Milho recua na B3, mas segue rondando os R$ 100,00 e com tendência de alta
A quarta-feira (07) chega ao final com os preços do milho elevados no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas desvalorizações em nenhuma das praças.
Já as valorizações apareceram em Pato Branco/PR, Ubiratã/PR, Londrina/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Eldorado/MS, Campinas/SP, Cascavel/PR, Não-Me-Toque/RS, Panambi/RS, Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT e Ponta Grossa/PR.
Confira como ficaram todas as cotações nesta quarta-feira
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “a chuva retornou com vigor nas principais áreas de milho no Mato Grosso, Goiás, Minas Gerias e Rondônia. No entanto, o sentimento de cautela continua, uma vez que os negócios no mercado físico está travado em boa parte das praças produtoras”.
Por outro lado, dados da Agrymet de balanço hídrico mostram um quadro bastante preocupante para a cultura em áreas produtoras do Centro-Sul do país, com a falta de chuvas das últimas semanas já apresentando reflexos ao desenvolvimento do milho safrinha em partes do Brasil.
"Principalmente na região Centro-Sul, a gente vem enfrentando um ano bastante atípico. Já foi atípico no ano passado, quando a gente observou atraso no plantio da soja em grande parte do Brasil", pontua Paulo Sentelhas, CTO da Agrymet.
Segundo o especialista, não bastam chuvas serem registradas nas próximas semanas para reversão do cenário nas regiões de produção, também é preciso que o solo já tenha uma reserva hídrica disponível para garantir o desenvolvimento das plantas.
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B3
Os preços futuros do milho recuaram nesta quarta-feira na Bolsa Brasileira (B3) em um movimento de correção e realização de lucros após as altas dos últimos dias. As principais cotações registraram movimentações negativas entre 0,39% e 1% ao final do dia.
O vencimento maio/21 foi cotado à R$ 98,91 com queda de 0,81%, o julho/21 valeu R$ 94,50 com desvalorização de 1%, o setembro/21 foi negociado por R$ 88,95 com baixa de 0,39% e o novembro/21 teve valor de R$ 89,40 com perda de 0,64%.
Segundo o gerente de consultoria agro do Itaú BBA, Guilherme Bellotti, existem uma série de fundamentos altistas no mercado que sustentam estes patamares elevados de preços. Entre eles estão a disponibilidade limitada no spot, a produção menor do que a esperada na primeira safra, o plantio tardio e mais arriscado da safrinha e questões internacionais como pouco crescimento de área nos Estados Unidos e quebra na Argentina.
Dessa maneira, o especialista acredita que todos os fundamentos apontam para valorização das cotações no restante deste primeiro semestre e podem continuar, ou até mesmo crescer ainda mais, na segunda metade do ano.
O que vai determinar isso será o tamanho da produção da safrinha brasileira. O Itaú BBA ainda projeta uma safra de 80 milhões de toneladas e, caso o volume seja elevado, os preços tendem a recuar, mas ainda mantendo-se altos com relação aos índices históricos.
Por outro lado, caso haja problemas climáticos no desenvolvimento das lavouras, os preços vão seguir altos e podem inclusive ultrapassar a barreira dos R$ 100,00 a saca mesmo que isto seja maior do que as paridades com o mercado físico e de exportação.
Mercado Externo
Já os preços internacionais do milho futuro operam com a Bolsa de Chicago (CBOT) altista nesta quarta-feira. As principais cotações registraram movimentações positivas entre 1,00 e 6,25 pontos ao final do dia.
O vencimento maio/21 foi cotado à US$ 5,60 com valorização de 6,25 pontos, o julho/21 valeu US$ 5,46 com alta de 5,00 pontos, o setembro/21 foi negociado por US$ 4,99 com ganho de 1,00 ponto e o dezembro/21 teve valor de US$ 4,85 com elevação de 2,25 pontos.
Esses índices representaram ganhos, com relação ao fechamento da última terça-feira, de 1,08% para o maio/21 , de 0,92% para o julho/21, de 0,20% para o setembro/21 e de 0,41% para o dezembro/21.
Segundo informações da Agência Reuters, o milho de Chicago ganhou antes do relatório mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), na sexta-feira, que deve mostrar fortes exportações reduzindo ainda mais os estoques do cereal.
“O milho luta para encontrar uma direção, já que os traders esperam que o USDA ajuste o uso de grãos em sua avaliação mensal de oferta e demanda”, destaca Christopher Walljasper da Reuters Chicago.
Por outro lado, Joe Vaclavik, presidente da Standard Grain, aponta que, a agência pode esperar para ver se as exportações de grãos alcançam as vendas recentes antes de reduzir os estoques. “Ainda temos muito transporte a fazer, em termos de milho, se quisermos chegar perto dessas metas”, disse ele.
Enquanto isso, os mercados de milho dos EUA também estão sustentados devido aos atrasos no plantio de milho de segunda safra no Brasil, o que poderia reduzir a produtividade em aproximadamente 3,6% neste ano, de acordo com análise da consultoria Agroconsult.
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