Milho recua na B3 nesta 3ªfeira e acumula baixa de 8% ao longo de agosto
A Bolsa Brasileira (B3) encerra um dia de perda de forças para os preços futuros do milho nesta terça-feira (31), quando as principais cotações até começaram o dia em alta e buscando recuperação, mas encerraram o pregão caindo.
O vencimento setembro/21 valeu R$ 91,55 com desvalorização de 1,66%, o novembro/21 valeu R$ 91,62 com perda de 1,28%, o janeiro/22 foi negociado por R$ 94,01 com queda de 0,83% e o março/22 teve valor de R$ 93,70 com baixa de 1,60%.
Já na comparação mensal, os futuros do milho acumularam desvalorizações de 7,90% para o setembro/21, de 8,10% para o novembro/21, de 6,74% para o janeiro/22 e de 7,04% para o março/21, com relação ao fechamento do último dia 30 de julho.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 já se distanciou dos R$ 100,00 e podem cair abaixo dos R$ 90,00 para as posições deste ano.
“O nosso milho continua mais caro do que o milho do mercado internacional. Hoje para exportar milho, o comprador no porto está pagando na faixa de R$ 82,00 e o mercado doméstico paga hoje ao produtor de 85 a 90 reais no balcão. Então se recebe mais no milho aqui do que no mercado internacional”, diz o analista.
Brandalizze acrescenta ainda que, como não estamos fechando novos negócios de exportação e muitos navios estão sendo recomprados, isso dá tranquilidade à indústria. “Hoje tem bastante vendedor no mercado nacional e pouco comprador, porque os grandes compradores estão retraídos e querendo receber o milho que compraram na Argentina, trazendo abaixo de R$ 90,00 nos portos”.
Os preços do milho no mercado físico brasileiro também recuaram nesta terça-feira. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas valorizações em nenhuma das praças. Já as desvalorizações apareceram em Ponta Grossa/PR, Castro/PR, Rio do Sul/SC, Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT, Jataí/GO, Rio Verde/GO e Amambai/MS.
Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira
De acordo com a análise da Agrifatto Consultoria, “negócios no mercado tem melhora na fluidez com preços cedendo em algumas regiões, levando o indicador de preços em Campinas/SP a recuar para o nível de R$ 96,00/sc”.
O reporte diário da Radar Investimentos acrescenta que, “no mercado físico paulista, os consumidores evitam compor estoques neste momento”.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) também encerrou a terça-feira com operações negativas para os preços internacionais do milho futuro, estendendo as perdas registradas no dia de ontem.
O vencimento setembro/21 valeu US$ 5,34 com baixa de 6,25 pontos, o dezembro/21 valeu US$ 5,34 com desvalorização de 8,50 pontos, o março/22 foi negociado por US$ 5,42 com perda de 8,00 pontos e o maio/22 teve valor de US$ 5,47 com queda de 7,75 pontos.
Esses índices representaram recuos, com relação ao fechamento da última terça-feira (31), de 1,11% para o setembro/21, de 1,48% para o dezembro/21, de 1,45% para o março/22 e de 1,44% para o maio/21.
Já na comparação mensal, os futuros do milho acumularam perdas de 2,38% para o setembro/21, de 2,02% para o dezembro/21, de 1,99% para o março/22 e de 1,97% para o maio/21, com relação ao fechamento do último dia 30 de julho.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros de grãos da Bolsa de Valores de Chicago caíram para seus preços mais baixos das últimas semanas na terça-feira, uma vez que os danos às instalações de exportação dos Estados Unidos causados pelo furacão Ida alimentaram preocupações entre os traders.
Analistas ouvidos pela Reuters destacaram que, a incerteza sobre a duração das interrupções nos embarques da Costa do Golfo, que responde por cerca de 60% das exportações dos EUA, abalou os mercados em um momento em que a oferta global de grãos está apertada e a demanda da China é forte.
Na Louisiana, o furacão Ida danificou um elevador de exportação de grãos da Cargill Inc, enquanto a transportadora CHS Inc alertou que uma instalação pode ficar sem energia por semanas.
“Há muita incerteza sobre o Golfo. Ninguém sabe se é algo que vai durar dias, semanas ou meses”, disse Jim Gerlach, presidente da corretora A/C Trading.
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