Milho: Em Chicago, mercado fecha em alta pelo 3º dia consecutivo com foco nas chuvas no Meio-Oeste
Pelo terceiro dia consecutivo, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão em campo positivo. Nesta terça-feira (20), as principais posições da commodity exibiram valorizações entre 2,75 e 3,25 pontos. O vencimento dezembro/16 era cotado a US$ 3,40 por bushel, enquanto o março/17 era negociado a US$ 3,50 por bushel. O maio/17 finalizou a sessão a US$ 3,58 por bushel.
No cenário internacional, as chuvas no Meio-Oeste dos Estados Unidos ainda permanecem no radar dos investidores. Por enquanto, as previsões climáticas ainda indicam chuvas para o cinturão produtor americano nos próximos 7 dias. "As preocupações estão sobre o atraso na colheita do grão e nas previsões climáticas que ainda indicam chuvas nos próximos dias", reforça Bob Burgdorfer, editor e analista de mercado do portal Farm Futures.
Chuvas nos próximos 7 dias nos EUA - Fonte: NOAA
Já no período de 26 a 30 de setembro, as chuvas ainda deverão ficar acima da normalidade no Meio-Oeste, conforme dados divulgados pelo NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país. No mesmo intervalo, as temperaturas também deverão ficar acima da média.
Chuvas nos próximos 6 a 10 dias nos EUA - Fonte: NOAA
Ainda no final da tarde desta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que 9% da área plantada nesta safra já havia sido colhida até o último domingo. O número ficou abaixo das apostas dos participantes do mercado, de 11% e da média dos últimos cinco anos, de 12%.
O órgão ainda manteve em 74% o índice de lavouras em boas ou excelentes condições. "Contudo, as condições do milho continuam boas, a melhor classificação desde 1994. As expectativas são de que o USDA revise a produção de milho relatórios futuros, mas as condições das lavouras nesse instante vão contra grandes cortes", reportou o corretor da CHS Hedging, Joe Lardy, em entrevista Agrimoney.com.
Contudo, os investidores ainda estão atentos aos relatos vindos dos campos americanos sobre o aparecimento de doenças nas plantações devido ao excesso de chuvas. Segundo o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a situação está mais concentrada nos estados mais ao sul do cinturão produtor.
"São localidades que sofreram com o excesso de chuvas da semana passada e o calor extremo, o que acaba afetando a qualidade do milho. Mas, no geral, os principais estados produtores, como Indiana, Iowa e Illinois ainda têm condições normais. É preciso acompanhar essa situação, pois se as chuvas continuarem poderemos ter um problema também em relação à produtividade", explica Brandalizze.
Ainda na visão do consultor, outro fator que precisa ser acompanhado é a safra da Ucrânia. Devido a problemas climáticos, a produção poderá ser menor. "E caso isso aconteça poderemos ter uma redução nas exportações e os compradores irão adquirir esse produto dos EUA", completa.
Mercado brasileiro
Na BM&F Bovespa, as principais posições do milho encerraram o pregão desta terça-feira (20) com leves quedas. O vencimento novembro/16 era cotado a R$ 41,65 a saca, já o janeiro/17 fechou o dia a R$ 42,10 a saca. O março/17 finalizou a sessão a R$ 41,00 a saca.
Apesar da alta no cenário internacional, as cotações acompanharam a movimentação cambial. Hoje, a moeda norte-americana fechou o dia a R$ 3,2610 na venda, com perda de 0,53%. De acordo com informações da agência Reuters, os operadores ainda esperam as reuniões de política monetária nos Estados Unidos e no Japão, que devem ocorrer nesta quarta-feira (21).
Enquanto isso, no mercado interno, o dia foi de estabilidade aos preços nas principais praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas. Em Itapetininga (SP), a alta foi de 21,97%, com a saca do cereal a R$ 48,85. Em Uberlândia (MG), o ganho foi de 1,14%, com a saca a R$ 44,50. Em contrapartida, o valor caiu 3,19% no Oeste da Bahia, com a saca a R$ 45,50, em Itapeva (SP), a desvalorização ficou em 2,02% e a saca a R$ 35,89.
"Na região Sul, São Paulo, Centro-Oeste já temos um mercado mais pressionado, uma vez que os grandes compradores desapareceram. Muitos têm se abastecido com o milho trazido do Paraguai e da Argentina, que chegam com valores mais baixos se comparados ao produto nacional", diz o consultor da Brandalizze Consulting.
Entretanto, o especialista ainda ressalta que, esse será um ano de estoques apertados. "Não há escassez de milho, mas também não há grande sobra. As exportações têm caminhado abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. Talvez em 2016 embarquemos 22 milhões de toneladas, mas são contratos firmados anteriormente", acredita.
Por outro lado, os participantes do mercado ainda permanecem atentos ao plantio da safra de verão. No Paraná e no Rio Grande do Sul, a perspectiva é de aumento na área destinada ao cultivo do cereal nesta temporada. E, até o momento, o clima tem contribuído para o avanço dos trabalhos nos campos.
Confira como fecharam os preços nesta terça-feira:
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