Na Bolsa de Chicago, milho esboça recuperação e acumula valorização semanal de mais de 1%
Após as perdas recentes, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a subir essa semana e acumularam valorizações entre 0,89% e 1,54%, de acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. Nesta sexta-feira (18), as principais posições do cereal exibiram ganhos entre 3,50 e 3,75 pontos. O vencimento dezembro/16 era cotado a US$ 3,45 por bushel e o março/17 a US$ 3,53 por bushel.
Apesar da grande safra americana, o que tem pesado negativamente nos preços do cereal, as informações vindas do lado da demanda ainda fornecem algum suporte aos preços do cereal, ainda segundo destacam os analistas. Nos Estados Unidos, a colheita do cereal já está na reta final e a perspectiva é que sejam colhidas mais de 386 milhões de toneladas nesta temporada.
Porém, ainda nesta quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou as vendas de exportação do grão, na semana encerrada no dia 10 de novembro, em 1.661 milhão de toneladas, bem acima do esperado pelos investidores. No acumulado da temporada, o volume comprometido já está em 27.646,2 milhões de toneladas, 90% a mais do que se comparado com igual período do ano anterior.
No mesmo período de 2015 o volume já comprometido pelos americanos era de apenas 14.543,1 milhão de toneladas. O departamento ainda reportou a venda de 106,1 mil toneladas de milho para destinos desconhecidos.
Mercado interno
Ao longo dessa semana, as cotações do milho praticadas no mercado interno também cederam em algumas praças, ainda segundo levantamento do economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. Em Uberlândia (MG), o preço cedeu 9,30%, com a saca do cereal a R$ 39,00. Na região de Campo Grande (MS), a queda foi de 6,45%, com a saca do milho a R$ 29,00.
Já em Não-me-toque (RS), a perda ficou em 2,70%, com a saca do grão a R$ 36,00. Ainda no estado gaúcho, em Panambi, a saca fechou a semana a R$ 37,02, com desvalorização de 2,68%. Em Assis (SP), a baixa foi de 1,47%, com a saca a R$ 32,24, em Rio Verde (GO), o recuo foi de 1,37%, com a saca a R$ 36,00. Enquanto isso, em Campinas (SP), a cotação cedeu 1,26%, com a saca de milho a R$ 39,10.
No caso de Avaré (SP), a perda ficou em 0,91%, com a saca do cereal a R$ 32,72. Na contramão desse cenário, no Porto de Paranaguá, a saca registrou alta de 3,13%, com a saca a R$ 33,00. Nas demais praças, a semana foi de estabilidade aos preços.
De acordo com o pesquisador do Cepea, Lucílio Alves, os preços ainda passam por um ajuste no mercado doméstico em meio à diferença de valores se comparados com os praticados no cenário internacional. Além disso, o especialista ainda ressalta que o recuo nas exportações do cereal, em relação ao ano passado, também contribuem para a formação desse quadro.
Em outubro, o Brasil embarcou cerca de 1,102 milhão de toneladas de milho, conforme dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Com isso, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) revisou em seu último boletim os números dos embarques de milho do país para a temporada 2015/16. A perspectiva que as exportações fiquem próximas de 18,5 milhões de toneladas, frente as 20 milhões de toneladas projetadas inicialmente.
"O que implica em estoques de passagem maiores em janeiro de 2017. E as exportações continuam lentas, em novembro, temos uma média diária de 31 mil toneladas. Se continuarmos nesse ritmo, teremos um volume embarcado no mês de 620 mil toneladas do cereal, bem abaixo do registrado em novembro de 2015, de 4,8 milhões de toneladas", explica o pesquisador.
Paralelamente, o especialista ainda afirma que, a vitória de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos também influenciou o comportamento do dólar. Consequentemente, muitos vendedores se retraíram no mercado interno à espera de uma definição na tendência dos preços. Embora a mudança ainda não tenho ocasionado nenhuma mudança nos níveis de preços praticados.
"Há uma possibilidade de estabilização nos preços nos próximos 60 dias. Se isso não acontecer, veremos as cotações cederem devido à entrada da safra de verão. E esse ajuste nas exportações, que elevaria os estoques de passagem", destaca o especialista do Cepea.
Atualmente, os estoques de passagem, em 1º de fevereiro são estimados em 7,3 milhões de toneladas de milho. Em outubro, o número era de 5,5 milhões de toneladas na mesma posição.
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:
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