Milho sobe na B3 pelo segundo dia, mas analista vê tendência de baixa à frente
Os preços futuros do milho conseguiram se manter elevados durante toda a terça-feira (14) garantindo mais um dia positivo na Bolsa Brasileira (B3).
O vencimento setembro/21 foi cotado à R$ 94,00 com elevação de 0,87%, o novembro/21 valeu R$ 94,55 com alta de 1,30%, o janeiro/22 foi negociado por R$ 95,98 com valorização de 1,51% e o março/22 teve valor de R$ 95,65 com ganho de 1,01%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado brasileiro terá uma semana com mais oferta de milho e com o produtor mais disposto a vender, o que pode pressionar o mercado levemente para baixo.
“O mercado de porto está hoje na faixa de R$ 82,00 a R$ 84,00 nos portos para exportação entre outubro e novembro. Nesse nível não tem vendedores e o milho acaba ficando todo para o mercado nacional. Desde fevereiro não temos negócios novos de exportação de milho e os volumes embarcados seguem muito abaixo”, relata Brandalizze.
No mercado físico brasileiro, a saca do cereal flutuou para cima e para baixo nesta terça-feira. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou valorizações em Brasília/DF, São Gabriel do Oeste/MS, Amambaí/MS, Oeste da Bahia e Campinas/SP. Já as desvalorizações apareceram nas praças de Panambi/RS, Ponta Grossa/PR, Pato Branco/PR, Rio do Sul/SC, Rio Verde/GO, Jataí/GO e Dourados/MS.
Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “o mercado físico do milho tem encontrado alguma sustentação de preços no Brasil Central nos últimos dias. As negociações estão travadas de maneira geral, enquanto o comprador evita fazer compras relevantes. Por outro lado, o produtor está capitalizado”.
A análise da Agrifatto Consultoria acrescenta que “a demanda sinaliza melhora do apetite e intenção de negócios, assim a semana inicia com elevação dos preços em Campinas/SP com a saca do cereal é comercializada na casa dos R$ 94,00/sc”.
As vendas de milho avançaram no Mato Grosso tanto para a safra 2020/21 quanto para a próxima 2021/22. Para o ciclo 20/21, as vendas se elevaram 3,48 pontos percentuais e chegaram à 86,69% da produção. Já para a temporada 21/22, o Mato Grosso apresentou avanço de 2,13 pontos percentuais na comercialização, totalizando 30,87% da produção estimada.
Ao mesmo tempo, a colheita da safrinha no Paraná chegou à 96% no estado, enquanto o plantio da próxima safra
Mercado Externo
Os preços internacionais do milho futuro também se sustentaram mais altos na Bolsa de Chicago (CBOT) ao longo desta terça-feira.
O vencimento setembro/21 foi cotado à US$ 5,03 com elevação de 6,25 pontos, o dezembro/21 valeu US$ 5,20 com valorização de 7,00 pontos, o março/22 foi negociado por US$ 5,28 com ganho de 6,25 pontos e o maio/22 teve valor de US$ 5,33 com alta de 6,00 pontos.
Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última segunda-feira (13), de 1,41% para o setembro/21, de 1,36% para o dezembro/21, de 1,15% para o março/22 e de 1,14% para o maio/22.
Vlamir Brandalizze aponta que, Chicago segue respondendo o que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostrou em seu último relatório divulgado no final da tarde de segunda-feira.
“Acabou reduzindo um pouco a qualidade do milho norte-americano e o mercado esperava que viesse de estável à leve melhora no relatório de ontem. Foram 58% de lavouras boas ou excelentes, na semana passada eram 59% e no ano passado eram 60%, então isso traz uma leve pressão positiva no mercado”, explica.
2 comentários
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Geovani Salvetti Ubiratã - PR
Se o dólar subir um pouco não fica um caroço no Brasil...O mundo tem fome e o grão é escasso, com as intempéries cada vez mais impactando a produção...
Verdade Sr. Geovani. E os compradores estão fazendo boquinha prá comprar o pouco de milho que resta. Quanto subir prá R$-120, ..R$-130,00 ...ai vem novamente a choradeira.
WELLISTON FRANK TEIXEIRA DOUTOR CAMARGO - PR
Estoques de passagem do Brasil é um dos mais baixos da história,... mesmo que no próximo ano safra produza um volume recorde, os estoques ainda continuarão baixos, devido à forte demanda.