Milho recua na B3 nesta segunda-feira após mercado "chegar no teto"
A segunda-feira (14) chegou ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3).
O vencimento março/22 foi cotado à R$ 99,34 com queda de 0,26%, o maio/22 valeu R$ 96,54 com perda de 0,31%, o julho/22 foi negociado por R$ 91,58 com desvalorização de 0,78% e o setembro/22 teve valor de R$ 91,06 com baixa de 0,71%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado já chegou no teto e agora está recuando e fazendo lucros. Para esse movimento ser revertido e novas altas aparecerem serão precisos novos fundamentos.
“Se a Argentina realmente confirmar a seca isso irá pressionar o milho na sequência, mas no momento, é um mercado de leve baixa. A colheita no Sul e no Sudeste está aumentando a velocidade e com isso aparecem novas ofertas de milho no mercado.
Nas duas primeiras semanas de fevereiro, o Brasil exportou 383.226,6 toneladas de milho não moído (exceto milho doce), de acordo com o relatório divulgado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Sendo assim, o volume acumulado nestes 9 primeiros dias úteis do mês sobe 288.660,3 toneladas do registrado até a primeira semana do mês e corresponde à 49,33% das 776.818,9 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de fevereiro de 2021.
No mesmo período, o Brasil importou 14.499,7 toneladas de milho. Isso significa que, nestes primeiros 9 dias úteis do mês, o país recebeu apenas 4,99% do que foi registrado em fevereiro de 2021 (290.097,5 toneladas). Sendo assim, a média diária de importação ficou em 1.611,1 toneladas contra 16.116,5 do mesmo mês do ano passado, redução de 90%.
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No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também contabilizou quedas. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorização apenas em Dourados/MS. Já as desvalorizações apareceram em Ponta Grossa/PR, Cascavel/PR, Pato Branco/PR, São Gabriel do Oeste/MS e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “o equilíbrio entre oferta e demanda mantém os preços do cereal nos R$ 97,00/sc, em Campinas/SP”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que os preços internos do milho seguiram praticamente estáveis na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea nos últimos dias, apesar das recentes estimativas indicando redução na produção brasileira na atual temporada.
“Esse cenário se deve ao enfraquecimento da demanda. Vendedores, por sua vez, estão concentrados na colheita de soja e sem necessidade de “fazer caixa”. Assim, os valores se estabilizaram até mesmo em regiões que vinham registrando alta nas últimas semanas, como as do Sul”, destaca a publicação.
Entre 4 e 11 de fevereiro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (referência Campinas – SP) recuou leve 0,08%, fechando a R$ 97,05/saca de 60 kg nessa sexta-feira, 11. Nessa região paulista, que é marcada por um grande número de demandantes, compradores relatam estoques confortáveis.
Mercado Externo
Já a Bolsa de Chicago (CBOT) começou o dia em baixa, mas ganhou força ao longo do dia e finalizou o primeiro pregão da semana contabilizando flutuações para os preços internacionais do milho futuro.
O vencimento março/22 foi cotado à US$ 6,55 com alta de 4,75 pontos, o maio/22 valeu US$ 6,55 com ganho de 4,75 pontos, o julho/22 foi negociado por US$ 6,50 com valorização de 5,25 pontos e o setembro/22 teve valor de US$ 6,11 com elevação de 3,75 pontos.
Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última sexta-feira (11), de 0,61% para o março/22, de 0,77% para o maio/22, de 0,78% para o julho/22 e de 0,66% para o setembro/22.
Neste primeiro dia da semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe seu novo boletim semanal de embarques de grãos com os números do milho levemente maiores do as expectativas do mercado.
Os Estados Unidos embarcaram 1,455,106 milhão de toneladas, contra expectativas de 950 mil a 1,4 milhão de toneladas. Os embarques americanos já somam 20,064,194 milhões de toneladas, volume que é 12% menor na comparação anual.
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O analista de mercado do Price Futures Group, Jack Scoville, acrescenta ainda que o milho fechou em alta já os mercados reagiram às estimativas de produção sul-americana divulgadas pela Conab no Brasil e pela bolsa de Rosário na Argentina no final da última semana.
“Ainda há respaldo como o clima e os novos relatórios WASDE que mostraram redução de produção para a América do Sul e nenhuma alteração nas estimativas de oferta e demanda dos EUA. As estimativas de produção da América do Sul foram inferiores ao USDA por uma ampla margem”, pontua.
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