Milho: Diante das altas na CBOT e nas previsões de geada no Paraná, preços fecham 4ª feira em alta na BM&F
Ao longo do pregão desta quarta-feira (8), os futuros do milho negociados na BM&F Bovespa voltaram a trabalhar em campo positivo e encerraram o dia com valorizações entre 0,33% e 1,13%. A posição julho/16 era cotada a R$ 45,65 a saca, enquanto o setembro/16, referência para a safrinha brasileira, fechou a sessão a R$ 42,78 a saca, com ganho de 0,78%.
Além do impulso de Chicago, os analistas também reforçam que as atenções dos investidores estão voltadas para as previsões de geadas no estado do Paraná. Na madrugada desta quarta-feira, as temperaturas despencaram em algumas localidades como General Carneiro, aonde a temperatura chegou a -4ºC. Já em Palmas, os termômetros marcaram -3ºC e em Guarapuava, a temperatura atingiu -1ºC.
E o Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná) mantém o alerta para geadas no estado nos próximos dias. Nesta quinta-feira (9), as regiões de Ponta Grossa, Castro, Irati, Pitanga, Cascavel, Laranjeiras do Sul, Francisco Beltrão, Pato Branco e Palmas deverá ser receber uma geada de forte intensidade. Já na sexta-feira (10), a geada forte está prevista para as regiões de Pato Branco, Laranjeiras do Sul, Palmas, Irati, Ponta Grossa, Castro e Lapa.
Fonte: Simepar
Fonte: Simepar
Em recente entrevista ao Notícias Agrícolas, o analista de milho do Deral (Departamento de Economia Rural), Edmar Gervásio, já havia alertado para o risco de possíveis geadas, já que cerca de 50% da produção ainda estava suscetível ao clima. Por enquanto, não há dado oficial sobre perdas na produção de milho safrinha paranaense em decorrência da geada.
Até o momento, pouco mais de 3% da plantada, de cerca de 2,2 milhões de hectares, já foi colhida, ainda conforme dados do departamento. A perspectiva é que sejam colhidas 12,1 milhões de toneladas do cereal nesta temporada em todo do estado. No maior estado produtor do grão na segunda safra, o Mato Grosso, a colheita já está completa em 2,81% da área cultivada, segundo levantamento do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). Ainda ontem, a agência Safras & Mercado estimou a área colhida em 1,5% no Brasil.
De acordo com os números oficiais, da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o Brasil deverá colher uma safrinha próxima de 52,9 milhões de toneladas nesta safra. A entidade atualiza as suas informações nesta quinta-feira (9), em novo boletim de acompanhamento de safras. Já a INTL FCStone projeta a segunda safra do grão em 49,4 milhões de toneladas.
Enquanto isso, no mercado interno, a ajusta relação entre oferta e demanda continua a dar sustentação aos preços. Conforme levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, o preço subiu 3,33% em Sorriso (MT) e a saca do milho fechou o dia a R$ 31,00. Em São Gabriel do Oeste (MS), a valorização ficou em 2,13%, com a saca a R$ 48,00.
Na contramão desse cenário, em Avaré (SP), o valor recuou 8% nesta quarta-feira e a saca encerrou o dia a R$ 44,94, já em São João da Boa Vista (SP), a perda foi de 11,54%, com a saca a R$ 44,94. No Porto de Paranaguá, a saca do milho permaneceu estável em R$ 38,00 para entrega setembro/16. Nas demais praças pesquisadas o dia foi de estabilidade.
A situação do abastecimento interno é tão preocupante que, recentemente, a Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) estimou as exportações de milho em 2016 ao redor de 23 milhões de toneladas. Anteriormente, a projeção era de 30 milhões de toneladas.
Dólar
A moeda norte-americana fechou a sessão desta quarta-feira com forte queda, de mais de 2,29%, cotada a R$ 3,3697 na venda. O nível é o menor desde 29 de julho de 2015, quando o câmbio tocou o patamar de R$ 3,3293. O dólar já acumula desvalorização de 6,72% no mês de junho.
Segundo a agência Reuters, a movimentação negativa é um reflexo da perspectiva dos operadores de que o Banco Central deverá intervir menos no mercado e um ambiente externo mais favorável.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), as cotações futuras do milho encerraram a sessão desta quarta-feira (8) do lado positivo da tabela. Durante o pregão, as principais posições da commodity reduziram os ganhos, mas ainda encerraram o dia com valorizações entre 2,50 e 4,25 pontos. O contrato julho/16 era cotado a US$ 4,31 por bushel, já o dezembro/16 era negociado a US$ 4,37 por bushel. Os vencimentos subiram pelo 6º dia seguido.
"Os preços futuros do cereal foram ajudados pelos ganhos na soja e as previsões de temperaturas mais elevadas nos Estados Unidos", disse Bob Burgdorfer, analista e editor do portal Farm Futures. As previsões mais alongadas, no período de 15 a 21 de junho, o NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - prevê temperaturas acima da média em praticamente todas as áreas de produção do Meio-Oeste, Sudeste, Delta e Planícies, com exceção de Ohio.
No mesmo período, as chuvas deverão ficar abaixo da média para o Meio-Oeste e Planícies do Oeste. As informações foram reportadas pela Labhoro Corretora. O plantio está praticamente finalizado e cerca de 74% das lavouras do cereal apresentam boas ou excelentes condições, segundo dados reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no início da semana.
"As cotações ainda encontram apoio nas intempéries climáticas na safra do Brasil, os mercados de ações mais elevados, nos ganhos no petróleo e também em um dólar mais fraco", diz Burgdorfer. Por outro lado, alguns participantes do mercado já se posicionam para o próximo relatório de oferta e demanda do USDA, que será divulgado na próxima sexta-feira (10).
Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira:
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