B3 precisa ampliar limite de alta para acomodar valorização do milho nesta 3ªfeira
A terça-feira (29) chega ao final com os preços do milho subindo no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações apenas nas praças do Oeste da Bahia e Brasília/DF.
Já as valorizações apareceram em Ponta Grossa/PR, Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Jataí/GO, Rio Verde/GO, São Gabriel do Oeste/MS, Eldorado/MS, Amambai/MS e Cândido Mota.
Confira com ficaram todas as cotações nesta terça-feira
De acordo com o reporte diário da Radar investimentos, “a chegada de uma frente fria rigorosa, com geadas no Paraná trouxe cautela no mercado físico brasileiro de milho. O fato de o dólar ter mostrado sustentação também segurou os preços no mercado físico”.
A análise da Agrifatto Consultoria acrescenta que, “no mercado físico, o milho começa a semana com o preço estável nas principais praças do país, em Campinas/SP o cereal está sendo avaliado na casa dos R$ 86,00/sc. Enquanto aguardam preços mais atrativos, os vendedores seguram a produção baseados no andamento da colheita e na confirmação da redução das produtividades”.
A consultoria SAFRAS & Mercado destaca que o mercado brasileiro de milho opera em ritmo lento nos negócios, avaliando o efeito do frio e das geadas nas lavouras de safrinha. “O mercado brasileiro abriu a semana bastante focado nas geadas previstas, com potencial para resultar em problemas em relevantes regiões produtoras, a exemplo do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e até mesmo no sul de Minas Gerais”.
O último levantamento da SAFRAS & Mercado demonstra que a colheita da safrinha 2021 de milho atingia 1,6% da área estimada de 14,402 milhões de hectares até a sexta-feira (25). Os trabalhos atingem 0,2% no Paraná, 1% em Mato Grosso do Sul, 0,5% em Goiás e 3,2% em Mato Grosso. No mesmo período do ano passado, a colheita atingia 11,6% da área estimada de 13,270 milhões de hectares. A média de colheita dos últimos cinco anos para o período é de 10,7%.
B3
Os preços futuros do milho tiveram um dia de grande elevação e atingiram os limites de altas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registraram movimentações positivas entre 5,00% e 7,00% ao final da terça-feira.
O vencimento julho/21 foi cotado à R$ 91,52 com valorização de 5,00%, o setembro/21 valeu R$ 92,83 com ganho de 5,00%, o novembro/21 foi negociado por R$ 95,95 com alta de 7,00% e o janeiro/22 teve valor de R$ 99,32 com elevação de 7,00%.
As elevações foram tão fortes que a Bolsa Brasileira precisou reformular seu limite de altas passando de 5% para 7%, excepcionalmente para as movimentações desta terça-feira (29) a partir das 16h15.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, as cotações da B3 em alta são reflexo das geadas que trouxeram impactos irreversíveis nas lavouras em fase de alto risco ainda com grãos moles.
“Eram as melhores lavouras de milho do Paraná essas que sofreram com as geadas. Ainda vai haver mais perdas no estado, assim como na parte sul do Mato Groso do Sul e alguns pontos da divisa de Paraná e São Paulo. É menos milho e isso dá reflexo na cotação”.
Brandalizze destaca ainda que, além de menos milho, as geadas tiram qualidade do milho colhido, quebrando e ardendo os grãos, deixando ainda menos milho com qualidade de exportação.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) também subiu para os preços internacionais do milho futuro nesta terça-feira. As principais cotações registraram movimentações positivas entre 0,75 e 19,00 pontos ao final do dia.
O vencimento julho/21 foi cotado à US$ 6,94 com valorização de 19,00 pontos, o setembro/21 valeu US$ 5,59 com alta de 1,00 ponto, o dezembro/21 foi negociado por US$ 5,48 com ganho de 1,25 pontos e o março/22 teve valor de US$ 5,55 com elevação de 0,75 pontos.
Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última segunda-feira, de 2,81% para o julho/21, de 0,18% para o setembro/21, de 0,18% para o dezembro/21 e de 0,18% para o março/22.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros de grãos da Bolsa de Valores de Chicago subiram na terça-feira, com os traders ajustando as posições antes de um relatório dos Estados Unidos sobre o plantio da safra e continuando a se preocupar com os riscos de clima desfavorável.
Os analistas, em média, esperam que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) aumente sua estimativa para o plantio de milho em cerca de 3% a partir de março, de acordo com uma pesquisa da Reuters. Ainda assim, alguns traders continuam nervosos sobre o potencial do clima quente ou seco para prejudicar os rendimentos quando os estoques da safra estão baixos.
“O problema é que pouca chuva está na previsão para as áreas secas e muita chuva está na previsão para as áreas que já estão muito úmidas. Todos esses problemas climáticos são preocupantes, uma vez que os EUA precisam ver uma produtividade de milho quase recorde”, disse Tomm Pfitzenmaier, analista da Summit Commodity Brokerage.
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