Milho: Com suporte da previsão de clima seco nos EUA, preços sobem mais de 2,5% nesta 4ª feira em Chicago
Pelo segundo dia seguido, as cotações futuras do milho fecharam em campo positivo na Bolsa de Chicago (CBOT). Nesta quarta-feira (13), as principais posições da commodity encerraram o pregão com altas entre 8,50 e 16 pontos, uma valorização de mais de 2,5%. O vencimento julho/16 era cotado a US$ 3,65 por bushel, já o dezembro/16 era negociado a US$ 3,69 por bushel.
Conforme dados do noticiário internacional, as cotações voltaram a encontrar impulso nas previsões climáticas para o Meio-Oeste dos Estados Unidos. Novos mapas climáticos divulgados pelo NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - indicam que as temperaturas deverão ficar acima da média em grande parte do país entre os dias 20 a 26 de julho, segundo o mapa abaixo.
Temperaturas previstas nos EUA entre os dias 20 a 26 de julho - Fonte: NOAA
No mesmo período, as chuvas deverão ficar entre 40% até 50% abaixo da média no cinturão produtor. "Os mercados de milho e soja subiram diante da perspectiva de que o Meio-Oeste dos EUA verá um clima mais quente e seco até o final do mês, ameaçando os rendimentos", informou o site Agrimoney.
Chuvas previstas nos EUA entre os dias 20 a 26 de julho - Fonte: NOAA
"O mercado está preocupado com a possibilidade de um verão quente que poderia reduzir os rendimentos das lavouras", disse o Commerzbank. "As previsões climáticas se tornaram o foco do mercado de grãos, uma vez que as lavouras de milho estão em fase de polinização e a soja se aproxima do período do enchimento de grãos", ressaltou Kim Rugel, em Benson Quinn Commodities.
"Estamos no meio do mercado climático nos EUA. Na semana anterior, tivemos quedas atribuídas às liquidações dos fundos de investimentos e também no clima favorável no país. E desde ontem, temos uma expectativa de clima mais quente e seco, o que serviu de pretexto para essa alta. Esse é um movimento típico de Chicago para essa época do ano", explica o consultor de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão.
Até o último domingo, em torno de 76% das lavouras do cereal apresentam boas ou excelentes condições, conforme boletim de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). E diante do incremento na área cultivada com o cereal nesta temporada, que deverá ficar acima de 38 milhões de hectares, os produtores poderão colher uma safra próxima de 369 milhões de toneladas.
"De maneira geral, a safra norte-americana vai bem e se confirmarmos uma safra cheia nos EUA manteremos uma leitura baixista para os preços no médio e longo prazo. É uma safra robusta e nessa circunstância, por mais que a demanda global siga firme, não deixa de ser um choque brutal na oferta", reforça Galvão.
Mercado interno
Na BM&F Bovespa, a sessão desta quarta-feira (13) foi positiva aos preços do milho. As principais posições do cereal encerraram o dia com valorizações entre 1,01% e 2,94%. O contrato julho/16 era cotado a R$ 42,80 a saca, já o setembro/16, referência para a safrinha brasileira, era negociado a R$ 44,95 a saca, com alta de 2,86%. O março/17 fechou o pregão a R$ 46,00 a saca e ganho de 1,14%.
Já no Porto de Paranaguá, a saca para entrega em setembro subiu 2,94% e fechou o dia a R$ 35,00. No mercado interno, as cotações registraram algumas oscilações nesta quarta-feira, de acordo com levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas. Em Araçatuba (SP), o valor subiu 20,01% e voltou ao patamar de R$ 41,03 a saca. Em São Gabriel do Oeste (MS), a alta foi de 3,13%, com a saca a R$ 33,00. Nas praças paranaenses, Ubiratã, Londrina e Cascavel, o ganho ficou em 1,49%, com a saca do cereal a R$ 34,00.
"A queda que observamos nos últimos 15 dias é decorrente da entrada da segunda safra no mercado, que apesar da quebra está chegando. Temos quase 30% da produção já colhida, porém, em razão da profunda quebra na safra, ainda teremos um mercado muito apertado no segundo semestre de 2016 e primeiro trimestre de 2017", diz o consultor de mercado da Céleres Consultoria.
A perspectiva é que sejam colhidas ao redor de 43 milhões de toneladas do cereal nesta temporada, conforme projeção oficial da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). "Trabalhamos com uma produção de 45 milhões de toneladas, uma quebra de mais de 10 milhões de toneladas no potencial produtivo do cereal. E temos que reforçar que iremos colher as lavouras mais afetadas pelo clima a partir de agora. Acreditamos que nos próximos 15 a 20 dias, o mercado interno volta a subir e podemos ter valores recordes", finaliza o consultor.
Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira:
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