Deral prevê produção de 5,9 milhões de toneladas de milho na segunda safra 2020/21
O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, reduziu novamente a previsão de produção de milho da segunda safra 2020/21. A nova estimativa é de que sejam produzidos 5,9 milhões de toneladas, queda de 186 mil toneladas em relação ao que se previa em julho.
Se fosse uma safra normal e seguisse a previsão inicial, os produtores estariam colhendo 14,6 milhões de toneladas. A redução é consequência da longa estiagem enfrentada pelo Paraná, das duas geadas mais fortes deste ano e da incidência de pragas, sobretudo a cigarrinha, que provoca a doença conhecida como enfezamento.
“A perda no campo é de 8,7 milhões de toneladas e isso está impactando o mercado em termos de abastecimento”, disse o técnico do Deral, Edmar Gervásio. Segundo ele, o Estado pode precisar buscar fora em torno de 5 milhões de toneladas, o que já começa a ocorrer com milho vindo até do Nordeste do País e de países como Paraguai e Argentina.
TRIGO – Entre as culturas de inverno, o Deral reduziu também a estimativa de produção do trigo. Em julho, projetava-se 3,9 milhões de toneladas. Agora, foi rebaixado para 3,7 milhões, mas ainda assim superior à anterior, de 3,2 milhões de toneladas. Também houve correção de área, passando de 1.136 mil hectares para 1.213 mil. “A produção chegaria a 4 milhões de toneladas se não tivessem perdas”, disse o agrônomo Carlos Hugo Godinho.
Por enquanto, as perdas são de 7% em relação ao potencial, principalmente por causa das geadas no Oeste e pela manutenção da seca no Norte do Estado. No entanto, há previsão de chuvas para os próximos dias. “Caso se confirmem, dão condição bastante favorável para não perder mais, e aquelas que ainda têm possibilidades, de se desenvolverem muito bem”, afirmou Godinho.
CEVADA – Ainda em relação às culturas de inverno, apesar das duas geadas mais fortes, ainda se mantém a previsão de colheita de 355 mil toneladas, o que representa aumento de 31% em relação ao ano passado. “Vamos manter safra cheia nos núcleos de Guarapuava e Ponta Grossa”, confirmou o agrônomo Rogério Nogueira.
Segundo ele, em Ponta Grossa a qualidade do produto é muito boa, com 87% em desenvolvimento, ainda que as geadas tenham atingido áreas mais baixas. “Ainda não está quantificada a perda, mas podemos ter prejuízo de 5%”, disse Nogueira. Em Guarapuava, cuja produção corresponde a 60% da área do Estado, a cevada está boa e deve ter safra cheia.
CAFÉ – O Estado tem área de 35 mil hectares com cafeicultura e previsão de colher próximo de 870 mil sacas. Por enquanto, 89% da safra já estão colhidos e 19%, comercializados. Segundo o agrônomo Paulo Sergio Franzini, a venda está um pouco abaixo do percentual médio das últimas safras. “Isso se justifica por conta do atraso na colheita, e pela recuperação dos preços, o que leva os cafeicultores a segurar um pouco para comercializar”, disse.
A geada afetou bastante a cultura, que é perene e pode demorar mais para se recuperar. Pelos dados preliminares, 20% das lavouras não foram atingidas. Das 80% prejudicadas, 40% foram de forma leve, com queima de folhas laterais e ponteiros; 25% também tiveram os ramos atingidos; e para 15% os danos foram severos, com queima também do tronco.
A Câmara Setorial do Café do Paraná tem feito reuniões para discutir medidas que possam ajudar os cafeicultores. “O Paraná já foi o grande produtor nacional de café e hoje, mesmo não tendo uma área territorial expressiva, é uma cultura muito importante do ponto de vista socioeconômico para dezenas de municípios”, afirmou Franzini. “Analisamos alternativas de políticas públicas para pelo menos manter os produtores na atividade, pois se sair é difícil retornar.”
MANDIOCA – O levantamento de previsão da safra de verão para a mandioca será apresentado em setembro, mas o plantio já começou. No ano passado, o produtor teve problemas tanto na produção quanto na comercialização, sobretudo em razão das mudanças de hábitos e dos isolamentos provocados pela pandemia, que levaram à quase paralisação das indústrias de fécula.
Segundo o economista Methodio Groxko, uma preocupação adicional, sobretudo na região Noroeste do Estado, é o preço do arrendamento de terras. Como a mandioca concorre com o milho e a soja, o preço teve grande elevação. “O produtor de mandioca não está conseguindo mais manter a cultura nessas regiões, principalmente em Paranavaí, e está havendo deslocamento para São Paulo e Mato Grosso”, disse.
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Geraldo Emanuel Prizon Coromandel - MG
Dispense-se o Deral e contrate-se o Sr. Dilvo Grolli, Presidente da Coopavel, seria mais barato e mais acertivo.