Milho: Clima e exportações americanas atuam para desvalorizar cotações em Chicago
A segunda-feira (19) chega ao final com desvalorização para os preços internacionais do milho futuro na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram perdas entre 5,75 e 6,25 pontos.
O vencimento setembro/19 foi cotado à US$ 3,65 com baixa de 6,00 pontos, o dezembro/19 valeu US$ 3,74 com desvalorização de 6,25 pontos, o março/20 era negociado por US$ 3,87 com perda de 5,75 e o maio/20 teve valor de US$ 3,94 com queda de 5,75 pontos.
Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento da última sexta-feira, de 1,62% para o setembro/19, 1,58% no dezembro/19, 1,28% para o março/20 e 1,50% para o maio/19.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho nos Estados Unidos caíram nesta segunda-feira após chuvas muito necessárias cruzarem as áreas secas do Cinturão do Milho durante o fim de semana, trazendo a umidade bem-vinda para o desenvolvimento de culturas.
“A chuva superou as expectativas na maioria das áreas, particularmente no oeste Centro-Oeste, melhorando as condições para o milho e crescimento da soja”, disse a empresa de tecnologia espacial Maxar em nota aos clientes.
“As chuvas do final de semana, juntamente com as previsões para mais chuva nesta semana, coloca o foco do mercado de volta nas perspectivas para os suprimentos dos Estados Unidos”, aponta Julie Ingwersen da Reuters Chicago.
Nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou boletim apontando que as inspeções de exportação de milho movimentaram-se moderadamente mais baixas semana a semana, enquanto chegaram a 20,1 milhões de bushels (510.540 toneladas). Isso também ficou abaixo das estimativas dos analistas, que variaram entre 22 milhões e 40 milhões de bushels (entre 508 mil e 1,016 milhões de toneladas).
“As remessas de milho continuam a perder terreno. O total para o ano de comercialização tem uma chance de atingir a meta do USDA porque os totais do censo estão muito acima das inspeções deste ano. Mas, às vezes, os totais registrados pela ala internacional do USDA não se alinham aos números usados pelo painel de perspectiva da agência em seus relatórios mensais”, comenta o analista de grãos da Farm Futures, Bryce Knorr.
Mercado Interno
No mercado físico brasileiro, a sexta-feira registrou cotações permanecendo sem movimentações, em sua maioria. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, as únicas valorizações registradas aconteceram em São Gabriel do Oeste/MS (1,89% e preço de R$ 27,00) e Brasília/DF (9,43% e preço de R$ 29,00).
Já as desvalorizações foram percebidas apenas nas praças de Porto Paranaguá/PR (1,33% e preço de R$ 37,00), Assis/SP (1,31% e preço de R$ 30,50), Sorriso/MT disponível (4,35% e preço de R$ 22,00) e Sorriso/MT balcão (5,00% e preço de R$ 19,00).
A Agrifatto Consultoria aponta que, no Centro-Oeste, as negociações acontecem em compasso lento, de maneira a atender especialmente confinadores e fábricas da região. Em Paranaguá, as indicações estão ao redor de R$ 35,00/sc – no início da última semana, os valores estavam próximos a R$ 38,00/sc.
A XP Investimentos destaca que a abertura da semana se dá com as referências do milho pressionadas, guiadas pelas quedas significativas em Chicago. “O ponto chave da baixa externa ainda são as melhoras das condições das lavouras e a guerra comercial com a China. Nem mesmo a valorização do Dólar frente as moedas concorrentes têm sido eficiente para equilibrar as contas e a paridade no porto. Isto porque, compradores recuaram seus “bid’s” no mercado interno e vão puxando vendedores que, agora, começam a ceder”.
Confira como ficaram as cotações nesta segunda-feira:
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