Com influência do clima no Corn Belt, milho acumula mais uma semana de queda e recua 2% na CBOT
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) registraram mais uma semana negativa. Conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, as principais posições do cereal acumularam desvalorizações de mais de 2%.
Porém, nesta sexta-feira (18), as cotações da commodity esboçaram uma ligeira recuperação e exibiram ganhos entre 1,50 e 1,75 pontos. O contrato setembro/17 era cotado a US$ 3,52 por bushel, enquanto o dezembro/17 operava a US$ 3,65 por bushel.
Assim como no caso da soja, os preços do cereal têm sido direcionados pelo comportamento do clima no Corn Belt. Depois de muita instabilidade climática ao longo do mês de julho, um dos mais importantes para a cultura do milho devido ao estágio de polinização, as previsões voltaram a indicar chuvas em muitas regiões produtoras.
Nos próximos 8 a 14 dias, o NOAA indica temperaturas abaixo da média em grande parte do cinturão de produção nos EUA. Quanto às chuvas, as regiões serão beneficiadas de maneira diferentes, algumas com precipitações abaixo da média e outras com chuvas dentro da normalidade, conforme o indicado no mapa abaixo.
Temperaturas previstas nos próximos 8 a 14 dias nos EUA - Fonte: NOAA
Precipitações previstas nos próximos 8 a 14 dias nos EUA - Fonte: NOAA
E o mercado já estava pressionado pela melhora indicada no índice de lavouras em boas ou excelentes condições. No início da semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) elevou para 62% o número de plantações em boas ou excelentes condições. As informações serão atualizadas na próxima segunda-feira.
"A pressão contínua de grandes suprimentos e a falta de uma ameaça climática mantiveram os mercados defensivos nessa semana", disse o analista de mercado da Farm Futures, Bryce Knorr.
Mercado brasileiro
A semana foi de ligeiras altas nos preços do milho praticados no mercado doméstico. Em Brasília, o ganho foi de 11,11%, com a saca de milho a R$ 22,00. Em Sorriso (MT), a saca fechou a semana a R$ 11,00, com uma alta de 10%.
Em Pato Branco (PR), a saca do cereal subiu 4,68% e fechou a semana a R$ 17,90. No Oeste da Bahia, o ganho foi de 4,35%, com a saca a R$ 24,00. Já no Porto de Paranaguá, a saca futura subiu 1,85% e encerrou a semana a R$ 27,50.
O consultor de mercado da França Junior Consultoria, Flávio França Junior, explicou que o mercado do cereal está regionalizado. "Temos acompanhado algumas valorizações pontuais, entre R$ 1,00 e R$ 2,00, diante do maior interesse comprador. Os preços mais baixos estão atrativos e os vendedores têm evoluído com a comercialização aos poucos", reporta.
No Paraná, segundo maior produtor de milho safrinha do país, até o final de julho em torno de 19% da safra já havia sido negociada. E a expectativa é que o volume suba para 50% até o final de agosto, conforme disse o analista de milho do Deral (Departamento de Agricultura Rural), Edmar Gervásio.
Além disso, o mercado ainda acompanha as operações de apoio à comercialização do cereal da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Ainda nesta quinta-feira, entidade realizou mais duas operações de apoio à comercialização do cereal. Do total ofertado, de 818 mil toneladas, foram arrematadas, 808 mil toneladas do grão.
No caso do Pep (Prêmio para Escoamento de Produto), o volume negociado foi de 100%, do total ofertado, de 240 mil toneladas. Para o leilão de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural), a oferta foi de 578 mil toneladas. O volume arrematado ficou em 568,7 mil toneladas, o equivalente a 98,40% do total ofertado. A sobra ficou em 9,26 mil toneladas do cereal.
Já o dólar encerrou a sexta-feira a R$ 3,1459 na venda, com queda de 1,03%. "O câmbio exibiu uma correção influenciado pela alta de commodities como o petróleo, em dia de apetite um pouco maior pelo risco no exterior", destacou a Reuters.
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:
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