Com quebra da 1ª safra e perspectiva recorde para safrinha, StoneX espera milho valorizado do 1º semestre e recuando no 2º
O início da safra de verão de milho 2021/22 foi positivo com boas chuvas no mês de outubro e altas expectativas de superar as 30 milhões de toneladas de produção. Porém, novembro e dezembro apresentaram chuvas abaixo das médias, especialmente na Região Sul e os cortes de produção foram aparecendo.
Os dados da StoneX apontavam produção de 30,4 milhões de toneladas para a primeira safra de milho em novembro, mas agora já foram reduzidos para 26,8 milhões, um corte de 3,6 milhões de toneladas, 11,8% a menos.
Diante deste cenário, a expectativa consultoria é para aperto na oferta e preços do cereal se mantendo elevados neste primeiro semestre até o início da colheita da safrinha na segunda metade do ano.
“A disponibilidade do primeiro semestre vem dos estoques de passagem mais a produção da primeira safra. Como já viemos de uma quebra de safrinha em 2021, o balanço será apertado e os preços vão continuar altos”, pontua o analista de mercado da StoneX, João Pedro Lopes.
Já para a segunda safra brasileira, a projeção é de recorde de produção com 89 milhões de toneladas, o que resultaria também em um recorde total para o país com 117,5 milhões de toneladas colhidas no ciclo todo.
O analista, no entanto, ressalta que o plantio das lavouras ainda está muito no começo e há espaço para muita acontecer pela frente. “É importante acompanhar o desenvolvimento ao longo do ano para saber a oferta, mas o cenário atual é de disponibilidade bem maior no segundo semestre e tendência de baixa nos preços”, diz.
Com a confirmação desta produção elevada, além de pressão baixista nos preços, outro indicador que deve ter alteração á a exportação do cereal, que ficou abaixo das 20 milhões de toneladas na temporada 2020/21 e pode atingir as 41 milhões em 21/22 na projeção de StoneX.
“O Brasil deve voltar ao protagonismo internacional como o segundo maior exportador de milho. As exportações foram prejudicadas pela oferta menor no último ciclo e agora deve retomar o crescimento”, indica Lopes.
Diante de tudo isso, os estoques finais também devem subir de 9,8 milhões de toneladas para 11,9 milhões, mas com uma relação estoque/uso caindo de 10,9% para 10,2%, o que indica que, apesar de mais produção e mais estoques, o consumo também vai aumentar bastante neste ciclo.
Sendo assim, o analista da StoneX destaca que qualquer problema ao longo do desenvolvimento da segunda safra de 2022 pode apertar ainda mais o quadro de oferta/demanda e causar nova pressão de alta nos preços do mercado brasileiro.
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