Milho: Paralisação dos caminhoneiros compromete escoamento e deixa negócios lentos no mercado físico
No mercado interno, as cotações do milho iniciaram a semana com ligeiras valorizações. De acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em Castro (PR), a saca do cereal subiu 7,14% e encerrou a segunda-feira (28) a R$ 45,00 a saca. Em Brasília, a valorização ficou em 3,13%, com a saca do cereal a R$ 33,00.
Ainda no estado do Paraná, as praças de Londrina, Cascavel e Ubiratã, apresentaram ganho de 1,49%, com a saca do cereal a R$ 34,00. Em Pato Branco, também no estado, a saca subiu 1,42% e fechou o dia a R$ 35,70.
Na região de Palma Sola (SC), a saca do milho registrou alta de 1,39%, com a saca a R$ 36,50. Já em Campo Grande (MS), a saca encerrou a segunda-feira a R$ 35,00, com valorização de 2,94%. Em Campinas (SP), o ganho ficou em 1,11%, com a saca do cereal a R$ 45,60.
Em contrapartida, em São Gabriel do Oeste (MS), a saca caiu 2,94% e encerrou o dia a R$ 33,00. No Oeste da Bahia, a perda ficou em 1,69% e a saca do cereal a R$ 29,00. No Porto de Paranaguá, o dia foi de estabilidade, com a saca futura, para entrega em agosto de 2018, a R$ 40,50.
Segundo informações reportadas pelo Cepea nesta segunda-feira, as cotações têm encontrado suporte na greve dos caminhoneiros, que está comprometendo o escoamento do cereal aos principais centros consumidores. A paralisação também tem desestimulado os negócios no mercado físico. "O relato de muitos compradores consultados pelo Cepea é de que os estoques estão curtos e que, em alguns casos, indústrias já reduzem o ritmo de processamento", afirmou a entidade em nota.
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Em contrapartida, os vendedores seguem retraídos e focados nos rendimentos das lavouras na segunda safra. Ainda nesta segunda-feira, a AgRural reduziu para 53,3 milhões de toneladas a sua projeção para a safrinha de milho do centro-sul do Brasil devido à seca. O número representa uma queda de 7% em relação à última projeção da consultoria.
"Apesar das chuvas registradas na segunda quinzena de maio em importantes áreas produtoras, a AgRural fez mais um corte na estimativa de produção de milho na safrinha 2018", destacou a consultoria em nota publicada pela Reuters.
A consultoria ainda destacou que o rendimento médio das lavouras nessa região é estimado em 85,9 sacas por hectare. Na estimativa anterior, o número era de 92,2 sacas por hectare e no ano passado, 96,9 sacas de milho por hectare.
Setor de proteína animal
O cenário também tem afetado o outro lado da cadeia, o setor de proteína animal. Em nota, a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) reportou que a mortandade animal já é uma realidade devido à falta de condições aceitáveis de espaço e quantidade de ração. “Um bilhão de aves e 20 milhões de suínos estão recebendo alimentação insuficiente", destacou.
A associação também informou que, "com risco de canibalização e condições críticas para os animais, 64 milhões de aves adultas e pintinhos já morreram, e um número maior deverá ser sacrificado em cumprimento às recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal e das normas sanitárias vigentes no Brasil. Milhões de suínos também estão ameaçados".
BM&F Bovespa
O pregão desta segunda-feira foi de ligeiras quedas aos preços do milho praticados na BM&F Bovespa. As principais posições da commodity recuaram entre 0,30% e 0,99%. O vencimento julho/18 era cotado a R$ 43,01 a saca e o setembro/18 trabalhava a R$ 41,14 a saca. O novembro/18 encerrou o dia a R$ 42,55 a saca.
As cotações do cereal recuaram apesar da forte valorização registrada no câmbio. A moeda norte- americana encerrou o dia a R$ 3,7286 na venda, uma alta de 1,64%. Essa foi a maior variação percentual desde o dia 7 de dezembro de 2017, quando o dólar subiu 1,73%.
"A preocupação dos investidores com as consequências da greve dos caminhoneiros sobre as contas públicas do país fez o dólar saltar nesta segunda-feira, caminhando para o patamar de 3,75 reais, movimento amplificado pela baixa liquidez em razão do feriado nos Estados Unidos", informou a Reuters.
Bolsa de Chicago
Devido ao feriado do Memorial Day, comemorado nesta segunda-feira (28) nos Estados Unidos, a Bolsa de Chicago não operou. As negociações serão retomadas nesta terça-feira (29), assim como os relatórios do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de embarques semanais e acompanhamento de safras.
Confira como fecharam os preços nesta segunda-feira:
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