Exportações de milho dos EUA aceleram por preocupação com safra do Brasil
CHICAGO (Reuters) - As exportações de milho dos Estados Unidos com envio agendado para antes da colheita de inverno do hemisfério norte ultrapassaram o ritmo registrado em 2015 pela primeira vez nesta temporada, mostraram dados do governo nesta quinta-feira, impulsionadas por preços competitivos e pela falta de grãos na Argentina e problemas na oferta do Brasil, onde a safra foi prejudicada pela seca.
Compradores de ao menos 31 diferentes países fecharam embarques de milho dos EUA na semana passada, o maior grupo de compradores desde o registro de 32 destinações em negócios fechados em outubro de 2007, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês).
Os produtores norte-americanos estão vendo com bons olhos a retomada das exportações. Mais cedo nesta temporada, ofertas abundantes de milho barato da América do Sul e um dólar mais forte haviam feito compradores globais ignorarem ofertas dos EUA, o maior exportador global.
Mas a oferta do Brasil caiu drasticamente, levando os preços domésticos a patamares recordes e forçando indústrias de carne suína e de aves a buscar alternativas para ração, como o trigo.
"O negócio definitivamente virou", disse o analista da AgTraderTalk.com, Darin Friedrichs.
"O Brasil talvez tenha exportado demais neste ano, e mesmo após a colheita eles precisarão recuperar sua oferta doméstica, então eles estão hesitantes em exportar. A Argentina pode fazer algo, mas somos basicamente a única opção para milho agora", afirmou.
As vendas para exportações de milho da safra antiga dos EUA superaram 1 milhão de toneladas pela quinta semana consecutiva na última semana, levando as vendas totais na temporada 2015/16 a cerca de 44,7 milhões de toneladas.
O montante representa avanço de 1,7 por cento ante mesmo período do ano passado. Até março as vendas estavam com atraso de cerca de 20 por cento ante o ritmo do ano anterior.
(Por Karl Plume)
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Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC
Divergência é uma diferença. Se pegarmos o preço do milho para setembro de 45 reais (base Campinas) e o transformarmos em dólares por buschel, com o câmbio futuro também para setembro, o resultado é de 5,85 dólares por buschel. O contrato setembro Chicago fechou hoje a 4,30 dólares por buschel. Parece evidente que os estrangeiros não compraram milho acima de 4,30 o buschel, ou, se isso aconteceu, o que explica essa diferença? Certamente o câmbio. Até hoje não consegui identificar os fatores que causam essa divergência, tampouco encontrei alguém com uma explicação no minimo razoável. Para quem tiver interesse nisso, estou usando quatro pares de moedas para tentar descobrir, com a soja, o real, o dólar, o yuan paralelo e o oficial.
Granjeiros aproveitem o dolar a 3,50 para importar milho agora.