Milho: safra verão com perdas irreversíveis deixa B3 em alta nesta 2ªfeira
A segunda-feira (13) chega ao final com os preços futuros do milho se sustentando no lado positivo da tabela na Bolsa Brasileira (B3), com as principais cotações flutuando no intervalo entre R$ 85,00 e R$ 95,00.
O vencimento janeiro/22 foi cotado à R$ 93,70 com elevação de 0,75%, o março/22 valeu R$ 95,60 com alta de 0,50%, o maio/22 foi negociado por R$ 90,40 com ganho de 1,12% e o julho/22 teve valor de R$ 85,55 com valorização de 1,24%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o milho da safra de verão já tem perdas irreversíveis no Sul do Brasil e em pontos do Sudeste, o que sinaliza que, talvez, o primeiro semestre de 2022 tenha uma oferta mais apertada.
“A B3 está com níveis levemente corrigidos para cima, também com influência de que é difícil de importar neste momento com o dólar caro. Isso é reflexo do que a seca está fazendo, existe essa dúvida de quanto milho terá nesta primeira safra”, afirma Brandalizze.
Nos oito primeiros dias úteis de dezembro, o Brasil exportou 1.156.652,3 toneladas de milho não moído (exceto milho doce), de acordo com o relatório divulgado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Este volume total representa aumento de 744.051,5 com relação as 412.600,8 contabilizadas na primeira semana do mês. Sendo assim, o volume acumulado até aqui corresponde a 23,81% das 4.856.570,1 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de dezembro de 2020.
No mesmo período, o país importou um acumulado de 147.617,6 toneladas de milho. Isso significa que, ao longo dos 8 primeiros dias úteis do mês, o país já recebeu 59,9% do que foi registrado em novembro de 2020 (246.434,8 toneladas). Sendo assim, a média diária de importação ficou em 18.452,2 toneladas contra 11.201,6 do mesmo mês do ano passado, aumento de 64,73%.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também registrou pequenos ganhos neste primeiro dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não encontrou nenhuma desvalorização, mas percebeu valorizações em Ponta Grossa/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Eldorado/MS, Amambai/MS, Oeste da Bahia e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
De acordo com a análise da Agrifatto Consultoria, “com baixo volume de negociações, o milho encerrou a semana passada praticamente estáveis nas praças analisadas. Em Campinas/SP, o cereal se mantém na casa dos R$ 87,00/sc”.
O reporte diário da Radar Investimentos ainda acrescenta que, “os últimos dias foram de alívio em boa parte das regiões produtoras do milho. Majoritariamente, as condições são favoráveis, com exceção de algumas áreas do Rio Grande do Sul. O volume negociado nas praças paulistas no físico é pequeno, com pouco interesse dos compradores”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, apesar de novas estimativas divulgadas na semana passada indicarem produções elevadas no Brasil (segundo a Conab, a produção total de milho na safra 2021/22 pode atingir 117,18 milhões de toneladas, um recorde) e no mundo, os preços do milho seguem em alta nos mercados interno e externo.
No spot nacional, segundo pesquisadores do Cepea, as cotações são sustentadas pelo clima desfavorável no Sul do País, importante produtor da safra verão. “Produtores estão atentos ao baixo volume de chuvas, que vem prejudicando o desenvolvimento das plantas”.
O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas/SP) subiu 1,38% de 3 a 10 de dezembro, fechando a R$ 88,06/saca de 60 kg na sexta-feira, 10.
Mercado Externo
Já os preços internacionais do milho futuro fecharam a segunda-feira com a Bolsa de Chicago (CBOT) negativa para os preços internacionais do milho futuro.
O vencimento dezembro/21 foi cotado à US$ 5,84 com baixa de 4,25 pontos, o março/22 valeu US$ 5,85 com desvalorização de 5,00 pontos, o maio/22 foi negociado por US$ 5,87 com perda de 4,75 pontos e o julho/22 teve valor de US$ 5,87 com queda de 4,00 pontos.
Esses índices representam baixas, com relação ao fechamento da última sexta-feira (10), de 0,68% para o dezembro/21, de 0,85% para o março/22, de 0,84% para o maio/22 e de 0,68% para o julho/22.
Segundo informações do site internacional Successful Farming, os preços futuros do milho caíram assim como o preço do petróleo bruto e também de olho no dólar mais alto e do bom clima para as safras da América do Sul.
“O tempo nos próximos dias na América do Sul parece muito bom, o que está levando os grãos a baixarem. O milho carece de novos insumos e um dólar mais forte, junto com as atualizações do Fed no final desta semana, fez o mercado cair”, disse Greg Lumsden, da Cargill Elevate.
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