Com movimentação técnica, milho tem semana negativa e acumula desvalorização de mais 1% em Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), as cotações do milho registraram uma semana de queda. As principais posições do cereal acumularam desvalorizações de mais 1%, segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. Nesta sexta-feira, os preços recuaram pelo 2º dia consecutivo e apresentaram perdas de mais de 5 pontos. O março/17 encerrou a semana a US$ 3,68 por bushel e o maio/17 a US$ 3,75 por bushel.
De acordo com informações da Reuters internacional, as cotações do cereal foram pressionadas por um movimento técnico de vendas de posições diante do final de semana prolongado nos Estados Unidos. Na próxima segunda-feira (20), não haverá negociação na bolsa devido ao feriado em comemoração do Dia do Presidente.
"Esse sinal técnico de vendas veio após uma corrida de preços no meio da semana e que deixou u mercado vulnerável para liquidações", reportou a agência. "Isso é apenas uma liquidação de acompanhamento", disse Tom Fritz, um parceiro no Grupo EFG em Chicago, em entrevista à Reuters.
Em contrapartida, os participantes do mercado ainda aguardam novas projeções de área cultivada nos Estados Unidos. Na próxima semana, serão reportadas no Agricultural Outlook Fórum realizado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) novas estimativas para a produção americana.
Outro fator que também movimentou os preços ao longo dessa semana foi a informação de que o México pode suspender as compras de milho dos EUA. O país é o principal comprador do produto americano.
Mercado interno
No mercado interno brasileiro, a semana também foi negativa aos preços do milho. De acordo com o levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em Cristalina (GO), o recuo foi de 8,82%, com a saca do cereal a R$ 31,00. Já em Rondonópolis (MT), a queda ficou em 7,14%, com a saca a R$ 26,00.
Ainda no estado mato-grossense, em Campo Novo do Parecis, a saca terminou a semana a R$ 22,50, com perda de 6,25%. Em Itumbiara (GO), a queda foi de 6,06%, com a saca a R$ 31,00. Já no Porto de Paranaguá, o valor futuro caiu 1,59%, com a saca a R$ 31,00.
Os analistas ainda ponderam que os negócios continuam lentos, já que em muitas regiões produtoras os agricultores estão focados na colheita da soja. Além disso, a chegada da safra de verão de milho tem chegado ao mercado de maneira pontual.
"O nosso sentimento é que ainda existe uma boa quantidade de milho da safra passada ainda disponível no mercado. E com a entrada da 1ª safra em existirá uma pressão de venda em breve. Quem não vender nos próximos 20 a 30 dias vai concorrer com a nova safra", ressalta o analista do Grupo Milhão Alimentos, Mársio Antônio Ribeiro.
Por outro lado, as projeções para a safrinha do cereal permanecem otimistas até o momento. Em seu último boletim de acompanhamento de safra, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimou a segunda safra do cereal em 58,59 milhões de toneladas.
"Poderemos ver os preços em Mato Grosso próximos de R$ 15,00 a R$ 16,00 a saca. Em Goiás, há possibilidade de valores entre R$ 18,00 a R$ 20,00 a saca. Diante desse cenário, a orientação é que os produtores negociem o produto", reforça o analista de mercado.
Já na BM&F Bovespa, as cotações do cereal encerraram o pregão desta sexta-feira (17) com ligeiras quedas, próximas da estabilidade. Os principais contratos da commodity apresentaram perdas entre 0,23% e 0,49%. O março/17 era cotado a R$ 34,12 a saca. Apenas o maio/17 registrou leve alta, de 0,22%, com a saca a R$ 31,20.
Os futuros foram influenciados pela queda mais forte registrada nos preços do cereal em Chicago, mas também pelo comportamento do dólar. A moeda norte-americana finalizou o dia a R$ 3,0928 na venda, com ganho de 0,28%. Conforme dados da Reuters, o câmbio passou uma correção depois das quedas observadas recentemente.
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:
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