Milho: Focado na safra dos EUA, mercado recua pela quinta semana consecutiva na Bolsa de Chicago
Pela quinta semana seguida, as cotações futuras do milho recuaram na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da commodity acumularam desvalorizações de mais entre 1,61% e 1,96%, conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes.
Embora nesta sexta-feira (29) as cotações tenham encerrado o pregão em campo positivo. Os vencimentos do cereal ampliaram os ganhos e fecharam o dia com altas de mais de 5 pontos. O vencimento julho/18 fechou a sessão a US$ 3,50 por bushel e o setembro/18 a US$ 3,59 por bushel.
De acordo com informações da agência Reuters, os preços do cereal foram impulsionados por preocupações com o clima nos EUA. "Neste final de semana, uma onde de calor está programada para atingir partes do Meio-Oeste, levantando preocupações sobre o potencial de temperaturas para prejudicar as plantas de milho", reportou a agência.
Já os boletins reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta sexta-feira "trouxeram poucas surpresas", ainda conforme informações da Reuters. Hoje, o órgão divulgou sua projeção para a área plantada no país e os números dos estoques trimestrais em 1º de junho.
A área cultivada com o milho ficou em 36,06 milhões de hectares, contra os 36,49 milhões de hectares da safra passada. O número ficou próximo do esperado pelos investidores, entre 35,41 a 36,02 milhões de hectares.
Por outro lado, os estoques trimestrais do grão ficaram em 134,88 milhões de toneladas. O volume indicado ficou acima da média da projetada de 133,69 milhões de toneladas. Os números giravam entre 127,11 a 138,44 milhões de toneladas. A quantidade também é 1% maior em comparação com o mesmo período do ano anterior.
De modo geral, as atenções dos participantes do mercado permanecem voltadas ao bom desenvolvimento da safra americana até o momento. Até o ínicio dessa semana, cerca de 77% das lavouras apresentavam boas ou excelentes condições, segundo o USDA.
Além disso, as crescentes tensões comerciais entre as duas maiores potências comerciais, Estados Unidos e China, permanecem no radar. Depois das recentes tarifações de ambos os países, a preocupação é que o cenário afete as exportações norte-americanas.
Mercado brasileiro
As cotações do milho praticadas no mercado doméstico também recuaram ao longo dessa semana. Ainda de acordo com levantamento do Notícias Agrícolas, em São Gabriel do Oeste (MS), a queda foi de 7,41%, com a saca do cereal a R$ 25,00.
Em Campo Grande (MS), a perda foi de 7,14%, com a saca a R$ 26,00. Na região de Ponta Grossa (PR), o preço cedeu 7,89%, com a saca do milho a R$ 35,00. Em Campo Novo do Parecis (MT), a desvalorização ficou em 4,35% e a saca a R$ 22,00.
Na localidade de Campinas (SP), a queda foi de 2,53%, com a saca do milho a R$ 38,60. Já no Porto de Paranaguá, a saca recuou 2,56% e fechou o dia a R$ 38,00.
"O avanço da colheita no país e o aumento da disponibilidade interna tem pressionado para baixo as cotações. Além disso, as negociações e entregas no mercado de grãos estão devagar, em função dos impasses a respeito do tabelamento do frete rodoviário", reportou a Scot Consultoria.
Segundo levantamento da AgRural, até o último dia 28 de junho, cerca de 9,5% da área plantada com o cereal havia sido colhida no centro-sul. No mesmo período do ano anterior, cerca de 16,2% da área já havia sido colhida.
Dólar
A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 3,8773 na venda, com alta de 0,56%. Na semana, o ganho foi de 2,49%. "O dólar terminou a sexta-feira em alta e se reaproximando dos 3,90 reais, nível que ultrapassou no começo do mês e obrigou o Banco Central a promover intervenções mais intensas para tentar conter a volatilidade e prover liquidez ao mercado cambial", destacou a Reuters.
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:
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