Preço do milho encerra a semana mais uma vez em alta no mercado físico
A sexta-feira (12) chega ao final com os preços do milho elevados no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas desvalorizações em nenhuma das praças.
Já as valorizações apareceram nas praças do Oeste da Bahia (0,39% e preço de R$ 65,00), Cândido Mota/SP (0,63% e preço de R$ 80,50), Pato Branco/PR (1,26% e preço de R$ 80,20), Ubiratã/PR, Londrina/PR e Marechal Cândido Rondon/PR (1,29% e preço de R$ 78,50), Jataí/GO, Rio Verde/GO, Maracaju/MS e Campo Grande/MS (1,32% e preço de R$ 77,00), Eldorado/MS (1,35% e preço de R$ 75,00) e Amambai/MS (2,70% e preço de R$ 76,00).
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “O dólar estressado e a dificuldade em comprar volume no mercado físico são o contraponto para a volatilidade da semana para os futuros de Chicago e da B3 com o USDA e a CONAB aumentando as projeções da safra de grãos do Brasil”.
Na avaliação da SAFRAS & Mercado, o ano de 2021 será muito delicado em termos de oferta no mercado brasileiro e mundial de milho. O mercado vai depender de uma safrinha de grande porte, com expectativa de recorde, e principalmente a safra americana não poderá ter uma quebra.
A agência apontou que a safra de verão 2020/21 do Brasil foi prejudicada pelo clima, especialmente com a falta de chuvas em 2020, com o fenômeno La Niña afetando as regiões produtoras brasileiras. Assim, a estimativa da SAFRAS & Mercado para a safra de verão brasileira 2020/21 é de 19,4 milhões de toneladas, com queda de cerca de 16% sobre a safra 2019/20.
“Com a oferta limitada no Brasil, as cotações devem seguir muito firmes até a entrada da safrinha no segundo semestre. A importação é uma possibilidade até chegar esta segunda safra, diante dessa limitação da oferta. Porém, é difícil e muito caro importar. E o consumidor olha adiante para a entrada da safrinha, quando espera ter maior oferta e melhores condições de aquisição no mercado interno”.
Já a safrinha é esperada com 84 milhões de toneladas em 2021, um recorde, com incremento de 14,35% no comparativo com a safrinha de 2020. O analista da SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari afirma que a tendência de safrinha recorde é uma realidade e a venda de insumos confirma isso. Porém, assim como a safra de verão atrasou pelo clima, também o plantio da safrinha está atrasado e a colheita será da mesma forma tardia, o que é uma preocupação. “Isso gera uma tensão climática com a safrinha. Não pode faltar chuva”, destaca.
B3
Os preços futuros do milho registraram recuos na Bolsa Brasileira (B3) nesta sexta-feira. As principais cotações registraram movimentações negativas entre 0,11% e 1,49% ao final do dia.
O vencimento março/21 foi cotado à R$ 92,15 com queda de 0,11%, o maio/21 valeu R$ 93,00 com perda de 1,13%, o julho/21 foi negociado por R$ 87,90 com baixa de 1,11% e o setembro/21 teve valor de R$ 83,20 com desvalorização de 1,49%.
Com relação ao fechamento da última semana, os futuros do milho acumularam ganho de 1,38% para o março/21, além de desvalorização de 2,97% para o maio/21, de 2,66% para o julho/21 e de 3,48% para o setembro/21 na comparação com a última sexta-feira (05).
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado brasileiro segue voltado para o andamento da colheita da safra de verão e o atraso do plantio da safrinha. Como nenhuma das atividades ganhou ritmo forte, as ofertas seguem restritas.
Além disso, Brandalizze destaca que, as grandes cooperativas e industrias que recebem o cereal de verão no Sul e no Sudeste armazenam para consumo próprio e também ajudam na escassez de volumes disponíveis.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) foi praticamente inalterada para a maioria dos preços internacionais do milho futuro neste último dia da semana. As principais cotações registraram movimentações entre 5,75 pontos negativos e 0,50 pontos positivos ao final da sexta-feira.
O vencimento março/21 foi cotado à US$ 5,49 com perda de 5,75 pontos, o maio/21 valeu US$ 5,39 com alta de 0,50 pontos, o julho/21 foi negociado por US$ 5,28 com elevação de 0,25 pontos e o setembro/21 teve valor de US$ 4,96 com baixa de 4,00 pontos.
Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última quinta-feira, de 1,08% para o março/21 e de 0,80% para o setembro/21, além de elevação de 019% para o maio/21 e de estabilidade para o julho/21.
Com relação ao fechamento da última semana, os futuros do milho acumularam desvalorizações de 2,31% para o março/21, de 1,10% para o maio/21, de 1,12% para o julho/21 e de 0,60% para o setembro/21 na comparação com a última sexta-feira (05).
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho foram pouco mudados no fechamento da sexta-feira sustentados pela incerteza sobre o tamanho das safras na América do Sul, com as condições de seca ameaçando as safras da Argentina e o clima úmido desacelerando os trabalhos no Brasil.
“Ainda estamos tentando entender o que está acontecendo na América Latina”, disse Dan Basse, presidente da AgResource Co em Chicago.
A publicação destaca que, a Bolsa de Grãos de Buenos Aires reduziu sua estimativa da safra argentina de milho para 45 milhões de toneladas, abaixo de suas previsões anteriores de 46 milhões de toneladas para cada safra, mas vários reportes aumentaram as estimativas para a atual safra no Brasil, apesar do atraso com as chuvas.
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