Milho: Em Chicago, mercado exibe novos ganhos e tenta consolidar 2º dia consecutivo de valorização

Publicado em 26/04/2016 08:13

Na manhã desta terça-feira (26), as cotações futuras do milho trabalham em campo positivo na Bolsa de Chicago (CBOT). O mercado tenta consolidar o 2º dia consecutivo de ganhos e, por volta das 7h47 (horário de Brasília), os principais vencimentos registravam altas entre 0,50 e 1,50 pontos. O contrato maio/16 era cotado a US$ 3,77 por bushel e o dezembro a US$ 3,89 por bushel.

Os analistas explicam que, nesse momento, os participantes do mercado ainda observam as previsões climáticas para o Brasil. Depois do período seco e das altas temperaturas registradas nas principais regiões produtoras de milho no país, as chuvas devem retornar ao longo dessa semana. De acordo com o agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos, a frente fria está sobre os estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul, onde já provoca chuvas nesta terça-feira.

"E a previsão é que ela - frente fria - continue avançando aos demais Estados das regiões Sudeste e Centro-oeste, onde são esperadas chuvas entre hoje e quinta-feira. Os volumes não serão altos, mais suficientes para permitir uma mudança no padrão atmosférico e consequentemente uma melhora ao desenvolvimento das lavouras", informou o agrometeorologista.

Paralelamente, o clima nos Estados Unidos também continua no foco dos investidores. Previsões recentes indicam chuvas no Meio-Oeste norte-americano, que podem atrasar o plantio e reduzir o tempo hábil para o plantio, segundo informações de agências internacionais. Porém, ainda ontem, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que até o último domingo (24) cerca de 30% da área já havia sido cultivada com o grão.

O percentual ficou acima das projeções do mercado, de 25%. Na semana passada, o índice era de 13% e a média dos últimos anos é de 16%. O órgão ainda divulgou que em torno de 5% das lavouras já emergiram, contra 2% registrado no ano passado.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Milho: Com foco na safra da América do Sul, mercado tem nova alta em Chicago nesta 2ª feira

Após dois dias de queda, as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão desta segunda-feira (25) em campo positivo. As principais posições do cereal reverteram as perdas do início do dia e encerraram a sessão com ganhos entre 5,25 e 6,75 pontos. O vencimento maio/16 era cotado a US$ 3,77 por bushel e o dezembro/16 a US$ 3,81 por bushel.

Os participantes do mercado ainda observam as informações vindas da América do Sul sobre a produção do cereal, especialmente no caso do Brasil. Isso porque, na última semana, a seca e as altas temperaturas registradas nas principais regiões produtoras do país serviram de sustentação aos preços da commodity no cenário internacional. Para essa semana, as previsões climáticas indicam chuvas para essas localidades.

De acordo com o agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos, a frente fria que está sobre o estado do Rio Grande do Sul deverá avançar nos demais estados da região Sul, rompendo o bloqueio atmosférico, que estava mantendo o tempo quente e seco. "Com o avanço desse sistema meteorológico pelo interior do Brasil ao longo dessa semana, são previstas chuvas em, praticamente, todas as regiões do País. Além das chuvas tão esperadas, uma massa de ar polar de forte intensidade também estará avançando, levando ao declínio acentuado das temperaturas", afirma.

Contudo, as precipitações ainda deverão ocorrer de maneira pontual e em volumes mais baixos nos estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás. "Perdas irreversíveis estão sendo contabilizadas em todas as regiões produtoras. Portanto, mesmo com essa volta das chuvas, a produção nacional de milho será bastante afetada", explica o agrometeorologista.

Essa é uma realidade nas principais regiões produtoras do grão na segunda safra. Em Ipiranga do Norte (MT), muitas plantações não recebem chuvas há mais de 15 dias e o resultado já pode ser visto nas lavouras, segundo o produtor rural da região, Gilberto Peruzi. "E mesmo que haja o retorno das chuvas, nós já temos perdas consolidadas, apesar de não contabilizadas ainda. Por outro lado, também tivemos um severo ataque de percevejo e ácaro nas plantações devido ao clima seco", destaca o agricultor.

