Falta de chuva preocupa produtores de milho em Mato Grosso
A falta de chuvas em Mato Grosso tem sido o principal fator de preocupação dos produtores rurais que plantaram milho em Mato Grosso nesta safra. O diagnóstico, ainda parcial, foi verificado durante os dois primeiros dias do Circuito Tecnológico Etapa Milho, que vai até a próxima sexta-feira (29).
Em sua terceira edição, o evento percorre 28 municípios nas regiões Norte, Sul, Leste e Oeste e faz questionários aos proprietários e gerentes de fazenda sobre a fitossanidade da lavoura, os reflexos da última safra de soja e as perspectivas para esta safra de milho. O Circuito é uma parceria entre a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) e a Embrapa.
De acordo com o produtor e delegado da Aprosoja em Campo Verde, Fernando Ferri, mesmo que a estiagem ceda um pouco, a grosso modo as lavouras já estão prejudicadas. “Vendi milho antecipadamente a 96 sacas por hectare e, pelo que está se apresentando, caso chova, devo conseguir até 85 sacas por hectare. Aqui na região a chuva não caía desde o dia 23 de março”, explica.
O produtor ainda lembra que plantou o milho na janela ideal, porém clima é um fator determinante e imprevisível. “No ano passado, foram 110 sacas por hectare e, no ano retrasado, 120. Com esse cenário, terei que renegociar as vendas”, completa.
Fitossanidade – Do ponto de vista técnico, um fator recorrente nas lavouras visitadas pelas equipes da Aprosoja é a compra, cada vez mais frequente, de milho de baixa ou média tecnologia.
“Os produtores estão optando em investir menos na tecnologia para o milho de segunda safra, devido ao seu custo/benefício. O exemplo pode ser visto na compra de sementes, onde se tem acompanhado que tecnologias embarcadas têm demonstrado redução na sua eficiência. Ou seja, sementes caras necessitando de aplicações com inseticidas para combate às lagartas”, explica o diretor técnico da Aprosoja, Nery Ribas.
Na Região Leste, o que está sendo relatado pela equipe é a falta de chuvas. Com isso, ataques de lagartas do cartucho e Helicoverpa zea estão sendo observados.
Uma das equipes da Região Sul também relatou problemas de praga, como a lesma. Da Embrapa, o entomologista Rafael Pitta verificou híbridos transgênicos com problemas de ataque de lagartas. No Oeste, foram relatados caso de controle específico para o percevejo barriga-verde.
Até o dia 26 de abril, os municípios visitados foram Rondonópolis, Itiquira, Diamantino, Primavera do Leste, Campo Novo do Parecis, Nova Mutum, Sorriso, Brasilândia, Água Boa e Canarana, totalizando 3.132 quilômetros rodados.
Realização e apoio - O Circuito Tecnológico Etapa Milho ocorrerá de 25 a 29 de abril e é realizado pela Aprosoja e pela Embrapa, com apoio do Imea. São patrocinadores a Syngenta, Dupont e UPL.
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