Milho: Focado na safra dos EUA, preços exibem ligeiras quedas na manhã desta 2ª feira em Chicago

Publicado em 16/05/2016 08:26

As cotações futuras do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram o pregão desta segunda-feira (16) do lado negativo da tabela. As principais posições do cereal exibiam perdas entre 2,50 e 2,75 pontos, por volta das 8h05 (horário de Brasília). O vencimento julho/16 era cotado a US$ 3,88 por bushel, enquanto o setembro/16 era negociado a US$ 3,90 por bushel.

Nesse instante, o mercado segue atento às previsões climáticas e na evolução do plantio da safra 2016/17 nos Estados Unidos. Na semana anterior, os rumores de uma possível transferência de área para a soja devido às chuvas deram suporte às cotações do cereal em alguns pregões. Até na semana passada, os produtores já tinham semeado cerca de 64% da área projetada para o plantio do grão. As informações foram divulgadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e devem ser atualizadas na tarde de hoje.

Os participantes do mercado também aguardam os novos números dos embarques semanais do cereal. Na semana encerrada no dia 5 de maio, os embarques somaram 1.142,545 milhão de toneladas de milho, conforme reportou o departamento.

Confira como fechou o mercado na última sexta-feira:

Milho: Diante da oferta restrita, preços registram alta semanal até 14% no mercado interno

Em meio à oferta restrita, os preços do milho praticados no mercado interno registraram uma semana de valorização. De acordo com o levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bitencourt Lopes, em Jataí (GO), o ganho foi de 14,29%, com a saca a R$ 40,00. No Oeste da Bahia, as cotações registraram alta de 12,22% e a saca do cereal fechou a semana a R$ 50,50. Em Avaré (SP), a valorização ficou em 4,99% e a saca em R$ 41,03.

Ainda em São Paulo, em Assis, os valores também apresentaram alta de 4,44% e saca do milho encerrou a semana a R$ 45,91. Em Não-me-toque (RS), as cotações subiram 3,53%, com a saca a R$ 44,00. Já em Panambi (RS), o ganho também foi de 3,53%, mas a saca atingiu o patamar de R$ 44,04. Na região de Ponta Grossa, a saca do milho é cotada a R$ 53,00, uma alta semanal de 1,92%.

Em contrapartida, em Itapeva e São João da Boa Vista, ambas em São Paulo, as cotações recuaram pouco mais de 2%. Os preços ficaram em R$ 44,94 a saca e R$ 42,98 a saca, respectivamente. No Porto de Paranaguá, a referência para esta quinta-feira (12) ficou em R$ 35,00 a saca, para entrega em setembro/16. Nas demais praças pesquisadas a semana foi de estabilidade.

O cenário é tão grave que o Brasil já tem importado milho de outros países, como o Paraguai e Argentina. "Já estamos importando quase 600 mil toneladas do Paraguai, que deverá chegar ao país em junho. E quase 500 mil toneladas da Argentina, que já tem chegado desde o Sul até o Nordeste do país, mas ainda assim não é o suficiente, pois a deficiência de oferta interna é extrema e novas altas podem ocorrer", relatou o analista de mercado da Safras & Mercado, Paulo Molinari.

Do mesmo modo, as preocupações com a safrinha brasileira continuam a dar sustentação ao mercado. Isso porque, depois das altas temperaturas e da ausência observadas ao longo do mês de abril nas principais regiões produtoras, há muitos relatos de perdas na segunda safra. Alguns analistas já projetam a quebra acima dos 10 milhões de toneladas. Essa semana, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) revisou para baixo a estimativa para a safrinha de 57,13 milhões para 52,90 milhões de toneladas.

Somente em Goiás, um dos estados mais afetados, as perdas podem superar os 40%, conforme projeção da Aprosoja GO. Após 45 dias sem chuvas, a perspectiva é que os produtores colham uma produção abaixo de 5 milhões de toneladas, contra as 8,2 milhões de toneladas projetadas inicialmente. “As plantas estão menores, muitas não conseguem florescer ou soltar o pendão. As que têm espigas, algumas apresentam grãos e outras não, as fileiras são menores, assim como a quantidade de grãos por espigas, são danos irreversíveis”, pondera o presidente da Aprosoja GO, Bartolomeu Braz Pereira.

