Milho: Boas condições da safra dos EUA pressionam e mercado recua até 4% na semana em Chicago
Novamente, os preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) registraram uma semana negativa. Os futuros da commodity acumularam desvalorizações entre 3,78% e 4,40%, conforme levantamento da equipe do Notícias Agrícolas.
As cotações recuaram todos os dias dessa semana, com exceção dessa sexta-feira. Hoje, os vencimentos do cereal subiram entre 1,50 e 1,75 pontos, uma valorização entre 0,39% e 0,50%, em um movimento de correção técnica após as perdas observadas recentemente.
O setembro/18 era cotado a US$ 3,48 por bushel, já o dezembro/18 era negociado a US$ 3,62 por bushel. O março/19 trabalhava a US$ 3,75 por bushel, já o maio/19 finalizou o pregão a US$ 3,82 por bushel.
"Os preços do milho encontraram ligeiros ganhos no pregão desta sexta-feira em uma rodada de compras técnicas, finalmente revertendo uma série de derrotas de cinco dias", informou o site internacional Farm Futures.
Durante toda a semana, as cotações do milho foram pressionadas negativamente pelos relatos trazidos dos campos no Meio-Oeste dos EUA, pelo crop tour Pro Farmer. A expedição percorreu lavouras de milho nos sete principais estados de produção nos Estados Unidos.
Em Nebraska, Dakota do Sul, Illinois, Indiana, Ohio e Iowa, os integrantes das equipes indicaram rendimentos do milho acima da média. Na contramão desse cenário, em Minnesota, os números ficaram abaixo da média.
No total, a produtividade média das lavouras de milho foi estimada em 187,65 sacas por hectare nesta temporada. E a expectativa é que os produtores norte-americanos colham 368,35 milhões de toneladas do cereal.
As projeções do Pro Farmer ficaram abaixo das últimas estimativas do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), projetadas no início de agosto. A safra ficou em 370,51 milhões de toneladas e a produtividade em 186,62 sacas por hectare.
Enquanto isso, os mapas do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país -, indica chuvas acima da normalidade em grande parte do Meio-Oeste, no período de 30 de agosto e 3 de setembro. No mesmo intervalo, as temperaturas deverão ficar acima da normalidade.
Mercado interno
A sexta-feira foi de estabilidade aos preços do milho praticados nas principais praças brasileiras. Ainda segundo levantamento do Notícias Agrícolas, em Luís Eduardo Magalhães (BA), a saca subiu 6,45% e fechou o dia a R$ 33,00.
No Porto de Paranaguá, a saca futura, para entrega em setembro, permaneceu estável em R$ 44,00. A postura dos produtores em segurarem as vendas permanece dando suporte aos preços do cereal no mercado doméstico, em meio a colheita.
As negociações continuam bem lentas no mercado doméstico. Ainda nesta quinta-feira, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, reportou que "o mercado também guarda essa questão dos fretes, na próxima semana quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, deve tomar alguma decisão".
Dólar
Depois de sete altas consecutivas, o câmbio recuou na sessão desta sexta-feira. A moeda norte-americana terminou o dia a R$ 4,1044 na venda, com perda de 0,45%, diante de um movimento de correção técnica após as recentes valorizações.
"O movimento de correção foi favorecido pelo humor favorável no mercado externo mas que somente não foi maior pela cautela na seara eleitoral local", informou a Reuters.
Na semana, o câmbio subiu quase 5%, maior ganho semanal desde novembro de 2016, ainda de acordo com dados da agência.
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:
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