Após perdas expressivas, milho inicia o pregão desta 6ª feira próximo da estabilidade em Chicago
Na manhã desta sexta-feira (1), as principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalharam em campo misto, bem próximas da estabilidade. Por volta das 7h19 (horário de Brasília), os primeiros contratos exibiam perdas entre 0,25 e 1,75 pontos. O vencimento julho/16 era cotado a US$ 3,57 por bushel. Apenas o maio/17 exibia ligeira alta, de 0,25 pontos, negociado a US$ 3,84 por bushel.
O mercado ainda reflete os números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportados nesta quinta-feira (30). Ainda ontem, o órgão indicou um aumento 7% na área plantada com o cereal na safra 2016/17 em relação ao ciclo anterior. No total, os produtores norte-americanos semearam 38,08 milhões de hectares com o grão. O número ficou acima das apostas dos participantes do mercado.
Outro dado que também pesou sobre os preços foi o número dos estoques de milho, projetados em 119,89 milhões de toneladas, um aumento de 6% em relação ao mesmo período do ano anterior. As estimativas dos participantes do mercado giravam entre 112,71 milhões de toneladas e 117,48 milhões de toneladas.
E, após a divulgação dos relatórios, os analistas reforçam que o foco dos investidores seguirá no clima. Isso porque, esse mês grande parte das lavouras estará em fase de polinização, estágio de definição de produtividade da cultura. Além disso, os participantes do mercado já se posicionam para o feriado prolongado nos EUA. Na próxima segunda-feira (4), é comemorado o Dia da Independência.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Em Chicago, milho reflete números do USDA e fecha sessão desta 5ª feira com desvalorização de mais de 3%
Pelo 2º dia consecutivo, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam em forte queda. No fechamento da sessão desta quinta-feira (30), as principais posições da commodity exibiram perdas entre 10,75 e 14,00 pontos, uma desvalorização de mais de 3%. Os vencimentos se distanciaram do nível dos US$ 4,00 por bushel, com o julho/16 a US$ 3,58 por bushel e o dezembro/16 a US$ 3,71 por bushel.
Segundo dados do noticiário internacional, a queda de hoje é um reflexo dos novos números trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). No caso da área, o número ficou em 38,08 milhões de hectares, o que representa um crescimento de 7% em relação ao ano anterior. O número ficou acima da última projeção do departamento, divulgada no começo do mês, de 33,27 milhões de hectares.
A estimativa também ficou acima das apostas dos participantes do mercado que giravam entre ao redor de 37,23 milhões de hectares a 38,04 milhões de hectares. "Essa é a terceira maior área plantada com o milho no país em 72 anos e muito mais do que os investidores esperavam para essa temporada", informou o site internacional Farm Futures.
Paralelamente, os estoques trimestrais foram estimados em 119,89 milhões de toneladas, um aumento de 6% em relação ao mesmo período do ano anterior. A perspectiva era que o USDA indicasse os estoques entre 112,71 milhões de toneladas e 117,48 milhões de toneladas.
"O milho tem uma dose dupla de más notícias. Estimando um rendimento médio próximo de 179,92 sacas por hectare e considerando um clima normal em julho, a safra pode chegar a 373,4 milhões de toneladas, o que poderia facilmente sobrecarregar a demanda", disse Bryce Knorr, analista e editor do site Farm Futures. No início de junho, o departamento estimou a produtividade das lavouras em 177,8 sacas por hectare e a saca 2016/17 em 366,54 milhões de toneladas.
E após a divulgação dos relatórios, é consenso entre os analistas de que o foco dos participantes do mercado será o comportamento climático nos EUA. Especialmente no mês de julho, já que as lavouras de milho entram em fase de polinização no país, uma das mais importantes para o desenvolvimento da cultura.
Nos próximos dias, as previsões climáticas ainda indicam chuvas próximas da normalidade em grande parte do Meio-Oeste do país. No mesmo período, as temperaturas deverão ficar acima da média, ainda de acordo com informações reportadas pelo NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país. Os investidores seguem atentos ao clima, já que o mês de julho é o mais importante ao desenvolvimento da cultura nos EUA, uma vez que as lavouras entram em fase de polinização.
A demanda também é uma variável importante e que também é observada pelos investidores. Ainda hoje, o USDA reportou a venda de 120,4 mil toneladas de milho ao México. Do total negociado, em torno de 80,26 mil toneladas deverão ser entregues na temporada 2016/17. Já o restante, em torno de 40,13 mil toneladas serão entregues no ciclo 2017/18.
Já as vendas para exportação foram estimadas em 1.004,6 milhão de toneladas do cereal na semana encerrada no dia 23 de junho. Mais uma vez, o número ficou dentro das apostas dos investidores que giravam entre 1 milhão a 1.450 milhão de toneladas. No total, cerca de 468,5 mil toneladas são da temporada 2015/16 e o restante, de 536,1 mil toneladas no ciclo 2016/17.
Mercado brasileiro
Na BM&F, as cotações futuras do milho também registraram perdas mais fortes no pregão desta quinta-feira (30). As principais posições do cereal encerraram o dia com desvalorizações entre 1,47% e 3,42%. O contrato julho/16 era cotado a R$ 38,93 a saca, já o setembro/16, referência para a safrinha, finalizou o dia a R$ 39,75 a saca, com perda de 2,48%. Apenas o vencimento março/17 registrou leve alta, de 0,70%, cotado a R$ 43,30 a saca.
Além das perdas na Bolsa de Chicago, a desvalorização cambial também pressionou as cotações do cereal praticadas na bolsa brasileira, conforme ponderam os analistas. No caso do dólar, a perda foi de 0,73%, com a moeda negociada a R$ 3,213 na venda. Esse é o menor nível de fechamento desde 21 de julho de 2015, quando o câmbio fechou o dia a R$ 3,1732.
Já no porto de Paranaguá, a saca do cereal para entrega em setembro/16 caiu 1,47% e encerrou o dia a R$ 33,50. No restante do Brasil, as cotações alternaram altas e baixas nesta quinta-feira, conforme levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas. Em Assis (SP), o preço recuou 15,22% e saca fechou o dia a R$ 38,10. Na região de São Gabriel do Oeste (MS), a queda foi de 3,13%, com a saca a R$ 31,00.
Em Ponta Grossa (PR), a perda foi maior, de 5%, com a saca a R$ 38,00. Nas outras praças paranaenses, Ubiratã, Londrina e Cascavel, a saca fechou o dia a R$ 34,00, uma queda de 1,45%. Na contramão desse cenário, em Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, ambas no Mato Grosso, a alta foi de 12%, com a saca do milho a R$ 28,00. Já em Avaré (SP), o ganho foi ainda mais expressivo, ao redor de 14,30%, com a saca a R$ 39,08.
No mercado interno, os investidores seguem observando a evolução da colheita do milho safrinha. Nos principais estados produtores, Mato Grosso e Paraná, os trabalhos nos campos já ultrapassam os 15%. Ainda há muitas especulações em relação ao real tamanho da safra brasileira, já que em muitas regiões, as lavouras foram severamente castigadas pelas adversidades climáticas.
Ainda nesta quinta-feira, o Governo federal indicou que não irá mais realizar a venda de 500 mil toneladas de milho dos estoques públicos. A medida foi reportada no início de junho e tinha como objetivo conter altas dos preços, que estavam em níveis recordes. De acordo com dados da agência Reuters, o Ministério da Agricultura disse que as medidas não serão mais necessárias, "pois os preços estão se normalizando". Atualmente, o Brasil tem pouco mais de 880 mil toneladas de milho nos estoques públicos, segundo dados oficiais da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
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