Milho fecha a 4ªfeira recuando na Bolsa Brasileira
A quarta-feira (22) chega ao final com os preços futuros do milho acumulando recuos na Bolsa Brasileira (B3), mas sem se distanciar muito da zona de estabilidade.
O vencimento novembro/21 foi cotado à R$ 92,24 com desvalorização de 0,58%, o janeiro/22 valeu R$ 93,70 com perda de 0,32%, o março/22 foi negociado por R$ 93,47 com baixa de 0,30% e o maio/22 teve valor de R$ 89,41 com queda de 0,33%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado brasileiro é um reflexo direto de que está sobrando milho.
“Tivemos indicativos de negócios para exportação na faixa de R$ 77,00 para a região de Sorriso/MT, mas a projeção é de 2,7 milhões de toneladas em setembro, que é historicamente o melhor mês de exportação. Isso dá sinais de que está sobrando muito no mercado e a B3 reflete isso”, explica.
Brandalizze acrescenta ainda que começamos o ano com escassez de milho e a safra veio complicada, mas como as exportações estão muito pequenas, vai sobrar milho e agora muita gente apareceu querendo vender.
Na avaliação da consultoria SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho deve manter um cenário de fraca movimentação nos negócios, com os compradores alegando estar bem posicionados de estoques e tentando forçar novas baixas nos preços.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, muitos consumidores estão posicionados e há oferta em algumas praças trazendo pressão sobre os preços.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registrou algumas altas e outras baixas nesta quarta-feira. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorizações em Castro/PR, Jataí/GO, Rio Verde/GO e Brasília/DF. Já as desvalorizações apareceram em Amambaí/MS, Oeste da Bahia, Itapetininga/SP e Campinas/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta quarta-feira
De acordo com a análise da Agrifatto Consultoria, “com a colheita praticamente finalizada em todo território nacional, a boa disponibilidade de milho no mercado interno volta a pressionar o mercado no interior com a saca em Campinas/SP negociada perto dos R$ 93,00”.
O reporte diário da Radar Investimentos acrescenta ainda que, “no Brasil, há alguma apreensão sobre o ritmo ou o apetite de consumo da China nos próximos meses”.
Em Goiás, os preços médios do milho caíram R$ 0,81 com relação à semana anterior e ficaram em R$ 79,79, de acordo com o Boletim Semanal de Mercado do Milho, divulgado pelo Ifag (Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás).
Já no Mato Grosso do Sul, a saca do milho apresentou valorização de 2,02% entre 13 e 20 de setembro de 2021, encerrando o período negociado a R$ 81,75. Porém, ao longo de setembro os preços do cereal recuaram 0,46% dos R$ 82,13 sacas por hectare registrados em 01/09 até o dia 20/09.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) se manteve positiva durante toda a quarta-feira para os preços internacionais do milho futuro, voltando a subir após as últimas quedas registradas.
O vencimento dezembro/21 foi cotado à US$ 5,25 com valorização de 8,50 pontos, o março/22 valeu US$ 5,33 com alta de 8,00 pontos, o maio/22 foi negociado por US$ 5,37 com elevação de 7,50 pontos e o julho/22 teve valor de US$ 5,36 com ganho de 7,00 pontos.
Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última terça-feira (22), de 1,55% para o dezembro/21, de 1,52% para o março/22, de 1,32% para o maio/22 e de 1,32% para o julho/22.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho nos Estados Unidos se recuperaram na quarta-feira de quatro sessões de quedas em uma recuperação técnica e de compra de fundos alimentada pela alta do petróleo e dos mercados de ações, mais do que compensando a pressão sazonal de uma colheita acelerada nos EUA.
Por outro lado, a publicação destaca que, os ganhos em futuros de milho foram limitados pelo aumento da oferta da safra dos EUA. “Espera-se que os agricultores façam um rápido progresso na colheita das safras em meio às previsões de clima predominantemente seco em todo o meio-oeste dos EUA e na região do Delta nos próximos 10 dias”, diz Karl Plume da Reuters Chicago.
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