadear um conflito que pode atrapalhar o fluxo dos grãos do Mar Negro.
“Este é um mercado liderado pela oferta e os suprimentos estão presos seja por causa da Rússia-Ucrânia ou por causa da seca. O mercado está tentando racionar a demanda”, disse Mike Zuzolo, presidente da Global Commodity Analytics.
A publicação ainda destaca que, os mercados de grãos têm sido particularmente sensíveis aos desenvolvimentos no impasse de Moscou com o Ocidente sobre a Ucrânia, uma vez que a Rússia e a Ucrânia respondem por uma parcela significativa da oferta mundial de exportação de trigo e uma parcela considerável dos embarques de milho.
“Traders estão avaliando o impacto de novas medidas do Ocidente para impedir uma nova incursão russa na Ucrânia depois que a Alemanha freou um novo gasoduto e a Grã-Bretanha atingiu os bancos russos com sanções”, relata Karl Plume da Reuters Chicago.
Outro fator que ajuda nas altas do cereal é que o mercado também continua monitorando o clima nas áreas de produção de milho e soja da América do Sul, bem como as condições de seca no cinturão de trigo das planícies dos Estados Unidos, onde a safra de inverno deve quebrar a dormência
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