Milho: Depois dos ganhos recentes, mercado realiza lucros nesta 4ª feira e amplia perdas em Chicago
Durante as negociações desta quarta-feira (27), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) ampliaram as perdas. As principais posições do cereal exibiam quedas entre 4,00 e 4,50 pontos, por volta das 12h32 (horário de Brasília). O vencimento maio/16 era cotado a US$ 3,78 por bushel e o dezembro/16 a US$ 3,90 por bushel.
As cotações voltaram a trabalhar em campo negativo depois de dois pregões consecutivos de altas. De acordo com informações das agências internacionais, os fundos estão vendendo as posições adquiridas recentemente. Somente no milho, estima-se que os fundos estejam levemente vendidos em torno de 8,1 mil contratos, conforme reportou a Labhoro Corretora em seu boletim diário.
Do lado fundamental, o cenário não apresenta modificações. O clima no Brasil continua no radar dos investidores, isso porque, depois do tempo seco, as chuvas retornam, aos poucos, às principais regiões produtoras. Nessa semana, as precipitações retornaram aos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Pará, Rondônia e no Matopiba. Ainda assim, o agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos, ressalta que os volumes não ser altos, mas o suficiente para interromper a secura que vinha sendo registrada.
No entanto, em algumas áreas, as chuvas chegam tarde demais, como é o caso das lavouras em Cândido Mota (SP). O produtor rural da região, Paulo Sérgio de Oliveira, destaca que os prejuízos na safra superam os 50% devido ao clima irregular. Somente nesta terça-feira (26), as precipitações totalizaram 50 mm na localidade.
"Na temporada anterior, o rendimento médio das lavouras ficou entre 250 sacas a 280 sacas do grão por alqueire. Para essa safra, a projeção é que a produtividade fique próxima de 130 sacas a 150 sacas de milho por alqueire", explica o agricultor.
Claro que em algumas plantações, especialmente, as semeadas entre os dias 1 a 10 de março, o potencial produtivo pode ser recuperado. "Porém, nessas áreas, o risco de geada é maior, já que daqui a 30 dias as lavouras estarão em estágio de milho verde. E para amanhã já temos previsão de 5ºC”, afirma Oliveira.
Inclusive, esse é outro fator que começa a ser observado pelos participantes do mercado e pode gerar especulações tanto em Chicago, como na BM&F Bovespa. Com a chegada da frente fria, as temperaturas despencaram principalmente no Sul do Brasil. No estado do Paraná, o Simepar já alertou para a ocorrência de geadas que podem ocorrer nesta quinta-feira (28).
Por outro lado, os participantes do mercado ainda observam as informações de que o Brasil zerou a tarifa para a importação de 1 milhão de toneladas do cereal fora do Mercosul. Com isso, a perspectiva é a medida favoreça especialmente as compras de milho dos Estados Unidos.
Já a safra norte-americana segue avançando e, até o último domingo (24), a semeadura chegou a 30% da área prevista, conforme dados reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no início da semana. Contudo, as previsões de chuvas nos próximos dias, já começam a ser observadas pelos participantes do mercado, já que se confirmadas podem atrasar os trabalhos nos campos.
BM&F Bovespa
Nesta quarta-feira (27), as cotações do milho negociadas na BM&F Bovespa trabalham com ligeiras altas. Perto das 12h34 (horário de Brasília), os vencimentos da commodity exibiam valorizações entre 0,19% e 0,93%. Apenas o contrato setembro/16 exibia perda de 0,22%, cotado a R$ 40,15 a saca. O contrato maio/16 era negociado a R$ 48,82 a saca.
Além das especulações em relação ao clima no país, os preços também são influenciados pelo comportamento do dólar. Hoje, a moeda norte-americana era cotada a R$ 3,5419 na venda, com ganho de 0,65%, próximo de 12h00 (horário de Brasília).
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