Milho: Mercado recua mais de 2% nesta 4ª em Chicago com foco na China e no clima no Meio-Oeste
As crescentes tensões comerciais entre as duas maiores potências mundiais, Estados Unidos e China, geraram uma aversão ao risco nesta quarta-feira (11) e derrubaram as principais commodities agrícolas. No final desta terça-feira, o governo norte-americano ameaçou impor novas tarifas de 10% sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses.
Já o Ministério do Comércio da China informou, em nota, estar "chocado", que as ações são "completamente inaceitáveis" e que irá reclamar junto à Organização Mundial do Comércio, conforme informações Reuters. "Essa é uma luta entre unilateralismo e multilateralismo, protecionismo e livre comércio, poder e regras", afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, nesta quarta-feira em entrevista à agência de notícias.
Diante desse cenário, o milho recuou pelo terceiro dia consecutivo na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da commodity ampliaram as perdas e encerraram a sessão com quedas de mais de 7 pontos, uma desvalorização de mais de 2%.
O vencimento julho/18 era cotado a US$ 3,31 por bushel, enquanto o setembro/18 operava a US$ 3,40 por bushel. O dezembro/18 finalizou o pregão a US$ 3,53 por bushel e o março/19 trabalhava a US$ 3,65 por bushel.
“No curto prazo, a China provavelmente não conseguirá tirar muito de seus negócios dos EUA, e o que eles provavelmente irão se deslocar. Mas, a longo prazo, isso lhes dá mais incentivo para desenvolver outros canais ”, disse Ted Seifried, analista da Zaner Ag Hedge em entrevista à Reuters internacional.
Paralelamente, as atenções dos participantes do mercado estão voltadas para o comportamento do clima no Meio-Oeste, já que grande parte das lavouras está em fase de polinização. O relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será divulgado nesta quinta-feira, também segue em pauta.
"As previsões para uma mistura favorável de chuva e calor moderada na próxima semana no Meio-Oeste ressaltou a perspectiva de uma colheita abundante de milho e aumentou as expectativas de que o USDA aumente sua previsão de safra no boletim de amanhã", informou a Reuters.
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Mercado brasileiro
Após um longo período sem oscilações expressivas, as cotações do milho negociadas no mercado interno tiveram um dia mais movimentado. Nesta quarta-feira, a saca caiu 7,69% em Jataí (GO) e terminou o dia a R$ 24,00. Já em Campinas (SP), a perda foi de 1,35%, com a saca do cereal a R$ 36,60.
Na região de Sorriso (MT), a alta ficou em 5,56%, com a saca do milho a R$ 19,00. Já em Ponta Grossa (PR), o ganho ficou em 2,94%, com a saca a R$ 35,00. No Oeste da Bahia, a saca subiu 3,13% e fechou o dia a R$ 33,00.
Os analistas ainda reforçam que as cotações permanecem pressionadas em meio ao andamento da colheita da segunda safra. Por outro lado, a questão do tabelamento do frete também tem impactado as negociações.
A MP 832, que estabelece preço mínimo para o frete rodoviário foi aprovado na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira. Medida será votada agora no plenário do Senado.
Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira:
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