Diante da perspectiva de melhora no clima nos EUA e safra maior, milho cai mais de 4% na semana na CBOT
Na Bolsa de Chicago (CBOT), as principais posições do milho encerraram a semana com desvalorizações entre 3,17% e 4,45%, de acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas. Nos últimos dias, as cotações do cereal apresentaram quedas acentuadas diante da perspectiva de aumento na projeção para a safra americana na temporada 2017/18.
A informação mais importante da semana foi o novo relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), reportado na última quarta-feira. Ao contrário das estimativas dos participantes do mercado, o órgão revisou para cima a expectativa para a safra do país para 362,1 milhões de toneladas. Os estoques finais americanos também subiram e ficaram em 59,06 milhões de toneladas.
Conforme dados das agências internacionais, a projeção de safra surpreendeu o mercado, uma vez que, havia um sentimento de que o departamento pudesse reduzir as estimativas diante do clima mais seco registrado no Meio-Oeste nos últimos dias. Ao longo do mês de julho, as lavouras de milho enfrentam a fase de polinização, uma das mais importantes para o desenvolvimento da cultura.
Porém, os últimos mapas voltaram a indicar algumas chuvas para o Corn Belt e temperaturas mais amenas. Segundo dados do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - nos próximos 8 a 14 dias, as temperaturas ainda deverão ficar acima da normalidade em grande parte do Corn Belt. No mesmo período, chuvas acima da média também são previstas para o cinturão produtor do cereal.
Já nesta sexta-feira (14), as cotações futuras exibiram um movimento de correção técnica depois das perdas registradas recentemente. Com isso, os contratos da commodity subiram entre 4,25 e 6,75 pontos. O setembro/17 era cotado a US$ 3,76 por bushel, enquanto o dezembro/17 operava a US$ 3,89 por bushel. O março/18 finalizou a sessão a US$ 4,00 por bushel.
"Os preços do milho nos EUA foram maiores nesta sexta-feira recuperando algumas das perdas íngremes da sessão anterior, já que o foco do mercado permanece no tempo no Meio-Oeste, onde as temperaturas mais baixas poderiam melhorar as perspectivas em algumas áreas", reportou a Reuters internacional.
Mercado brasileiro
Enquanto isso, no mercado doméstico a semana foi de leves modificações aos preços do milho. Em Sorriso (MT), a saca caiu 7,69% e terminou a sexta-feira a R$ 12,00. Na região de Ubiratã (MT), a queda foi de 3,89%, com a saca a R$ 17,30, em Cascavel, também no estado paranaense, a queda e os valores praticados foram os mesmos.
No Porto de Paranaguá, a saca futura caiu 3,45% na semana, com a saca negociada a R$ 28,00. Por outro lado, em Campo Grande (MS), a saca subiu 3,13%, cotada a R$ 16,50. Em Ponta Grossa (PR), o ganho ficou em 2,13%, com a saca a R$ 24,00.
As atenções ainda seguem voltadas ao andamento da colheita da safrinha no Brasil. Até o início dessa semana, cerca de 23% da área plantada havia sido colheita. E, conforme os números oficiais da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), os produtores brasileiros deverão colher 96,02 milhões de toneladas do cereal nesta safra. Na safrinha, o número deverá ficar em 65,62 milhões de toneladas.
Os estoques iniciais da temporada 2016/17 são projetados em 7,99 milhões de toneladas o que somado à perspectiva de produção e as importações resultaria em um suprimento de 104,52 milhões de toneladas. E com o consumo na ordem de 56,10 milhões e exportações de 28 milhões de toneladas, os estoques finais desse ciclo ficariam em 20,42 milhões de toneladas.
Leilões da Conab
Ainda essa semana, a entidade realizou mais duas operações de apoio à comercialização do cereal. No caso do leilão de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor), o volume negociado foi de 108,36 mil toneladas, o equivalente a 12,31% do total ofertado, de 880 mil toneladas do cereal.
Já o leilão de Pep (Prêmio de Escoamento de Produto), a oferta foi de 320 mil toneladas de milho entre lotes de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. O volume negociado foi ainda mais baixo, de apenas 5,06%, e a sobra foi de 303,81 mil toneladas.
BM&F Bovespa
A sessão desta sexta-feira foi de ligeira alta aos preços do milho praticados na BM&F Bovespa. As principais posições do cereal finalizaram o dia com valorizações entre 0,91% e 1,42%. O vencimento setembro/17, referência para a safrinha, era cotado a R$ 26,40 a saca e o novembro/17 a R$ 27,75 a saca.
O mercado encontrou suporte na alta registrada nos preços futuros em Chicago. Por outro lado, o dólar recuou 0,73% nesta sexta-feira e terminou o dia a R$ 3,1849 na venda. A Reuters destacou que a movimentação é decorrente dos dados econômicos dos EUA diminuírem as apostas de mais uma alta de juros no país e um ambiente mais tranquilo na cena política brasileira.
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:
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