Milho sobe forte na B3 e interior do BR com oferta cada vez mais apertada

Publicado em 05/07/2021 18:06

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A segunda-feira (2) terminou com os preços do milho registrando boa valorização na B3 - o mercado futuro brasileiro - e puxou também os indicativos no mercado físico do cereal. A preocupação com a oferta tem se intensificado internamente, principalmente depois das geadas no final de junho e início de julho, que tiraram ainda mais da safrinha deste ano. 

No pregão desta segunda, os futuros do cereal subiram entre 1,97% a 2,76%, levando o o julho a R$ 94,03 e o setembro a R$ 97,39 por saca. Ao longo do dia, os ganhos chegaram a passar de 3% e alguns vencimentos mais longos voltaram a testar os R$ 100,00 por saca. 

Dessa forma, e com o dólar subindo 0,69% para R$ 5,09, os preços do milho no interior do Brasil chegaram a subir até 5%, como foi o caso de Primavera do Leste, em Mato Grosso, onde a saca fechou o dia com R$ 73,50. Em Ponta Grossa, no Paraná, alta de 1,19% para R$ 85,00. Base Campinas/SP, alta de 2,08% para R$ 98,00. 

"O Paraná, neste segundo semestre, vai precisar de 10 milhões de toneladas para atender sua demanda interna. Somos o primeiro produtor de aves do Brasil, segundo produtor de suínos e terceiro de leite. E hoje essa segunda safra que seria de 13 será de 6 milhões de toneladas. Por isso que o preço subiu e teremos que trazer esse milho de algum lugar", relata Dilvo Grolli, presidente da Coopavel, relatando o déficit já esperado para o estado de quatro milhões de toneladas do grão somente neste segundo semestre de 2021.

>> Após clima ruim, déficit de milho no PR será de pelo menos 4 mi de t apenas no 2º semestre de 2021

Algumas casas de consultoria já começam a revisar seus números finais de produção", explica a Agrinvest Commodities nesta segunda-feira (5). "Os impactos finais da geada ainda são incertos, mas trazem forte alta para as cotações". 

Entre elas, está a AgRural, que baixou sua estimativa para a segunda safra de milho do centro-sul do país para 54,6 milhões de toneladas, volume 5,4 milhões menor do que a projeção anterior. 

"Parte dessa redução de 5,4 milhões de toneladas deveu-se a ajustes negativos de produtividade provocados pela estiagem (causa principal dos cortes realizados nos meses anteriores), mas desta vez o principal motivo do ajuste foram mesmo as geadas", informa o boletim da consultoria. 

Para Vlamir Brandalizze, apesar destas altas, a semana que começa hoje deve ser de ritmo mais intenso da colheita e dos produtores segurando um pouco mais suas novas vendas.  "O mercado do milho nesta nova semana deverá ter ritmo de colheita crescendo, mas tudo aponta que boa parte dos produtores irá segurar as ofertas para esperar definição de que rumo irá tomar o mercado, sendo que alguns continuam apostando em patamares recordes que já
foram batidos neste ano", afirma o consultor. 

Todavia, ele lembra ainda da possibilidade de importação de produto por parte dos compradores de alguns estados onde o milho importado poderia se mostrar mais competitivo. 

"O certo é que iremos ter um segundo semestre com indicativos fortes e demanda maior que a oferta", acredita Brandalizze. 

Na Bolsa de Chicago, após o feriado do Dia da Independência, negócios serão retomados na noite desta segunda-feira:

>> Sem referência de Chicago, as atenções se voltaram para alta do milho no Brasil. Cereal brasileiro está mais caro que o argentino

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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