Milho mais caro do mundo no Brasil freia as exportações e pode provocar movimento de washout para abastecer mercado interno
O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgou, por meio da Secretaria de Comércio Exterior, seu relatório semanal que aponta as exportações acumuladas de diversos produtos agrícolas até a quarta semana de abril.
Nestes 15 dias úteis do mês, o Brasil exportou 130.147,3 toneladas de milho não moído. Este volume representa elevação de 23.785 toneladas com relação ao exportado até a terceira semana de abril (106.362,3) e é apenas 44% do total contabilizado durante o último mês de março (294.489,1)
Até aqui, no quarto mês do ano, o país já embarcou 1.943% de tudo o que foi registrado durante abril de 2020 (6.696,5).
Com isso, a média diária de embarques ficou em 8.676,5 toneladas, patamar 32,2% menor do que a média do mês passado (12.798,1 toneladas). Em comparação ao mesmo período do ano passado, a média de exportações diárias é 2491,36% maior do que as 334,8 do mês de abril de 2020.
Em termos financeiros, o Brasil exportou um total de US$ 31.283,50 no período, contra US$ 4.334,20 de todo abril do ano passado. Já na média diária, o atual mês contabilizou aumento de 862,39% ficando com US$ 2.085,60 por dia útil contra US$ 216,70 em abril de 2020.
Já o preço por tonelada obtido registrou queda de 62,86% no período, saindo dos US$ 647,20 no ano passado para US$ 240,40 neste mês de abril.
“Hoje se fala em algo entre 20 e 25 milhões de toneladas já comprometidas com a exportação, existe a expectativa de chegar a 35 milhões e, se isso acontecer, vai ficar extremamente crítico o abastecimento interno, mas hoje a exportação está parada”, destaca o analista da Germinar Corretora Roberto Carlos Rafael.
O analista aponta que, a B3 opera na faixa de R$ 97,00 o milho para setembro, enquanto a exportação paga no porto R$ 83,00 e nesse patamar não há negócios. “Pode ser que tenhamos uma entrada significativa de washout no mercado porque estamos vivenciando um outro momento de preços em uma paridade de importação”, diz.
Rafael ainda ressalta que, hoje o milho brasileiro é o mais caro do mundo. “Conversando com um grande player mundial que compra milho aqui, na Colômbia, nos Estados Unidos e Argentina, ele falava que na Argentina estava na faixa de US$ 220,00 para comprar e colocar na empresa dele e aqui no Brasil estava US$ 283,00. Esse preço é extremamente atrativo para as traders virarem o produto que estava previamente previsto para exportação”.
1 comentário
Preços do milho para 2025 são os melhores em 2 anos para vendas antecipadas
Chegada das chuvas aumenta a incidência da cigarrinha-da-pastagem
Demanda forte mantém milho com altas em Chicago nesta sexta-feira
USDA informa nova venda de milho à Colômbia nesta 6ª (20)
Futuros do milho abrem a 6ªfeira com altas em Chicago ainda sustentadas por boa demanda de grãos dos EUA
Radar Investimentos: Mercado de milho no Brasil apresenta um cenário misto
Edmundo Taques Ventania - PR
Naqueles contratos de 90-100 reais o saco de soja vai rolar Washout também?? Onde eu assino??
Se existe a Lei da oferta, eu quero é saber o porquê do trigo não estar subindo nas cooperativas....
Sempre tem aqueles que tentam mudar o rumo de um mercado que tem tendencia de alta , se o milho da Argentina esta U$ 220,00 a tonelada por que o sul do pais ( Paraná , Santa Catarina e Rio Grande do Sul ) esta comprando milho do MT pagando mais caro que isso e ainda pagando um frete rodoviário bem caro pra ter milho disponível ? Gostaria somente de uma explicação que fosse mais coerente . Washout existe sim , mas a quebra da safrinha este nobre analista já precificou ? já contabilizou ?
E ai a ABIOVE vai ameaçar criar lista negra de Traders que não irão cumprir o contrato também?!? Vamos lá ABIOVE, pelo menos para manter a coerência e o que lhes resta de credibilidade junto aos produtores. E depois de tudo isso ainda se acham no direito de taxar o produtor rural de caloteiro!!! E ai Abiove, quem são os caloteiros?? Gente indecente!!!
ABIOVE, na verdade as suas empresas associadas não tiveram coragem de colocar seus nomes À tapa e criaram essa associação, mas todos sabem que são os sócios... Na verdade essas empresas são um puxadinho dos Europeus/Eua, vestem a camisa deles. Me admira muito a empresa associada: A ..G.I (restante das letras voces coloquem no meio ... uma empresa que se diz genuinamente brasileira). Tá na hora de cancelarmos essas empresas. Vamos comercializar direto, com as cooperativas ou com empresas que realmente vestem a camisa do produtor BRASILEIRO.
Hahaha!!! o mundo não tem milho e vai comprar onde tiver ou acha que vão fazer mágica..., o custo de produzir no Brasil também e mais alto que muitos países, aí ninguém fala nada, ... milho desse ano não vai dar nem para abastecer mercado interno. Quem quiser vai ter que pagar mais.