Milho tem novo dia de vendas técnicas e recua até 2,47% no pregão desta 3ª feira na BM&F Bovespa
Pelo segundo dia seguido, os futuros do milho negociados na BM&F Bovespa recuaram. Nesta terça-feira (18), as principais posições do cereal acumularam desvalorizações entre 0,42% e 2,47%. O vencimento novembro/16 era cotado a R$ 41,07 a saca e o janeiro/17 a R$ 41,51 a saca. Já o março/17 fechou o dia a R$ 39,50 a saca.
De acordo com o economista e analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, as cotações são pressionadas por vendas técnicas. "Podemos considerar que, nesse momento, o mercado se apresenta graficamente enfraquecido", explica o especialista.
Além disso, as importações de milho, especialmente do Paraguai e da Argentina, também exercem uma pressão psicológica nos preços da commodity na bolsa brasileira. "Acredito que estamos vivendo um piso para os preços do milho. Não acredito que que as cotações recuem abaixo do atual patamar até a chegada da nova safra. Inclusive, até podemos ter alguma alta no decorrer desse período", pondera Motter.
Enquanto isso, no mercado interno, os preços se mantiveram estáveis nas principais praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas nesta terça-feira. Em Avaré (SP), o recuo foi de 10,96%, com a saca do cereal a R$ 31,75. Já em Itapeva (SP), a queda foi de 1,30%, com a saca a R$ 37,12. No Oeste da Bahia, a cotação caiu 1,12%, com a saca a R$ 44,00.
Por outro lado, em Sorriso (MT), o ganho foi de 5,56%, com a saca do milho a R$ 28,50. Na região de Campinas (SP), a alta foi de 1,16% e a saca fechou o dia a R$ 43,60. No Porto de Paranaguá, a cotação permaneceu estável em R$ 33,00.
"No mercado físico, há uma acomodação nos preços, com pouca presença de compradores e também de vendedores. O mercado oscila puramente ao sabor de uma formação doméstica dos preços. Porém, dentro dessa acomodação sempre ocorrem oscilações de preços, ainda que comedidas", afirma o economista da Granoeste.
É consenso entre os analistas que, o quadro ajustado ainda entre a oferta e a demanda permanece dando sustentação aos preços no mercado brasileiro. Entretanto, é preciso acompanhar o clima e a consolidação da safra de verão. "O mais importante aos preços será o comportamento do clima e o tamanho da safra de verão", acredita Motter.
Dólar
A moeda norte-americana fechou o dia a R$ 3,1830 na venda, com queda de 0,77%. Segundo a agência Reuters, "o câmbio foi influenciado pelo movimento da moeda no exterior e expectativa de ingresso de recursos no país por conta da repatriação de ativos de brasileiros no exterior".
Bolsa de Chicago
A terça-feira foi de ligeira queda aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal finalizaram o dia com perdas entre 0,25 e 0,50 pontos. O vencimento dezembro/16 era cotado a US$ 3,53 por bushel, enquanto o março/17 finalizou o dia a US$ 3,63 por bushel.
De acordo com o site internacional Farm Futures, o mercado recuou em um movimento de realização de lucros depois das altas recentes. Além disso, os participantes do mercado acompanham os dados sobre o andamento da colheita nos Estados Unidos. No final da tarde desta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que, cerca de 46% da área plantada já havia sido colhida até o último final de semana. Na semana passada, o índice era de 35%.
"A atividade de colheita nos EUA tem ganhado ritmo e vai continuar muito ativa ao longo de toda a semana. Isso, provavelmente irá fornecer alguma pressão aos preços às vezes", disse Darrell Holaday no Country Futures, em entrevista ao Agrimoney.com.
Porém, é preciso levar em consideração a forte demanda pelo produto americano, conforme ponderam os especialistas. "Dois principais argumentos no mercado nesse instante é uma safra recorde ante uma demanda recorde. Só o tempo irá dizer qual dos dois terá mais influência nos preços", disse Benson Quinn Commodities.
Veja como fecharam os preços nesta terça-feira:
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