"E qualquer problema na América do Sul acaba gerando mais demanda para os Estados Unidos. E diante da queda no câmbio no cenário internacional, os produtores norte-americanos voltaram a ser mais competitivos. Semana após semana temos visto os números das exportações melhores, isso contribuiu para acelerar as cotações em Chicago", explica o diretor de Commodities da INTL FCStone, Glauco Monte.

Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou que na semana encerrada no dia 21 de abril, os embarques do cereal totalizaram 1.136,995 milhão de toneladas. O volume ficou dentro das expectativas do mercado, que estavam entre 1 milhão a 1,150 milhão de toneladas do cereal. Nas últimas semanas, o órgão também reportou vendas do cereal, principalmente para destinos desconhecidos.

Além disso, o diretor sinaliza que com o início da safra norte-americana há um prêmio de risco embutido nas cotações, movimentação normal para esse período. "Sempre temos um pouco de prêmio de risco nos preços no período de pré-plantio. A perspectiva é que o USDA aponte que mais de 25% da área já tenha sido semeada com o grão no final da tarde desta segunda-feira", pondera Monte.

Essa também é a projeção dos participantes do mercado divulgada pelo site internacional Farm Futures. Na semana anterior, a área plantada estava em 13%, ainda de acordo com o relatório do órgão.

Apesar dessa recente alta, alguns analistas internacionais destacam que essa movimentação não deve se prolongar por muito tempo. "Parece que esteve avanço já atingiu o que eu consideraria um sopro e acredito que já deve se esgotar essa semana. Até o momento, não há nada nos fundamentos que sugerem que pode estender esse avanço muito mais longe", disse o comerciante de grãos Dan Hueber, em entrevista ao site Agweb.

BM&F Bovespa

As cotações futuras do milho negociadas na BM&F Bovespa fecharam a segunda-feira (25) do lado positivo da tabela. As principais posições do cereal encerraram o dia com valorizações entre 0,33% e 1,93%. O vencimento maio/16 era cotado a R$ 48,87 a saca, já o contrato setembro/16, referência para a safrinha, era negociado a R$ 40,10 a saca.

Mesmo com a queda do dólar, as cotações ainda encontram suporte nas preocupações com a safrinha brasileira devido ao clima adverso. Já a moeda norte-americana terminou o dia a R$ 3,5485 na venda, com queda de 0,61%. Conforme dados da agência Reuters, a sessão foi marcada pela ausência de intervenções do Banco Central e com investidores atentos aos nomes que devem formar a equipe econômica do provável governo Michel Temer.

Mercado interno

A cotação do milho permaneceu estável em R$ 35,00 (entrega setembro/16) no Porto de Paranaguá nesta segunda-feira (25). Na região de Assis (SP), a cotação subiu 4,75% e fechou o dia a R$ 42,98 a saca. Já em Sorriso (MT), o ganho foi de 3,03%, com a saca a R$ 34,00, nas praças paranaenses, de Ubiratã, Londrina e Cascavel, a valorização ficou em 1,33% com a saca a R$ 38,00. Em Não -me-toque (RS), a alta ficou em 1,23%  e a saca cotada a R$ 41,00.

Nas demais praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade. Os analistas ainda ponderam que os preços refletem um cenário de oferta escassa frente a uma demanda que segue firme. Diante das cotações mais altas, os produtores brasileiros aproveitaram e realizaram muitos negócios para a exportação, o que reduziu o excedente da produção.

Até a terceira semana de abril, as exportações de milho somam 331,9 mil toneladas, com média diária de 22,1 mil toneladas, de acordo com dados reportados pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Em comparação com o mesmo período do ano passado, a média diária representa uma alta de 177,9%, já que em 2015, as exportações ficaram em 8 mil toneladas diárias.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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