Conab corta 4,3 milhões de toneladas da produção total esperada de milho em 2021/22
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou seu quarto boletim de acompanhamento da safra brasileira de grãos para a temporada 2021/22 e trouxe dados sobre as três safras de milho, além de projeções sobre oferta e demanda brasileiras.
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O novo levantamento aponta que a produção total do ciclo do milho no Brasil, somando-se a primeira safra 2021/22, a safrinha 2022 e a terceira safra, será de 112,9 milhões do toneladas, este patamar ainda é 29,7% superior ao registrado na temporada passada, mas apresenta recuo diante das estimativas anteriores da entidade.
As projeções da Conab para a safra 21/22 começaram em 116,3 milhões de toneladas no relatório divulgado em outubro de 2021, subiram para 116,7 milhões em novembro e finalmente para 117,2 milhões na última divulgação do ano passado em dezembro. Sendo assim, as novas estimativas caíram 3,66% com relação ao último reporte, um corte de 4,3 milhões de toneladas no total esperado para o ciclo.
Olhando para a primeira safra, a Conab ampliou a estimativa de plantio dos 4,506 milhões de hectares divulgados no mês passado para 4,511 milhões de hectares, representando um aumento em relação à safra verão 2020/21. “A estimava indica acréscimo de área em comparação ao valor verificado na temporada passada, favorecido, principalmente, pelos bons preços pagos no grão atualmente”.
Sobre o desenvolvimento destas lavouras, que estavam 90% plantadas até o final de 2021, a publicação aponta que, “de maneira geral, as lavouras já implantadas seguem em pleno desenvolvimento e, na maioria das localidades, as condições climáticas são benéficas à cultura”.
Por outro lado, ressalta que a Região Sul “vêm registrando períodos prolongados de estiagem ou baixos níveis pluviométricos, principalmente, entre novembro e dezembro de 2021, impactando a evolução fenológica das plantas e podendo comprometer o potencial produtivo da cultura”.
Diante desta realidade, a produtividade média nacional está estimada em 5.495 quilos por hectare, 91,58 sc/ha, indicando decréscimo do rendimento médio em comparação à safra 2020/21.
“No Rio Grande do Sul, o cenário climático apresentado em dezembro de 21 foi bastante seco em diversas regiões produtoras. Com isso, a situação das lavouras tem se degradado significativamente, especialmente, naquelas áreas onde a cultura já está em fase reprodutiva, acentuando as eventuais perdas de potencial produtivo pelo carácter crítico que esses estádios fenológicos demonstram. No Paraná, a condição de escassez pluviométrica afetou a cultura com maior rigor, tendo em vista a predominância das lavouras em fases mais críticas, como floração e frutificação, que são mais suscetíveis ao déficit hídrico. A perspectiva atual é de redução no potencial produtivo em decorrência dessas restrições climáticas”, detalha o relatório.
Oferta e Demanda 20/21
Com janeiro sendo o último mês do calendário comercial para a temporada 2020/21, expectativa da Conab para a produção total da safra passada segue em 87 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 15,1% com relação ao ciclo 2019/20. O número é o mesmo estimado nos relatórios de dezembro, novembro e outubro, maior do que as 85,7 milhões de toneladas estimados no relatório de setembro e do que a 86,7 milhões estimadas em agosto, mas menores do que as projeções dos relatórios de julho (93,4 milhões), junho (96,4 milhões), maio (106,4 milhões), abril (109 milhões) e março (108,1 milhões).
Já a projeção do consumo interno caiu novamente para 71,9 milhões de toneladas, após ser estimado em 72,3 em dezembro e novembro e 73,7 em outubro. Mesmo assim, isso representa uma elevação de 4.8% comparado ao ciclo 2019/20. “A projeção é sustentada pelo desempenho das exportações da indústria de proteína animal e do aumento do consumo de milho destinado à produção de etanol”.
O esperado para a importação subiu para 3,2 milhões de toneladas após ser estimada em 2,7 milhões em dezembro e em 2,3 milhões em novembro, “diante da observação de maior volume em desembaraço aduaneiro nos portos e a necessidade de abastecimento nacional posto à possibilidade da produção de milho durante a primeira safra de 2022 inferior ao esperado”.
Para as exportações, a Conab aponta projeção de 20 milhões de toneladas, retomando ao patamar esperado em novembro após cair para 19,2 milhões em dezembro. “O montante projetado sustenta-se na observação da programação de embarques de grãos registrada nos portos brasileiros”, diz a Conab.
Sendo assim, o estoque final em 2020/21 deverá ser de 8,8 milhões de toneladas, redução de 17% em comparação à safra anterior e similar ao divulgado em dezembro, mas maior do que as últimas projeções de 7,6 milhões em novembro, 6,9 milhões em outubro, de 5,8 milhões em setembro, 5,1 milhões em agosto e 5,5 milhões em julho.
“Esse arranjo é explicado, principalmente, pela redução da produção total de milho causada pela menor disponibilidade hídrica durante o desenvolvimento das lavouras de segunda safra”, explica.
Oferta e Demanda 21/22
Para o novo ciclo do milho, a Conab espera a produção de 112,9 milhões de toneladas diante de um aumento de 23,4% na produtividade total das lavouras do cereal. O índice é inferior às 117,2 milhões de toneladas estimada em dezembro, às 116,7 milhões projetadas em novembro e às 116,3 milhões esperadas em outubro. O consumo esperado para esta nova temporada é superior ao da passada, com 76,8 milhões de toneladas.
As importações devem cair para a nova safra e ficar em apenas 1,3 milhão de toneladas. E a estimativa de exportação aponta para uma retomada das vendas ao exterior com embarque de 36,7 milhões de toneladas.
Como resultado deste cenário, o estoque final deverá ser de 9,6 milhões de toneladas, reduzindo as projeções de dezembro que foram de 13,4 milhões de toneladas, de novembro que foram de 12,5 milhões e de outubro que foram de 11,5 milhões. Mesmo assim, o estoque final deverá ser 8,7% maior do que o esperado ao término do ciclo 20/21.
1 comentário
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Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR
Tem que ser muito inocente para acreditar em relatório da Conab e do USDA. Se a quebra fosse somente isso aí, os compradores não estariam oferecendo R$100,00 pelo milho da roça.