Milho: Risco de perdas na safrinha aumenta e mexe no mercado interno

Publicado em 05/05/2020 17:06 e atualizado em 06/05/2020 09:21
Chicago tem alívio com energia, mas é pressionada pelo plantio

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O mercado físico brasileiro registrou poucas movimentações nesta terça-feira (05). Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, as valorizações apareceram apenas na praça de Cascavel/PR (1,35% e preço de R$ 37,50).

Já as desvalorizações foram percebidas em Panambi/RS (2,37% e preço de R$ 42,00), Não-Me-Toque/RS (2,41% e preço de R$ 40,50) e Sorriso/MT balcão (6,67% e preço de R$ 28,00).

Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira.

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, o mercado físico do milho parece ter encontrado alguma sustentação. “Apesar disto, os players não estão tão ativos nos negócios. Há determinada cautela”.

As incertezas quanto à produção da segunda safra de milho no Brasil segue no radar. O Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) divulgou relatório apontando que o potencial produtivo do milho caiu 1,03 sacas por hectare ante a última projeção realizada entre janeiro e fevereiro, ficando em 104,98 sacas por hectare, 5,15% menor do que a da safra 2018/19, devido à falta de chuva na região centro-sul, sudeste e oeste do Mato Grosso.

Já em Cascavel/PR e projeção já aponta perdas consolidadas de, no mínimo, 30% de expectativa inicial de produtividade média entre 120 e 130 sacas por hectare, mas o cenário pode ficar ainda pior caso a estiagem siga persistindo na região.

“O risco para ocorrências de perdas no milho safrinha se elevou muito, visto que regiões de São Paulo, Goiás e Minas Gerais não deverão receber volumes de chuvas suficientes para permitir um bom desenvolvimento e, sobretudo, uma boa polinização e início de enchimento de grãos”, disse o agrometeorologista Marco Antonio dos Santos, da Rural Clima à Agência Reuters.

B3

Para os preços futuros do milho na Bolsa Brasileira (B3) a terça-feira (04) registrou movimentações em campo misto. As principais cotações operavam com flutuações entre 0,43% negativo e 1,83% positivo por volta das 16h21 (horário de Brasília).

O vencimento maio/20 era coado à R$ 48,88 com valorização de 1,83%, o julho/20 valia R$ 45,80 com elevação de 0,75%, o setembro/20 era negociado por R$ 43,80 com queda de 0,43% e o novembro/20 tinha valor de R$ 46,10 com ganho de 0,44%.

Para a Agrifatto Consultoria, a tendência que era observada para o milho também foi confirmada, os embarques do cereal registraram uma redução de 93,78% em receita e 98,08% em volume no comparativo entre abril/20 e abril/19. “A oferta reduzida de milho no mercado interno, fez com que as negociações priorizassem o abastecimento no país, e com isso os preços de negócios ficaram sustentados”.

A publicação ainda aponta que, com a pouca disponibilidade para envio externo, o preço da tonelada exportada de milho atingiu US$ 647,2/t, crescimento de 224,59% no comparativo anual e um dos maiores valores da história. “Isso demonstra que o mercado de milho brasileiro deve continuar com preços altos até a chegada da safrinha no mercado”.

Mercado Externo

Já na Bolsa de Chicago (CBOT) a terça-feira (05) foi de alta para os preços internacionais do milho futuro.  As principais cotações registraram movimentações positivas entre 0,25 e 2,25 pontos ao final do dia.

O vencimento maio/20 foi cotado à US$ 3,13 com valorização de 2,25 pontos, o julho/20 valeu US$ 3,17 com ganho de 1,50 pontos, o setembro/20 foi negociado por US$ 3,23 com elevação de 0,75 pontos e o dezembro/20 teve valor de US$ 3,34 com alta de 0,25 pontos.

Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última segunda-feira, de 0,97% para o maio/20, de 0,63% para o julho/20, de 0,31% para o setembro/20 e estabilidade para o dezembro/20.

Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho em Chicago ganharam nesta terça-feira, após os mercados de energia aumentarem, na esperança de uma demanda renovada de combustível, à medida que os bloqueios diminuem, mas foram limitados pelo plantio antecipado no Meio-Oeste dos Estados Unidos.

A publicação aponta que o milho foi sustentado pelo petróleo mais forte, já que as expectativas de aumento da demanda de combustível à medida que os países começam a diminuir os bloqueios por coronavírus podem levar a um maior consumo de combustível à base de etanol.

“Os grãos estão seguindo a energia mais alta hoje e isso está nos dando algum alívio”, disse Don Roose, presidente da U.S. Commodities, com sede em Iowa.

Porém, o forte progresso no plantio de milho sufocou os ganhos, depois que o USDA informou na segunda-feira à tarde que os agricultores dos EUA haviam plantado 51% dos hectares de milho pretendidos, acima das estimativas dos analistas em uma pesquisa da Reuters de 48% e da média de cinco anos de 39%.

“Temos um ótimo ritmo de plantio. Algumas pessoas querem conversar sobre um breve período de frio no final da semana, mas não quero deixar isso de lado”, disse Tom Fritz, corretor de commodities do EFG Group.

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Tags:
Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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