Enfezamento do Milho - Adapar divulga os primeiros resultados do monitoramento da doença
Agência de Defesa Agropecuária do Paraná divulga os primeiros resultados do monitoramento pioneiro no país acerca da incidência da doença denominada enfezamento do milho, moléstia que tem causado danos expressivos nas lavouras, especialmente nas regiões mais quentes do Estado, onde a cultura é cultivada em mais de uma safra ao ano.
Os enfezamentos são causados por microorganismos semelhantes a bactérias, denominados molicutes (espiroplasma e fitoplasma). A doença afeta o desenvolvimento, a nutrição e a fisiologia das plantas infectadas e, em consequência, a produção de grãos. Os agentes causais dos enfezamentos são transmitidos de uma planta de milho doente para uma planta de milho sadia por um único inseto-vetor, denominado de cigarrinha-do-milho, com o nome científico de Dalbulus maidis.
Sintomas da doença aparecem nas folhas do milho
Na primeira fase do monitoramento foram coletadas 58 amostras nas principais regiões produtoras de milho do Estado, das quais 21 apresentaram resultado positivo para a presença da doença, conforme indicado no mapa anexo. Os diagnósticos foram produzidos pelo Centro de Diagnóstico Marcos Enrieti – CDME/ADAPAR, laboratório acreditado pelo INMETRO e credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento - MAPA. A metodologia utilizada foi a Reação em Cadeia da Polimerase – PCR, método indicado para o diagnóstico.
Para o ano de 2021 estão programadas 189 coletas de amostras nas regiões produtoras de safra e safrinha. A partir dos resultados obtidos, a Adapar, em parceria com entidades representativas do setor produtivo, da pesquisa e da assistência técnica coordenará a proposição de medidas fitossanitárias para o manejo mais efetivo da doença.
Atualmente, algumas práticas de cultivo devem ser empregadas conjuntamente para evitar ou minimizar os danos causados pela doença, a citar:
* evitar a semeadura de milho próximo de lavouras contaminadas com o enfezamento, para evitar a disseminação da doença pelo inseto vetor;
* diversificar e rotacionar cultivares de milho tolerantes ao patógeno, buscando minimizar os danos na cultura;
* eliminar plantas voluntárias de milho, as chamadas tigueras, que preservam e multiplicam as cigarrinhas que são responsáveis pela transmissão dos inóculos para lavouras novas;
* fazer tratamento de sementes para os novos plantios e controlar os vetores (cigarrinhas) com inseticidas cadastrados para esse fim na Adapar.
Doença transmitida pela cigarrinha prejudica desenvolvimento dos grãos da espiga
MILHO - De acordo com o Departamento de Economia Rural – DERAL/SEAB, os principais estados produtores de milho no Brasil são Mato Grosso, que concentra cerca de 34% da produção nacional, Paraná com 19 %, seguido de Goiás e Mato Grosso do Sul. O Brasil produziu na safra 2019/20 cerca de 100 milhões de toneladas e, devido aos preços alcançados pelos produtores, as perspectivas são de manutenção ou aumento das áreas cultivadas.
O Paraná teve em 2019/20 uma safra de milho historicamente excepcional, com cerca de 15 milhões de toneladas, e os preços recebidos pelos produtores superaram a barreira de R$ 65,00/saca, considerado um dos maiores preços da história para o cereal. Para a safra 20/21 a produção esperada é de 13,4 milhões de toneladas.
Regiões onde foram identificadas lavouras de milho com enfezamento no Paraná
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