B3 ganha força e milho sobe nesta 2ªfeira impulsionado pelo dólar
Após acumular recuos na última semana e começar a segunda-feira (27) ainda em baixa, a Bolsa Brasileira (B3) mudou de direção e passou a registrar movimentações positivas para os preços futuros do milho.
O vencimento novembro/21 foi cotado à R$ 92,88 com valorização de 2,35%, o janeiro/22 valeu R$ 94,14 com alta de 2,04%, o março/22 foi negociado por R$ 93,85 com ganho de 1,92% e o maio/22 teve valor de R$ 89,13 com elevação de 1,54%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, essa elevação na B3 hoje está ligada ao dólar em alta que dificulta novos negócios na importação e começa a dar possibilidade de novas condições para voltar a fechar alguma coisa para exportação.
“O mercado basicamente está atualizando em cima do valor do dólar que está pressionando no mercado interno. As grandes indústrias do setor do milho continuam retraídas e o mercado esperando que os consumidores apareçam para as compras que serão consumidas no mês de outubro”, aponta.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca do cereal registrou volatilidade para os dois lados da tabela neste começo de semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorizações em Londrina/PR, Amambai/MS e Cândido Mota/SP. Já as desvalorizações apareceram em Não-Me-Toque/RS, Panambi/RS, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Brasília/DF e Luís Eduardo Magalhães/BA.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “a colheita do milho nos Estados Unidos, a isenção do PIS/Cofins que representa uma queda de 9,25% da taxa de importação e o aumento da frequência dos leilões de câmbio do Banco Central do Brasil devem deixar as cotações do milho mais comportados ao longo das próximas semanas”.
A análise da Agrifatto Consultoria acrescenta que, “a pressão sobre os preços do milho continua devido a boa disponibilidade da oferta do cereal, com isso o preço do cereal negociado em Campinas/SP se aproxima de R$ 90,00/sc”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, as cotações do milho estão em queda. Entre 17 e 24 de setembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas/SP) do milho caiu 3,42%, fechando a R$ 90,47/sc nessa sexta-feira, 24.
“A pressão vem sobretudo da retração de compradores, mas também do avanço da colheita da segunda safra, da redução das exportações e, mais recentemente, do andamento da semeadura da temporada de verão 2021/22. Muitos demandantes negociam apenas lotes pontuais, enquanto vendedores estão mais flexíveis nos valores, especialmente os que precisam “fazer caixa” para pagar dívidas de custeio. Esse cenário tem sido observado mesmo após as confirmações de queda na oferta, devido ao clima desfavorável, e de estoques enxutos”.
Mercado Externo
Os preços internacionais do milho futuro também encerraram o primeiro dia da semana revertendo suas posições e voltando ao lado positivo da tabela após encerrar a última semana, e começar as movimentações de segunda-feira, em baixa na Bolsa de Chicago (CBOT).
O vencimento dezembro/21 foi cotado à US$ 5,39 com elevação de 12,75 pontos, o março/22 valeu US$ 5,47 com ganho de 12,50 pontos, o maio/22 foi negociado por US$ 5,51 com alta de 12,75 pontos e o julho/22 teve valor de US$ 5,51 com valorização de 13,00 pontos.
Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última sexta-feira (24), de 2,47% para o dezembro/21, de 2,43% para o março/22, de 2,23% para o maio/22 e de 2,42% para o julho/22.
Segundo informações da consultoria SAFRAS & Mercado, o milho fechou a sessão de hoje na CBOT com preços acentuadamente mais altos, uma vez que o mercado deflagrou um movimento de recuperação técnica, buscando suporte no desempenho favorável das inspeções de exportação norte-americanas de milho.
Conforme relatório semanal divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), as inspeções de exportação norte-americana de milho chegaram a 517.539 toneladas na semana encerrada no dia 23 de setembro, enquanto o mercado esperava o número 440 mil toneladas.
A Agência Reuters acrescenta ainda que as altas do milho em Chicago vieram com o apoio dos apertados mercados à vista domésticos e da força de transbordamento dos futuros do petróleo.
A publicação relata que, o milho subiu apesar do tempo bom no meio-oeste dos EUA, o que deve promover a colheita. Os analistas, em média, espera, que o USDA, mostre a colheita em 19% completa para milho no relatório que será divulgado no final da tarde de segunda-feira.
No entanto, com a colheita ainda nos estágios iniciais, os mercados à vista permanecem relativamente firmes à medida que os processadores lutam para atender às suas necessidades imediatas. “Não há grãos suficientes no pipeline para abastecer o usuário final. Estamos tentando aumentar o mercado o suficiente para atrair o agricultor”, disse Don Roose, presidente da US Commodities, sediada em Iowa.
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