Preço do milho cai na B3 nesta 4ªfeira e inicia tendência de baixa, diz Brandalizze

Publicado em 28/07/2021 16:49 e atualizado em 28/07/2021 17:55
Analista aponta que avanço das colheitas e aumento das importações podem aumentar a oferta e pressionar cotações após mercado atingir o teto

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Na Bolsa Brasileira (B3) a quarta-feira (28) foi de leves recuos para os preços futuros do milho, com os contratos do cereal devolvendo parte dos ganhos acumulados nos últimos dias. 

O vencimento setembro/21 foi cotado à R$ 101,59 com desvalorização de 0,93%, o novembro/21 valeu R$ 101,90 com perda de 0,88%, o janeiro/22 foi negociado por R$ 102,40 com baixa de 0,82% e o março/22 teve valor de R$ 102,19 com queda de 0,72%. 

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a colheita da segunda safra começa a ganhar ritmo em muitos dos estados brasileiros e esses novos volumes entrando no mercado vão pressionar o mercado. 

Outro ponto destacado por Branadalizze é que as importações de milho no Brasil estão crescendo com o cereal chegando nos portos nacionais abaixo dos R$ 90,00 e ajudando a aumentar a oferta nos próximos dias. 

“A B3 mostra uma tendência de baixa e podemos entrar nos primeiros dias de agosto com os preços em queda. As cotações não vão despencar porque este é um ano de mercado firme, mas o mercado já subiu ao teto e vamos ter essa pressão de baixa com muito milho chegando”, diz. 

O analista ainda relata que, esta safra brasileira veio com potencial produtivo de 90 milhões de toneladas e existia a expectativa de perda de 30 milhões para fechar a produção em 60 milhões de toneladas, mas já existe a possibilidade de chegar em 65 milhões com perdas menores do que o esperado. 

Mercado Físico 

O mercado físico do milho brasileiro seguiu em alta nesta quarta-feira, mas começou a apresentar as primeiras quedas dos últimos dias em algumas das praças pesquisadas. No levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, Tangará da Serra/MT e Campo Novo do Parecis/MT já registraram recuos. 

Por outro lado, Ubiratã/PR, Castro/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Maracaju/MS e Campo Grande/MS continuaram a contabilizar valorizações nos preços da saca. 

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, as cotações do mercado físico do milho vinham seguindo firmes nesta semana, mas a colheita em todo vapor na América do Sul já deixava o produtor cauteloso com o clima e o dólar e negociando apenas volumes mínimos. 

No Mato Grosso do Sul, por exemplo, os preços terminaram a última semana estáveis em R$ 88,13 enquanto a colheita segue atrasada, com apenas 4,1% finalizados, e as lavouras acumulando prejuízos com o clima, o que levou a Famasul a classificar apenas 1% das áreas como em boas condições. 

Já em Goiás, com a colheita chegando aos 20%, o Ifag apontou que a saca do milho subiu R$ 1,99 na semana chegando aos R$ 79,20 na média estadual. 

Mercado Externo 

Já os preços internacionais do milho futuro começaram o dia em campo misto e próximos da estabilidade, mas passaram a subir na Bolsa de Chicago (CBOT) ao longo da quarta-feira.  

O vencimento setembro/21 foi cotado à US$ 5,49 com elevação de 0,50 pontos, o dezembro/21 valeu US$ 5,49 com alta de 2,75 pontos, o março/22 foi negociado por US$ 5,56 com valorização de 3,00 pontos e o maio/22 teve valor de US$ 5,60 com ganho de 2,75 pontos. 

Esses índices representaram elevações, em comparação com a última terça-feira (28), de 0,18% para o setembro/21, de 0,55% para o dezembro/21, de 0,54% para o março/22 e de 0,36% para o maio/22. 

Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho de Chicago se firmaram, mas o comércio ficou agitado, já que os corretores pesaram os temores de uma queda nas avaliações da safra contra as previsões de temperaturas mais amenas na próxima semana e a lenta demanda de exportação para suprimentos dos Estados Unidos. 

Julie Ingwersen da Reuters Chicago, relata que os futuros de milho subiram após um início agitado, pois os participantes do mercado aguardavam novas orientações. As condições de seca que afetam partes do cinturão de safra do meio-oeste deram apoio, com a soja se aproximando de sua fase principal de formação de frutos no mês que vem. 

“As safras dos EUA estão no auge com agosto quase chegando, e assim o clima do meio-oeste começa a assumir maior importância”, disse Tobin Gorey, diretor de estratégia agrícola do Commonwealth Bank of Australia. 

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Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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2 comentários

  • Francisco Sao joao dos patos - MA

    Concordo plenamente com o Felipe, até porque os preços de insumos dispararam como nunca, não vejo razão técnica e muito menos fundamentalista para milho abaixo de 100 …

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  • Felipe Bettini Rabello Campinas

    Tendência de baixa o escambau. É uma correção para continuar tendencia de alta. Ccmx21 vai bater 110 logo mais.

