Em Chicago, milho consolida novo dia de queda e registra desvalorização de mais de 1% no pregão desta 5ª feira
A sessão desta quinta-feira (16) foi negativa aos preços do milho praticados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal acumularam desvalorizações entre 4,00 e 5,25 pontos, uma perda de mais de 1%. O contrato março/17 era cotado a US$ 3,73 por bushel e o maio/17 a US$ 3,81 por bushel. O julho/17 finalizou o dia a US$ 3,87 por bushel.
Segundo dados das agências internacionais, o mercado ainda observa a possibilidade de suspensão nas importações de milho dos EUA por parte do México. O país é um dos principais compradores do produto americano. Essa polêmica tem rondado o mercado durante toda essa semana.
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Em contrapartida, os participantes do mercado seguem atentos à nova safra americana. Os analistas ponderam que a semeadura da nova safra deverá começar na próxima semana no Sul do país. Para essa temporada, a perspectiva é que haja uma redução na área destinada ao plantio do cereal.
Do lado da demanda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou seu novo boletim de vendas para exportação. Na semana encerrada no dia 9 de fevereiro, as vendas de milho somaram 1.068,7 milhão de toneladas. Do total, cerca de 783,5 mil toneladas da safra 2016/17 e o restante, de 285,2 mil toneladas da temporada 2017/18.
O volume ficou dentro das expectativas dos participantes do mercado, entre 900 mil toneladas a 1.250 milhão de toneladas.
Mercado brasileiro
As cotações do cereal praticadas no mercado interno apresentaram algumas variações nesta quinta-feira (16). De acordo com o levantamento realizado pelo economista do Notícias, André Lopes, em Cristalina (GO), a perda foi de 8,82%, com a saca a R$ 31,00. Já em Rondonópolis (MT), a queda foi de 7,14%, com a saca a R$ 26,00.
Na região de Sorriso (MT), a desvalorização ficou em 4,76% e a saca a R$ 20,00. Em Campo Novo do Parecis (MT), a queda foi de 4,26%, com a saca a R$ 22,50. Em contrapartida, em Luís Eduardo Magalhães (BA), a alta foi de 1,30%, com a saca a R$ 39,00. No Porto de Paranaguá, a saca para entrega futura ficou estável em R$ 30,50.
Conforme explica o analista do Grupo Milhão Alimentos, Mársio Antônio Ribeiro, ainda há certa disputa entre os vendedores e consumidores no mercado do milho. "No final de 2016, a indústria se abasteceu com o grão do mercado interno e também das importações. E isso lhes deu fôlego para aguardar com relativa tranquilidade a entrada da safra de verão", pondera.
E, pelo menos por enquanto, a safra de verão tem chegado ao mercado, mas de maneira mais pontual. O destaque ainda fica por conta do Sul do Brasil, especialmente o Paraná, onde a colheita já está completa em 6% da área semeada nesta temporada, de acordo com último levantamento reportado pelo Deral (Departamento de Economia Rural).
"Além disso, o nosso sentimento é que ainda existe uma boa quantidade de milho da safra passada ainda disponível no mercado. E com a entrada da 1ª safra em existirá uma pressão de venda em breve. Quem não vender nos próximos 20 a 30 dias vai concorrer com a nova safra", diz o analista.
Paralelamente, as projeções otimistas para a segunda safra, se confirmadas, podem trazer uma pressão ainda maior aos preços. "Poderemos ver os preços em Mato Grosso próximos de R$ 15,00 a R$ 16,00 a saca. Em Goiás, há possibilidade de valores entre R$ 18,00 a R$ 20,00 a saca. Diante desse cenário, a orientação é que os produtores negociem o produto", alerta Ribeiro.
Por outro lado, na BM&F Bovespa, as cotações do cereal finalizaram o dia em campo misto. As primeiras posições caíram entre 0,15% e 1,17%. Já os contratos mais longos apresentaram ganhos entre 0,16% e 1,79%. O março/17 era cotado a R$ 34,20 a saca e o setembro/17 a R$ 30,40 a saca.
Além da influência de Chicago, as cotações também refletiram o comportamento do dólar. A moeda reverteu as quedas e conseguiu encerrar a sessão desta quinta-feira do lado positivo da tabela, cotada a R$ 3,0841 e ganho de 0,56%. De acordo com a agência Reuters, a recente queda registrada no câmbio acabou atraindo o interesse dos investidores.
Confira como fecharam os preços nesta quinta-feira:
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