Milho cai na B3 nesta 4ªfeira com falta de negócios e baixa exportação
A quinta-feira (20) chega ao final com os preços futuros do milho se movimentando pouco, mas encerrando o dia recuando na Bolsa Brasileira (B3).
O vencimento novembro/21 foi cotado à R$ 88,83 com queda de 0,49%, o janeiro/22 valeu R$ 88,61 com perda de 0,44%, o março/22 foi negociado por R$ 88,36 com desvalorização de 1,27% e o maio/22 teve valor de R$ 86,10 com baixa de 1,03%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado brasileiro segue parado sem negócios novos e sem pressão de exportação, que soma 13 milhões de toneladas acumuladas de janeiro até o meio de outubro, contra 23,8 do ano passado.
“As previsões já eram de exportar 22 milhões de toneladas nesse ano, mas não deve chegar nem aos 18 milhões e vai sobrando milho no mercado interno. Nesse ritmo que estamos talvez sobre um estoque de 10 milhões de toneladas, o que dá tranquilidade aos grandes compradores de rações, suínos e frangos”, pontua Brandalizze.
Na visão da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho não apresentou grandes mudanças nas cotações, mas o viés mostra-se de baixa. O analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, destaca que o mercado ainda se depara com perspectiva de queda no curto prazo, o que é evidenciado pelo avanço da oferta em grande parte do país.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também se movimentaram pouco e com tendência negativa nesta quarta-feira. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorizações apenas em Jataí/GO e Rio Verde/GO. Já as desvalorizações apareceram em Dourados/MS, Maracaju/MS, Campo Grande/MS, Amambai/MS e Oeste da Bahia.
Confira como ficaram todas as cotações nesta quinta-feira
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “de maneira geral, o sentimento é de alívio dos produtores com o plantio avançando bem em todo país e, principalmente, no Sul brasileiro. Outro ponto que favorece este sentimento é o aumento da frequência das chuvas. O ponto de atenção é o dólar que ficou bem volátil nas últimas sessões”.
Em Goiás, a saca do cereal encerrou a sexta-feira (15) valendo, em média, R$ 76,75 com baixa de R$ 1,49 com relação à semana anterior, conforme apontou o Boletim Semanal de Mercado do Milho, divulgado pelo Ifag (Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás).
Mercado Externo
Já os preços internacionais do milho ganharam força ao longo do dia e encerraram a quarta-feira acumulando valorizações na Bolsa de Chicago (CBOT).
O vencimento dezembro/21 foi cotado à US$ 5,39 com valorização de 9,00 pontos, o março/22 valeu US$ 5,47 com ganho de 8,75 pontos, o maio/22 foi negociado por US$ 5,51 com alta de 8,25 pontos e o julho/22 teve valor de US$ 5,51 com elevação de 8,00 pontos.
Esses índices representaram ganhos, com relação ao fechamento da última terça-feira (19), de 1,70% para o dezembro/21, de 1,48% para o março/22, de 1,47% para o maio/22 e de 1,47% para o julho/22.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho nos Estados Unidos atingiram uma alta de duas semanas na quarta-feira, apoiados pela forte demanda global, mercados à vista firmes e colheitas lentas em algumas zonas de produção.
A publicação destaca que, com a colheita de milho dos EUA mais da metade concluída, alguns usuários finais estão aumentando suas ofertas básicas enquanto trabalham para retirar suprimentos dos agricultores. As ofertas de grãos têm sido limitadas pelas chuvas que retardam o trabalho de campo no leste do meio-oeste e pelas preocupações entre os produtores sobre os custos crescentes de insumos agrícolas, como fertilizantes.
“Com o aumento dos insumos, o produtor não tem certeza de quais serão seus custos. Então, ele está vendendo o excedente (grãos) que não pode armazenar, mas segurando o resto por causa de temores inflacionários”, disse Don Roose, presidente da US Commodities, sediada em Iowa.
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