Milho recua mais de 3% no pregão desta 4ª feira em Chicago após USDA indicar aumento na safra americana
A sessão desta quarta-feira (9) foi de queda forte aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal ampliaram as perdas durante o pregão e encerraram o dia com desvalorizações de mais de 13 pontos, um recuo de mais de 3%. O dezembro/16 era cotado a US$ 3,40 por bushel, enquanto o março/17 era negociado a US$ 3,49 por bushel. O maio/17 finalizou o dia a US$ 3,57 por bushel.
De acordo com o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, as cotações foram pressionadas pelas projeções do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) para a safra dos EUA. "Era esperado uma queda na produção e o departamento indicou um aumento na safra. E nas exportações, o órgão foi bem conservador, mas temos acompanhado o ritmo de vendas do milho que está acima do registrado no ano passado", pondera.
Ainda hoje, o USDA indicou a safra norte-americana em 386,76 milhões de toneladas, bem acima do indicado no relatório anterior, de 382,48 milhões de toneladas.
A produtividade das lavouras no país também foi revista para cima e subiu de 183,52 sacas para 185,52 sacas por hectare. Consequentemente, os estoques finais dos EUA apresentaram alta e ficaram em 61,04 milhões de toneladas. Em outubro, o número era de 58,94 milhões de toneladas.
O USDA também trouxe alterações na produção mundial de milho, que ficou em 1.030,53 bilhão de toneladas, contra as 1.025,69 bilhão de toneladas estimadas no último mês. Os estoques finais globais ficaram em 218,19 milhões de toneladas. No mês passado, o número estava em 216,81 milhões de toneladas.
No início do dia, as cotações do cereal também recuaram em Chicago, um reflexo da vitória do candidato Donald Trump à presidência nos EUA. Em meio à aversão ao risco e o nervosismo instalado no mercado, os investidores buscaram os ativos mais seguros, como o ouro, que chegou a registrar valorização de mais 2%.
BM&F Bovespa
As cotações futuras do milho negociadas na BM&F Bovespa fecharam o pregão desta quarta-feira (9) do lado negativo da tabela. As principais posições da commodity recuaram pelo 6º dia consecutivo e exibiram desvalorizações entre 0,28% e 0,95%. O vencimento novembro/16 era cotado a R$ 39,29 a saca e o janeiro/17 a R$ 38,44 a saca. Já o março/17 fechou o dia a R$ 36,50 a saca.
Apesar da forte alta registrada no câmbio, as cotações acompanharam as perdas expressivas registradas nos preços no mercado internacional. Ainda nesta quarta-feira, a moeda norte-americana encerrou a sessão a R$ 3,2095 na venda, com alta de 1,33%.
De acordo com dados da agência Reuters, a moeda encerrou o dia em alta depois da vitória do republicano Donald Trump na eleição presidencial nos EUA. "A decisão alimentou uma onda de aversão ao risco nos mercados globais", informou a agência.
Mercado interno
Já no mercado doméstico, as cotações apresentaram, mais uma vez, ligeiras oscilações. Conforme levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, em Jataí (GO), o preço da saca do cereal recuou 4,48% e fechou o dia a R$ 32,00. Na região de Sorriso (MT), a queda foi de 4,00%, com a saca do cereal a R$ 24,00.
No Paraná, na região de Cascavel, o recuo ficou em 3,23%, com a saca a R$ 30,00. Ainda no estado, as praças de Ubiratã e Londrina, caíram 1,64%, com a saca a R$ 30,00. No Porto de Paranaguá, a saca registrou queda de 1,54% e finalizou o dia a R$ 32,00.
Em contrapartida, o valor subiu 1,39% em Rio Verde (GO), com a saca a R$ 36,50. Em Uberlândia (MG), a alta ficou em 1,18% e a saca a R$ 43,00. No Oeste da Bahia, o valor apresentou ganho de 0,62%, com a saca a R$ 40,50. Nas demais praças o dia foi de estabilidade aos preços.
No mercado interno, o cenário segue inalterado, de um lado, os compradores estão abastecidos e, de outro, os compradores aguardam valores mais altos para retornar às vendas. Consequentemente, as negociações ainda acontecem pontualmente.
Importações
Em outubro, as importações de milho somaram 495 mil toneladas, segundo informações reportadas pelo Ministério de Indústria e Comércio (MDIC). No acumulado do ano até o mês anterior, as importações brasileiras totalizam 1,91 milhão de toneladas, um crescimento de 607% em relação ao anterior.
O cereal tem como origem, basicamente, o Paraguai e a Argentina. E, apesar da recente liberação de importação de novas variedades transgênicas dos EUA, o país ainda não fez nenhuma entrega do grão no país nos últimos meses, ainda conforme dados do ministério e divulgados pela Reuters.
Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira:
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