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    • Diego Martins Ponte Nova

      Enquanto alguns especulam, produtores de carne e ovos assumem prejuízos imensos, principalmente os pequenos e quem não exporta! Como um produto primário pode assumir valores tão irreais? Como o governo quer controlar inflação de alimentos com tamanho disparate? Absurdo!

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    • Rodrigo Polo Pires

      Sr. Diego, não são os especuladores, tampouco os produtores, que estão tentando ferrar com os granjeiros, e sim as cooperativas e grandes tradings, pagando pouco pelo milho de quem não tem armazém na propriedade para encher os silos e depois cobrar o olho da cara de voces...

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    • Rodrigo Polo Pires

      O BC do Brasil errou sim ao deixar o real se desvalorizar tanto, eu disse aqui diversas vezes que desvalorizar moeda é transferir dinheiro diretamente do bolso do assalariado para produtores que tem seus produtos exportados em dólar.

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    • Diego Martins Ponte Nova

      Sr Rodrigo, não quis dizer que os produtores estão ferrando com os granjeiros, mas sim que existe um desequilíbrio imenso de mercado que não é só causado por estoques, mas sim por especulação e pelo fato de o produtor estar muito capitalizado. E teremos sim problemas inflacionários sérios, pois em diversas regiões estão deixando de produzir hortifrutigranjeiros para produzir milho. E falar que é somente os atravessadores não faz sentido.

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    • Diego Martins Ponte Nova

      Tamanho desajuste de preço comparado ao custo não faz sentido: estoura um lado da cadeia em benefício da outra. Por que não produzir carne e demais produtos acabados para agregar valor? Porque as legislações são muito mais rígidas para produtos acabados do que para grãos, além da cadeia do frio. Somado ainda a protecionismo... então vivenciamos a situação de hoje, somada ao fato do governo precisar de dinheiro e forçar essa confusão do câmbio. Vamos ver ano que vem ao longo das eleições como vai ser... e vamos ver as importações de grãos idem...

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Sr. Diego, muitos produtores Brasil afora venderam milho a menos de 40 pilas, vai tudo pro lombo de caminhão rumo ao porto. Hoje grande parte dos produtores tá empatando a safrinha, ... com os custos nas alturas, acabou esse negócio de capitalização.

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    • Luiz Fernando Ehlers Cidade Gauchá - PR

      Com todo respeito, mas o pessoal tem que aprender a guardar na fartura para conseguir atravessar a crise ... assim como o produtor é orientado a fazer, ... depois de anos, a moeda virou de lado.

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    • Álvaro Henrique Mello de Souza Ponta Porã - MS

      Vocês falam falam falam, mas poucos sabem o que é fazer, ... a economia vai muito bem obrigado e commodities valorizaram por si só, não por causa do BC, muito lero lero à toa, tudo subiu, aí subiu milho também... Soja, preço de arroba de boi, boi preço de algodão e milho preço de soja, não tem nada haver com banco central!!!!!!

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    • Rodrigo Polo Pires

      Alvaro, voce gosta de uma mamata também, né? Como diz a música do meu amigo Carlos Magrão, o que é que há o que é que tem... uma tetinha nunca fez mal prá ninguém...

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    • Hilario Bussolaro Cascavel - PR

      O mais engraçado em tudo isso e que escuto pessoas que não produzem nada falar do agro só sabem o que e divulgado e como sempre só o preço e muito simples falar de quem produz a céu aberto, falar não custa nada só não esqueçam que no país quem produz fica com a menor parte, as tais cooperativas ganham mais de 20 reais por saca da milho pra revender no balcão e só vcs ir lá olhar os preços na tabela de compra e venda tem isso esposo, sem contar os descontos que acompanham a entrega do produto nas mesmas, pessoal esperimente o dia a dia do agricultores mas não só os donos de áreas e sim dos arrendatários tbm quem sabe vcs vão ter uma ideia melhor

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    • EDMILSON BERGHAHN CAMPO NOVO DO PARECIS - MT

      E a grande perda por SECA e GEADA? Inúmeros produtores de milho não conseguirão cumprir seus contratos com as traidings. Temos que analisar estes fatos também. Quando vendíamos milho aqui no MT a 18 reais (que não cobria o custo) quem foi beneficiado?? Quem dita o preço é o mercado mundial. Épocas favorecem o produtor e em outras o consumidor. A mais antiga lei...Oferta x Procura.

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    • Diego Martins Ponte Nova

      Sr Rodrigo, o custo do grão pode até estar alto, mas não é mais alto que o de carnes, principalmente para pequenos e médios produtores e quem não exporta, que já está no prejuízo a quase 8 meses, e provavelmente irá ficar até o ano que vem. Quanto a guardar na época boa para quando estiver dando prejuízo, é lógico que isso é feito! O que estou alertando é que total desbalanço deste deixa o mercado na mais de poucos, e este é o caminho do mercado de carnes hoje.

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