Preço do milho cai pouco em 2ªfeira de movimentos técnicos na B3
A Bolsa Brasileira (B3) encerra as atividades desta segunda-feira (23) com os preços futuros do milho perdendo força na reta final do dia e fechando levemente mais baixos após atuar durante todo o pregão com leves ganhos.
O vencimento setembro/21 foi cotado à R$ 95,25 com desvalorização de 0,76%, o novembro/21 valeu R$ 95,92 com baixa de 0,60%, o janeiro/22 foi negociado por R$ 97,41 com perda 0,55% e o março/22 teve valor de R$ 97,49 com queda de 0,62%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 está com movimentações pequenas e movimentos técnicos porque o mercado enxerga essa, como uma semana de corrida de colheita com previsões de chuva para o final de semana e os produtores querendo tirar os grãos do campo antes de possíveis danos pelas precipitações.
“A semana começa com mais ofertas e os compradores levando da mão para a boca. Mas trabalhando muito ajustados aqui dentro, pouco milho e demanda fortíssima”, pontua.
Na terceira semana de agosto o Brasil exportou 813.624,7 toneladas de milho não moído (exceto milho doce), de acordo com o relatório divulgado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Agora, no acumulado do mês, o país embarcou 2.946.812,5 toneladas nos 15 primeiros dias úteis do mês.
Este volume representa acréscimo de 48,5% do total alcançado durante o mês de julho de 2021 (1.983.371). Por outro lado, segue atrás das 6.243.786,6 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de agosto 2020, 52,8% a menos.
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Ao mesmo tempo, o Brasil já importou 82.473,3 toneladas de milho não moído, exceto milho doce. Somente nestes 15 primeiros dias de agosto de 2021, o país já ultrapassou em 18,4% o total registrado em agosto de 2020 (69.620 toneladas). Sendo assim, a média diária de importação ficou em 5.498,2 toneladas contra 3.315,2 do mesmo mês do ano passado, aumento de 65,85%.
No mercado físico brasileiro, os preços do milho recuaram em diversas praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas neste primeiro dia da semana. As desvalorizações apareceram em Ponta Grossa/PR, Ubiratã/PR, Londrina/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Itiquira/MT, Brasília/DF, São Gabriel do Oeste/MS, Eldorado/MS, Amambai/MS, Luís Eduardo Magalhães/BA e Cândido Mota/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “as cotações no mercado físico têm cedido gradativamente, mesmo sem grandes volumes negociados. Este movimento pode ser explicado pelo comportamento dos compradores, com as granjas e indústrias cautelosas em formar estoques e o governo sinalizando uma possível redução das tarifas de importação”.
A análise da Agrifatto Consultoria acrescenta que, o mercado físico do milho está “estável com saca negociada nos níveis de R$ 99,00/sc em Campinas/SP, com poucas ofertas em níveis elevados e o comprador precisando pagar os preços para garantir seus estoques”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, “compradores de milho seguem afastados do mercado spot nacional, com expectativa de melhores oportunidades nas próximas semanas”.
Segundo colaboradores do Cepea, esses agentes estão fundamentados no avanço da colheita e nos vencimentos de dívidas de custeio no fim de agosto e de setembro, que podem levar vendedores a aceitarem negociar novos lotes a preços menores, no intuito de “fazer caixa”. “Por enquanto, a maior parte dos produtores também segue retraída do mercado”.
Diante disso, as negociações estão lentas no mercado spot, e os preços, em queda. Entre 13 e 20 de agosto, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas-SP) caiu 1,08%, fechando a R$ 98,79/saca de 60 kg na sexta-feira, 20
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) até começou a segunda-feira esboçando altas, mas perdeu força e encerrou o primeiro dia da semana caindo para os preços internacionais do milho futuro.
O vencimento setembro/21 foi cotado à US$ 5,38 com perda de 0,75 pontos, o dezembro/21 valeu US$ 5,35 com desvalorização de 1,50 pontos, o março/22 foi negociado por US$ 5,43 com baixa de 1,25 pontos e o maio/22 teve valor de US$ 5,48 com queda de 1,25 pontos.
Esses índices representam perdas, com relação ao fechamento da última sexta-feira (20), de 0,37% para o dezembro/22, de 0,18% para o março/22 e de 0,18% para o maio/22, além de estabilidade para o setembro/21.
Segundo informações da Agência Reuters, o milho ficou de estável a mais fraco, limitado pelas previsões de uma grande safra nos Estados Unidos e preocupações com a demanda dos produtores de biocombustíveis, após a notícia na semana passada de que a Agência de Proteção Ambiental recomendaria a redução dos mandatos federais de mistura de biocombustíveis.
Karl Plume, da Reuters Chicago, relata que os futuros de grãos caíram drasticamente na semana passada, já que as preocupações com o crescimento econômico global e o aumento das infecções por coronavírus pressionaram os mercados mais amplos. Os preços do petróleo bruto e dos metais subiram na segunda-feira, depois que a caça a pechinchas levou os mercados de ações à alta na Ásia e na Europa.
“As macros estão tirando o pé da garganta das commodities hoje, exceto milho. Os comerciantes ainda estão muito nervosos sobre os RINs de biocombustíveis e que tipo de exclusões serão dadas aos refinadores”, disse Mike Zuzolo, presidente da Global Commodity Analytics.
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