De olho na oferta brasileira, milho tem semana negativa no mercado interno e registra queda de quase 10%
A segunda semana do ano foi de queda aos preços do milho praticados no mercado brasileiro. De acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, a praça de Não-me-toque (RS) foi a que registrou maior desvalorização com a saca a R$ 29,00, uma perda de R$ 3,00, o equivalente a 9,38%. Ainda no estado gaúcho, a praça de Panambi apresentou recuo de 9,36%, com a saca do cereal a R$ 29,04.
Em São Gabriel do Oeste (MS), a queda ficou em 7,14%, com a saca do grão a R$ 26,00. No Paraná, as praças de Ubiratã, Londrina e Cascavel registraram queda de 5,17%, com a saca a R$ 27,50, uma redução de R$ 1,50. No Porto de Paranaguá, o valor futuro também caiu, cerca de 1,61%, com a saca a R$ 30,50. Rio Verde (GO), foi a única praça a registrar valorização, de 1,56%, com a saca a R$ 32,50.
Segundo dados dos analistas, o cenário é decorrente do cenário mais tranquilo em relação à oferta e demanda. Essa semana, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) reportou suas projeções para a safra brasileira. No caso dos estoques de passagem da safra 2015/16, os números foram revistos, uma vez que as exportações desta temporada foram revisadas para baixo.
Inicialmente, as exportações estavam previstas em 24 milhões de toneladas, porém, a perspectiva é que o ano comercial, fevereiro/16 a janeiro/17, feche com um volume embarcado de 18,3 milhões de toneladas. "Com isso, ao invés de termos 5 milhões de toneladas de excedente doméstico temos mais de 9 milhões de toneladas de estoque de passagem, o que implica em um mês de consumo", disse o pesquisador do Cepea, Lucílio Alves, em recente entrevista ao Notícias Agrícolas.
Por outro lado, a safra de verão foi projetada em 28,40 milhões de toneladas nesta temporada. E em algumas regiões produtoras os agricultores já iniciaram a colheita do cereal. No Rio Grande do Sul, em torno de 10% da área plantada já colhida até o momento.
Além disso, outro fator que também contribui para pressionar as cotações do cereal é a perspectiva favorável para a segunda safra. Ainda conforme dados da companhia, os produtores brasileiros poderão colher 56 milhões de toneladas de milho na safrinha. "E para mudar a perspectiva de preços, precisaremos manter um bom ritmo de exportação, acima de 24 milhões de toneladas, ou de algum fator que interfira no tamanho da oferta", explica o pesquisador.
BM&F Bovespa
A sessão desta sexta-feira (13) foi de valorização aos preços do milho negociados na BM&F Bovespa. As principais posições da commodity encerraram o dia com ganhos entre 0,15% e 1,31%. O vencimento janeiro/17 era cotado a R$ 34,50 a saca e o março/17 a R$ 34,70 a saca. Já o maio/17 encerrou o pregão a R$ 33,60 a saca.
A alta é decorrente do ganho registrado no câmbio. A moeda finalizou o dia a R$ 3,2216 na venda, com ganho de 1,45%. Esse foi a maior evolução desde 1º de dezembro, quando o dólar subiu 2,40%, segundo a agência Reuters. A moeda foi impulsionada pela recompra de posições por parte dos investidores depois das perdas observadas recentemente.
Bolsa de Chicago (CBOT)
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho registraram ligeiras altas ao longo dessa semana, entre 0,14% e 0,46%. Já nesta sexta-feira, as cotações também encerraram o dia com leves ganhos. As principais posições do cereal exibiram ganhos entre 0,50 e 1,25 pontos. O vencimento março/17 era cotado a US$ 3,58 por bushel, enquanto o maio/17 operava a US$ 3,66 por bushel.
O mercado apresentou leve oscilação diante do final de semana prolongado nos Estados Unidos. Na próxima segunda-feira (16), não haverá pregão devido ao Feriado de Martin Luther King Jr. As negociações serão retomadas na próxima terça-feira (17).
Paralelamente, o mercado ainda absorve os últimos números de oferta e demanda reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), destaque para essa semana. O órgão indicou a safra dos EUA da temporada 2016/17 em 384,78 milhões de toneladas. Já os estoques finais recuaram e foram estimados em 59,82 milhões de toneladas. O volume de milho destinado à produção de etanol subiu e ficou em 135,26 milhões de toneladas.
Em contrapartida, a demanda também mostrou a sua força nos últimos dias. Ainda nesta quinta-feira, o USDA reportou a venda de 363,488 mil toneladas de milho. Ao todo, foram divulgadas três operações essa semana em um total de 847,588 mil toneladas do cereal.
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:
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