Milho recua mais de 1% nesta 2ª feira em Chicago de olho na possível guerra comercial entre EUA e México
Nesta segunda-feira (30), os preços do milho consolidaram o movimento negativo na Bolsa de Chicago (CBOT) e encerraram a sessão do lado negativo da tabela. As principais posições do cereal exibiram quedas entre 4,25 e 4,75 pontos, com desvalorização próxima de 1%. O contrato março/17 era cotado a US$ 3,57 por bushel e o maio/17 a US$ 3,65 por bushel.
De acordo com as informações dos sites internacionais, o mercado ainda segue atento à delicada relação comercial entre o México e os Estados Unidos. O México é o segundo maior importador de milho mundial e deve adquirir mais de 13,8 milhões de toneladas do cereal nesta temporada, conforme projeções do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O país também é o principal destino do produto norte-americano.
"Se uma guerra comercial ocorresse, o setor agropecuário americano tem uma exposição significativa no México. Um abrandamento nas exportações dos EUA pode ser catastrófico", disse Joe Lardy, da CHS Hedging.
"Durante o final de semana, o Peru e a Colômbia disseram que iriam apoiar o México caso uma guerra comercial estourasse entre os EUA e seu vizinho do sul. Os investidores estão preocupados com o impasse, pois poderá afetar os mercados de produtos americanos, incluindo milho, soja e trigo", informou o Agriculture.com.
Por outro lado, o departamento americano ainda divulgou uma venda de 105 mil toneladas do grão para a Colômbia. O volume negociado deverá ser entregue ao longo da campanha de comercialização 2016/17.
Já os embarques do cereal somaram 1.061,865 milhão de toneladas na semana encerrada no dia 30 de janeiro. O volume ficou acima do esperado pelos participantes do mercado, entre 740 mil a 940 mil toneladas do cereal. No acumulado do ano comercial, o país já embarcou 20.890,943 milhões de toneladas, número bem acima do registrado em igual período do ano anterior, de 11.963,116 milhões de toneladas.
BM&F Bovespa
As principais posições do milho negociadas na BM&F Bovespa fecharam a sessão desta segunda-feira em forte queda. Os vencimentos da commodity apresentaram desvalorizações entre 1,71% e 3,38%. O contrato março/17 era cotado a R$ 34,14 a saca e o maio/17 a R$ 32,56 a saca. O setembro/17 era negociado a R$ 30,47 a saca.
O mercado foi pressionado pela queda mais expressiva registrada nos preços do cereal na Bolsa de Chicago (CBOT). Além disso, a perda registrada no dólar também ajudou na composição do cenário. Nesta segunda-feira, a moeda norte-americana recuou 0,77% e finalizou o pregão a R$ 3,1276 na venda.
Segundo a Reuters, a queda é decorrente da perspectiva, por parte dos investidores, de que o Federal Reserva banco central norte-americano, não eleve as taxas de juros mais do que o esperado. E também pela queda de braços na formação da Ptax.
Enquanto isso, no mercado brasileiro, o início da semana foi de calmaria aos preços do cereal. Conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, nas principais praças a segunda-feira foi de estabilidade. Em Ponta Grossa (PR), o preço subiu 3,45%, com a saca a R$ 30,00.
Em contrapartida, no Porto de Paranaguá, a queda foi de 1,64% e o preço futuro, para entrega em setembro/17, ficou em R$ 30,00 a saca. Contudo, o Cepea reportou nesse início de semana que os preços estão fechando o mês de janeiro mais enfraquecidos.
"Devido à colheita da safra de verão e ao aumento da produção esperado para essa temporada. Já o impulso dos últimos dias continua atrelado à oferta restrita do cereal, dada a permanência das chuvas no estado. Assim, compradores que precisam adquirir lotes para entregas imediatas acabam pagando preços maiores", destacou a entidade.
Confira como fecharam os preços nesta segunda-feira:
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