Diante desse quadro, é consenso entre os analistas de que os preços se acomodem em níveis um pouco mais baixos com a chegada da safrinha ao mercado. Porém, dadas às circunstâncias, as cotações ainda devem permanecer em patamares acima dos praticados nos portos atualmente, entre R$ 34,00 a R$ 35,00 a saca, conforme ressalta Molinari.

BM&F Bovespa

No caso da BM&F Bovespa, o pregão desta sexta-feira (13) também foi positivo aos preços futuros do milho. As principais posições do cereal encerraram o dia com valorizações entre 0,90% e 2,20%. O vencimento maio/16 era cotado a R$ 51,41 a saca. Já o setembro/16, referência para a safrinha, fechou a sessão a R$ 42,84 a saca, bem próximo dos R$ 43,00 a saca e alta de 2,10%.

Além da safra brasileira, a forte alta do câmbio também contribuiu para impulsionar os preços. A moeda norte-americana fechou o pregão a R$ 3,5236 na venda, com ganho de 1,47%. Na semana, a alta ficou em 0,59%, segundo dados da agência Reuters. O câmbio acompanhou o mercado exterior, que viveu um dia de aversão ao risco devido às apreensões de que o banco central norte-americano possa elevar os juros mais do que uma vez em 2016. Por outro lado, também houve as expectativas em relação ao novo governo do presidente Michel Temer.

Bolsa de Chicago

As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão desta sexta-feira (13) com ligeiras altas. As principais posições do cereal exibiram ganhos entre 1,75 e 2,00 pontos. O contrato dezembro/16 era cotado a US$ 3,98 por bushel, bem próximo dos US$ 4,00 por bushel. Apenas o vencimento maio/16 finalizou o dia em queda, de 3,25 pontos, negociado a US$ 3,82 por bushel. Os preços da commodity acumularam valorizações semanais de mais de 3,5%, conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bitencourt Lopes.

Ainda na semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe as primeiras projeções para a nova safra norte-americana. Na última terça-feira, o órgão estimou a safra de milho do país em 366,54 milhões de toneladas, contra as 345,48 milhões de toneladas colhidas no ciclo 2015/16. A produtividade ficou em 177,8 sacas por hectare, ligeiramente abaixo do registrado na safra passada, de 178,22 sacas por hectare.

A área plantada com o grão deverá ficar em 37,88 milhões de hectares, contra os 35,61 milhões de hectares semeados na última safra. Os estoques finais foram estimados em 54,69 milhões de toneladas, frente as 45,8 milhões do ciclo anterior. O volume de milho destinado à produção de etanol passou de 133,36 milhões para 134,63 milhões de toneladas. E no caso das exportações, a estimativa subiu de 43,82 milhões para 48,26 milhões de toneladas.

E com os números conhecidos, os analistas ponderam que o foco dos investidores está no comportamento do clima nos EUA e a evolução do plantio do cereal. Os números oficiais do USDA apontam para uma plantada de 64% até o último domingo. As informações deverão ser atualizadas na próxima segunda-feira (16). Porém, desde ontem, o mercado tem observado as previsões climáticas indicando chuvas para o Meio-Oeste do país.

As previsões ocasionaram especulações a respeito de transferência de área para a soja, que tem uma janela maior de plantio. Em recente entrevista ao Notícias Agrícolas, o analista de mercado da Safras & Mercado, Paulo Molinari, disse que "até o momento temos um bom plantio nos Estados Unidos, mas precisamos olhar o clima. Até agosto a safra norte-americana está em aberto".

Além disso, os bons números das vendas semanais também deram suporte aos preços essa semana. As vendas de milho somaram 1.255,7 milhão de toneladas, na semana encerrada no dia 5 de maio, de acordo com boletim do USDA. Do total, 1.105,3 milhão de toneladas referentes à temporada 2015/16 e, as 150,4 mil toneladas restantes da safra 2016/17.

As vendas reportadas nos últimos dias pelo departamento também contribuíram para o movimento positivo em Chicago. Nesta quinta-feira, o órgão informou a venda de 210 mil toneladas do grão para a Arábia Saudita. No início da semana, foi divulgada a venda de 290 mil toneladas do cereal.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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