Milho: Com recuo do câmbio, mercado futuro tem nova queda. Mas no porto saca sobe para R$ 35
Pelo segundo dia seguido, os futuros do milho negociados na BM&F Bovespa fecharam no vermelho. Nesta segunda-feira (28), as principais posições da commodity acumularam perdas entre 0,16% e 0,88%. O vencimento janeiro/17 era cotado a R$ 37,40 a saca e o março/17 a R$ 37,37 a saca. O maio/17 finalizou o dia a R$ 36,45 a saca.
Novamente, as cotações recuaram em meio à queda registrada também no câmbio. A moeda norte-americana caiu 0,85% nesse início de semana e fechou a sessão a R$ 3,3846 na venda. De acordo com dados da agência Reuters, o movimento negativo foi decorrente do alívio da cena política brasileira, com a saída do ministro Geddel Vieira Lima.
"Acompanhamos o exterior e, com a sinalização positiva de Temer (presidente Michel Temer) ontem, somado ao fato de não termos nenhuma novidade política, o dólar teve espaço para cair ante o real hoje", comentou o agente autônomo da assessoria de investimentos Criteria, Felipe Favero, informou em entrevista à Reuters.
Enquanto isso, no mercado interno, o início da semana foi de ligeiras valorizações aos preços. Segundo levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, o preço recuou 2,76% na região de Panambi (RS), com a saca do cereal a R$ 36,00. Já no Oeste da Bahia, a perda ficou em 2,50%, com a saca a R$ 39,00.
Em Mato Grosso, as praças de Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, cederam 2% nesse início de semana, com a saca do grão a R$ 24,50. Em contrapartida, em Assis (SP), o valor subiu 1,59%, com a saca a R$ 31,26 a saca. Já no Porto de Paranaguá, os preços avançaram 2,94% e a saca fechou o dia a R$ 35,00.
Segundo dados do Cepea, as cotações seguem em queda no mercado doméstico e já registram os menores patamares deste ano em grande parte das regiões. "A pressão ainda vem da expectativa de maiores importações, especialmente por parte de grandes empresas do Brasil, e do baixo ritmo das exportações, cenário que implicará em novos ajustes dos estoques de passagem da atual temporada", reportou.
Paralelamente, o centro ainda destacou que, a menor presença dos compradores no mercado, juntamente com o aumento na oferta, principalmente em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul também contribuíram para a formação desse cenário. "Apesar do cenário mais favorável aos demandantes, a comercialização está lenta, já que grandes compradores estão fora do mercado, recebendo o milho negociado antecipadamente e administrando seus estoques", informou.
Bolsa de Chicago
Em mais uma sessão de volatilidade, as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a segunda-feira (28) próximas da estabilidade. Após operar dos dois lados da tabela, as cotações finalizaram o dia com leves altas de 0,25 pontos. O vencimento dezembro/16 era cotado a US$ 3,48 por bushel, com queda de 0,75 pontos. Já o março/17 era negociado a US$ 3,58 por bushel.
Mesmo com as notícias vindas do lado da demanda, as cotações ainda são pressionadas pela perspectiva de uma grande safra nos EUA. "As previsões indicando uma grande safra nos EUA continuam a pesar sobre o milho, embora as notícias de demanda foram positivas na semana anterior", destaca o analista e editor do portal Farm Futures, Bryce Knorr.
Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou novo boletim de embarques semanais. Na semana encerrada no dia 24 de novembro, os embarques de milho somaram 800,967 mil toneladas do grão. O número ficou levemente abaixo das expectativas dos investidores, entre 850 mil a 1.050 milhão de toneladas.
Na semana anterior, o número ficou em 875,976 mil toneladas de milho. Até o momento, os embarques do cereal na temporada chegam a 12.539,318 milhões de toneladas, sendo quase o dobro do ano comercial nesta mesma época, com 6.762,923 milhões de toneladas.
Confira como fecharam os preços nesta segunda-feira:
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