Com atuação dos fundos, milho fecha sessão desta 3ª feira com valorização de mais de 2% na Bolsa de Chicago
Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam a sessão desta terça-feira (27) em campo positivo. As principais posições da commodity ampliaram os ganhos ao longo do dia e finalizaram o pregão com altas entre 8,50 e 9,25 pontos, uma valorização de mais de 2%. O contrato março/17 era cotado a US$ 3,55 por bushel e o maio/17 a US$ 3,61 por bushel.
De acordo com os analistas internacionais, os participantes do mercado voltaram à ponta compradora, em um movimento de cobertura de posições vendidas, depois das quedas registradas na semana anterior. Somente na semana passada, os futuros do cereal recuaram quase 3% em Chicago.
Além disso, os números dos embarques semanais de milho também deram suporte ao movimento positivo. Na semana encerrada no dia 22 de dezembro, os embarques do cereal somaram 970,506 mil toneladas. O número ficou dentro das apostas dos participantes do mercado, entre 775 mil a 975 mil toneladas.
No acumulado da temporada, os embarques totalizam 16.399,308 milhões de toneladas do grão. No mesmo período do ano anterior, o volume acumulado estava próximo de 9 milhões de toneladas de milho.
Por outro lado, os participantes do mercado ainda acompanham o desenrolar da safra de milho na América do Sul, especialmente na Argentina. Os investidores ainda estão atentos às chuvas m algumas localidades, nas quais, o clima mais seco já preocupava os produtores rurais.
Outro fator que também contribuiu para a formação do cenário foi a forte valorização registrada no petróleo nesta terça-feira. No final da tarde, o barril era cotado a US$ 53,86, com ganho de mais de 1,58%. Segundo dados do site Investing.com, os preços se firmaram diante das negociações mais fracas no período que antecede o feriado de final de ano.
"E falta menos de uma semana para os maiores produtores de petróleo implementarem o acordo de corte de produção fechado no mês passado", informou o site internacional. Membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) concordaram em reduzir a produção em 1,2 mi de barris por dia, a partir de 1º de janeiro.
Mercado brasileiro
A terça-feira (27) foi de ligeira movimentação nos preços do milho no mercado interno. De acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, nas principais praças não houve referência de comercialização para o cereal. Em Mato Grosso, nas praças de Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, a cotação recuou 4,17%, com a saca do grão a R$ 23,00.
Em São Gabriel do Oeste (MS), o preço também cedeu, cerca de 1,82%, com a saca a R$ 27,00. No Porto de Paranaguá, a saca de milho permaneceu estável em R$ 36,00.
Segundo analista do Grupo Milhão Alimentos, Mársio Antônio Ribeiro, o mercado esfriou nos últimos dias devido ao recesso de final de ano, porém, deve voltar a se movimentar a partir da segunda semana de janeiro. "Os produtores que ainda têm o produto na mão irão precisar vender para liberar espaço para a soja, especialmente no estado de Mato Grosso", destaca.
Diante desse cenário, o analista ainda reforça que, "a perspectiva é de manutenção nos preços, com um viés de baixa". Isso porque, essas vendas deverão se encontrar com o milho da safra de verão, que começará a ser colhido mais cedo nesta temporada, principalmente no Paraná.
E, apesar de algumas preocupações, as consultorias e analistas apostam em uma safra de verão de mais de 30 milhões de toneladas de milho. "A produtividade deve ser muito boa esse ano. E, levando em consideração a boa condição climática até o momento, aliado aos excelentes preços no momento de plantio, podemos acreditar em um volume pouco acima de 30 mi de toneladas", ratifica Ribeiro.
Somado a esse cenário, é preciso avaliar as exportações de milho do Brasil. Em novembro, os números ficaram em 961,4 mil toneladas, bem abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior, de 4,75 milhões de toneladas. No acumulado da temporada, de fevereiro a novembro de 2016, os embarques do cereal totalizam 16,39 milhões de toneladas, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
"Até o momento, as exportações seguem fracas e sem boas perspectivas para 2017. O câmbio não ajuda e temos o excedente de volume nos Estados Unidos", explica Ribeiro.
Paralelamente, as importações de milho totalizaram 547,3 mil toneladas em novembro. Na somatória do ano, as importações do cereal estão em 2,461 milhões de toneladas, contra as 322,57 mil toneladas registradas em igual período do ano anterior.
Enquanto isso, a forte alta registrada no mercado internacional acabou impulsionando os preços na bolsa brasileira. As principais posições do cereal voltaram a trabalhar em campo positivo ao longo do dia e finalizaram a sessão com ganhos entre 0,31% e 2,04%. O vencimento janeiro/17 era cotado a R$ 38,30 a saca e o março/17 a R$ 35,81 a saca.
Já o dólar encerrou o pregão desta terça-feira praticamente estável. O câmbio recuou 0,05% e fechou o dia a R$ 3,2736 na venda. Conforme informou a agência Reuters, o dia foi marcado pela baixa liquidez com a chegada das festas de final de ano.
Confira como fecharam os preços nesta terça-feira:
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